O laudo da Politec constatou que um dos três incêndios ocorridos no mês passado no Condomínio Chapada dos Ipês, em Várzea Grande, foi criminoso, causado por “ação humana e de forma intencional”. Os outros dois apartamentos também podem ter sido alvos do mesmo autor.
Os incêndios aconteceram em três apartamentos de andares diferentes em menos de 15 horas, entre os dias 25 e 26 de junho.
Segundo o documento, assinado pelo perito Rondon Souza Oliveira, a análise dos demais apartamentos foi prejudicada pela intervenção de moradores ou dos militares no combate às chamas. No entanto, não se descarta que eles também tenham sido criminosos.
“Diante dessas considerações feitas a partir dos vestígios levantados nos exames de local, este perito não descarta a possibilidade de os três apartamentos terem sido atingidos de forma intencional, como ocorrido no apartamento 202, e, possivelmente, tendo a mesma autoria para todos os incêndios”, diz trecho do documento.
No incêndio provocado na manhã do dia 26 o apartamento atingido foi o 202. O sinistro foi do tipo “aplásico”, ou seja, apresentava queima parcial. Nele foram encontrados seis focos iniciais do incêndio, distintos e sem relação alguma entre si.
Reprodução/ Laudo
Interior de um dos apartamentos atingidos pelas chamas
Os focos eram em ambientes e objetos diferentes, um deles na porta de madeira da sala e outro no colchão de espuma do quarto, por exemplo.
“Os incêndios examinados do apartamento 202 [...] foram produzidos por ação humana e de forma intencional (fogo posto)”, consta no documento.
Já os incêndios que atingiram os apartamentos 303, também no dia 26, e no 403, no dia 25, “tiveram a análise conclusiva para o evento prejudicada”. Isso por conta das alterações produzidas na cena no combate às chamas.
“Entretanto têm como hipótese mais provável um evento provocado por ação humana, não sendo possível estabelecer se de forma acidental ou intencional”, afirmou o perito no documento.
Possível incendiário à solta
A suspeita sobre um possível incendiário à solta se dá pela semelhança entre as ocorrências e, principalmente, pelo curto período de tempo entre elas.
Todos os incêndios aconteceram no mesmo bloco, o 5, e em nenhuma das situações os moradores se encontravam em casa.
A moradora do apartamento 403 havia acabado de sair e deixado a porta encostada para o filho. Ainda no caminho ela recebeu a ligação do adolescente avisando sobre o ocorrido.
Já o morador do 202, no qual foi comprovada a intervenção humana como foco do incêndio, o morador estava fora da cidade.
E no apartamento 303, as moradoras estavam fora do bloco aguardando o trabalho dos bombeiros serem finalizados.
No momento em que os incêndios começaram, as portas de acesso estavam encostadas ou foram arrombadas. “Com as unidades sem moradores, o que permitia livre acesso de qualquer pessoa ao interior dos imóveis”.
Outro fato que chamou a atenção e corrobora a tese é o de que em dois dos momentos não havia sequer energia elétrica, pois foi realizado o corte para os trabalhos de combate às chamas.
Os focos de incêndio também foram similares, em sofás e que estavam também em posições semelhantes, “na direção da porta de acesso”.
O apartamento mais afetado foi o 403 devido ao intervalo entre o início do incêndio e o combate às chamas. “Nos outros dois incêndios, já havia um precedente e um estado de alerta dos próprios condôminos”.
Último incêndio
O incêndio mais recente aconteceu no dia 8 de julho em mais um dos apartamentos do condomínio. Dessa vez aconteceu no primeiro andar e foi rapidamente controlado, ficando restrito a apenas um dos cômodos.
Mais uma vez, ninguém se feriu no atendimento da ocorrência.
Em nota, a construtora se manifestou sobre o caso. “A empresa ressalta que em face dos apontamentos de que uma “ação humana e de forma intencional” originou incêndios, tem o mais absoluto interesse na plena apuração dos fatos e envolvidos nas ocorrências”.
Disse ainda que acompanhará de perto, “junto dos moradores do residencial atingido e da imprensa, com total atenção, o andamento das investigações”.
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