Um professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que retornou na segunda-feira (2) do México, está internado numa área isolada em um hospital privado de Cuiabá, sob observação médica por causa do risco de ter contraído a gripe suína. As informações são da repórter Alecy Alves, do jornal "Diário de Cuiabá".
O homem, cuja identidade está sendo mantida em sigilo, tem 49 anos, passou 10 dias em terras mexicanas e num estado americano, mas, até o final da tarde de terça-feira (28), não apresentava sintomas da doença. Entretanto, por medida de segurança, deve permanecer internado por pelos menos mais dois dias.
De acordo com o jornal, horas após a internação do professor, técnicos da Vigilância Estadual de Saúde foram comunicados e estiveram no hospital. Lá, ouviram o relato do paciente e fizeram a coleta de amostras de secreção na garganta e nariz para análise laboratorial.
A possibilidade de entrada de pacientes com gripe suína em Mato Grosso deixou em alerta as autoridades sanitárias. Na segunda-feira pela manhã, a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Maria Conceição Villa, e o responsável técnico pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Aparecido Marques, deram uma entrevista coletiva para explicar as medidas adotadas para o paciente e a elaboração de um plano de contingência contra a gripe suína.
Fora da lista
Até a tarde de terça-feira, Mato Grosso não constava na lista de 20 casos notificados e monitorados pelo Ministério da Saúde no país. A relação inclui pessoas que estiveram em áreas afetadas e que apresentaram alguns sintomas ou ainda que mantiveram contato com esses indivíduos, conforme explicou o ministério em nota. O grupo é formado por pessoas do Amazonas (3), Bahia (2), Minas Gerais (3), Pará (1), Paraná (4), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Norte (2) e Santa Catarina (3).
A viagem do professor mato-grossense ao México durou dez dias e seu retorno, conforme depoimento prestado por ele aos técnicos da Saúde, foi marcado pela falta de informações sobre a doença. O professor saiu de Cuiabá rumo ao México no dia 17 deste mês, passou seis horas no aeroporto da Cidade do México, de onde seguiu para o estado americano do Texas, onde ficou até o dia 22. No Texas, segundo ele, não ouviu nada a respeito da gripe suína.
No retorno, o professor desembarcou novamente no aeroporto da capital mexicana, de onde seguiu para São Cristóvão de las Casas, cidade com grandes atrativos turísticos. Quatro dias depois, ao embarcar de volta ao Brasil, quando já sabia da doença, teria solicitado máscara para se prevenir, como fazia a maioria dos passageiros, mas não foi atendido pela empresa de transporte aéreo.
Temeroso, o professor decidiu tentar se prevenir improvisando uma máscara. Ele disse aos técnicos da saúde que amarrou uma camisa no rosto cobrindo a boca e nariz e assim chegou no Brasil. No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, também não teria obtido informações sobre a doença. Em Cuiabá, preocupado com a saúde da filha, de apenas seis meses, o professor nem chegou a entrar em casa. Primeiro adquiriu máscaras e logo em seguida procurou o serviço de saúde.
Ele disse que primeiro esteve em uma policlínica, de onde saiu ao perceber que havia muitas crianças no local. De lá, ele seguiu para o hospital onde continua internado.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
0 Comentário(s).
|