Moradores de rua que vivem na região central de Cuiabá estão sofrendo com frio que castiga a cidade desde a segunda-feira (30). A terça-feira (1º) foi o dia mais frio do ano até o momento, chegando a marcar 13°C.
O MidiaNews esteve na área da Praça Alencastro e no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) para conversar com moradores de rua.
Judson está de volta às ruas depois de uma recaída há cerca de duas semanas, e passou a noite no Centro Pop, onde foi disponibilizado cobertor e café da manhã para quem precisava. Apenas por causa disso pôde dormir, já que estava com muito frio durante a noite.
Ainda assim, o local não tem área coberta para todos os moradores de rua que desejam abrigo no Centro, possuindo apenas uma pequena cobertura.
Pessoas como Aline, Susan e Rodrigo acabaram tendo que procurar outras formas para se proteger do frio.
“Foi horrível. No frio, na chuva [neblina]. Não passamos a noite no Centro Pop, foi na rua. Antes tinha uma sala lá em cima que a gente podia ficar, [mas] não tem mais”, afirmou Susan, que esteve no Centro Pop nesta quarta-feira (2) em busca de café da manhã.
Victor Ostetti/MidiaNews
Judson recolhendo cobertores de moradores de rua que dormiram nas ruas para devolver ao Centro Pop
A amiga, Aline, dormiu em frente ao Centro com o marido, e também alegou ter passado frio, afirmando que os próximos dias de temperaturas baixas serão difíceis.
“É feia, precária a situação. Todos os dias é a mesma situação. Devia ficar bem melhor aqui. A gente devia em vez de estar aqui fora, poder ficar lá em cima no espaço coberto. Antigamente a gente podia ficar ali em cima, na salinha”, reclamou.
Anteriormente havia um espaço fechado no Centro Pop à disposição dos moradores de rua, mas ele foi fechado.
Outros entrevistados pela reportagem afirmaram que precisam dormir em bancos e esquinas do Centro, procurando locais que possam ser mais confortáveis, como é o caso de Rodrigo.
“Passei essa noite na pracinha do fundo do Beco do Candeeiro. Estava muito frio, estava com dois cobertores [do Centro Pop], achados na rua. E hoje vai ser a mesma coisa”, afirmou.
Ele está à espera de uma vaga em um albergue da capital há 40 dias, e afirma que os funcionários do Centro Pop tentam ajudar como podem.
“Mas tudo aqui no espaço depende da Prefeitura. Os funcionários do centro pop fazem demais, mas dependem da prefeitura, isso é o problema”, finalizou.
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