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23.01.2022 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

Ovo, frango e suíno: médica ensina como substituir a carne bovina

Proteína bovina virou item de luxo no cardápio dos brasileiros; nutróloga pede atenção ao modo de preparo

A médica nutróloga Maria Gabriela Saldiba Coutinho

A médica nutróloga Maria Gabriela Saldiba Coutinho

VITÓRIA GOMES
DA REDAÇÃO

Em meio a alta no preço da carne bovina, o alimento, que sempre foi estrela nos pratos da maioria dos brasileiros, vem sendo deixado de lado por algumas famílias, que preferem substituir a proteína por opções mais em conta.

  

Nos 12 meses terminados em outubro, o alimento acumulava alta de 22,06%. Dessa forma, a proteína ainda continuou sendo um luxo para muitas famílias brasileiras.

 

Quando vamos substituir a carne vermelha devemos pensar em alimentos como ovos, frango, peixe e até os alimentos que são ricos em proteínas vegetais, como ervilha, lentilhas, grão de bico e outros.

O quadro se agravou ainda mais durante a pandemia, quando a população tornou-se ainda mais vulnerável financeiramente. Nesse contexto, muitos optaram por fazer substituições na hora da compra e, consequentemente, mudaram a alimentação.

 

A médica nutróloga Maria Gabriela Saldiba Coutinho explica que a carne bovina é rica em proteína, vitaminas e minerais.

 

E quem consome este alimento consegue absorver as vitaminas do complexo B e ferro.

 

Apesar de sua importância nutricional, a médica afirma que é possível fazer substituições saudáveis e mais em conta e, ainda sim, não perder as vitaminas que são necessárias para o corpo.

 

“Quando vamos substituir a carne vermelha, devemos pensar em alimentos como ovos, frango, peixe e até os que são ricos em proteínas vegetais, como ervilha, lentilhas, grão de bico e outros”, afirma.

 

O ovo, que já foi um alimento controverso na opinião dos especialistas, entra como uma das opções mais acessíveis para aqueles que querem substituir a carne vermelha. Dependendo do estabelecimento e do tipo do ovo, o preço varia, porém é possível comprar 20 unidades por cerca de R$ 13 em Cuiabá.

 

Além de poupar no bolso, a médica afirma que o ovo também é proteico e tem vitaminas e minerais como a carne bovina.

 

“Seus nutrientes melhoram a imunidade, garantem saciedade e auxiliam no controle de peso, tornando a substituição uma opção favorável”, explica.

 

Agora, para aqueles que não abrem mão da carne, a profissional indica o frango e o suíno como boas opções. No entanto alerta para manter a atenção no preparo desses alimentos. Isto porque alguns cortes têm excesso de gordura, algo que, consumido diariamente, pode ser prejudicial à saúde.

 

“É importante lembrar que o preparo do alimento tem impacto em seus benefícios. Evite consumir a pele [do frango] e opte por fazer sempre grelhado, assado ou cozido”, orienta.

 

“No caso dos suínos, os cortes mais magros devem ser escolhidos. Filé mignon, lombo, bisteca, e o pernil são ótimas pedidas”, indica.

 

Vegetarianismo e veganismo

 

Em busca de uma opção menos nociva para o meio ambiente e para os animais, o grupo de pessoas que escolheu cortar a carne do cardápio de forma definitiva vem crescendo no Brasil. Os veganos e vegetarianos ganharam um espaço no mercado que antes não havia e cada vez mais adeptos se juntam ao movimento.

 

A alimentação não precisa ser algo inacessível, temos opções que atendem nutricionalmente todas as necessidades e que não são industrializados.

Maria Gabriela explica que o veganismo exclui todos os alimentos de origem animal, como ovos, leite, carnes, gelatinas, dentro outros. Nesta condição, os adeptos substituem os alimentos por vegetais, frutas, leguminosas, raízes.

 

O vegetarianismo segue quase todas as mesmas restrições, porém uma pessoa que opta por este tipo de alimentação pode ou não comer laticínios de origem animal e o ovo. Alimentos que estão definitivamente fora das opções do vegano.

 

Com a alta na demanda, as grandes empresas começaram a produzir seus próprios alimentos sem uso de animais e hoje já é possível encontrar de forma acessível as “carnes” feitas com soja e vegetal.

 

No entanto, ainda que haja mais opções no mercado, os itens industrializados ainda não têm um preço tão acessível àqueles que têm condição financeira mais vulnerável. Esse é um dos motivos para que muitos desistam de tentar esse novo estilo de vida.

 

Sobre o assunto, a nutróloga afirma que é possível manter uma alimentação vegana e vegetariana sem gastar muito, mas para isso é preciso abrir mão de comer apenas os industrializados.

 

“A alimentação não precisa ser algo inacessível, temos opções que atendem nutricionalmente todas as necessidades e que não são industrializados. Além de receitas que podem ser uma opção mais barata e disponível na internet”, explica.

 

A médica ainda encoraja aqueles que querem tentar se adaptar a esta nova alimentação, porém afirma que para fazer a transição de uma dieta com carne animal para uma alimentação sem esta proteína é preciso pedir ajuda a um profissional.

 

“No início é recomendado o acompanhamento profissional para auxiliar neste novo hábito alimentar e para o mapeamento dos nutrientes e o possível impacto que a mudança poderá gerar no indivíduo”, orienta.

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Aldir Gomes  23.01.22 14h30
E quando o salário num comprar nem frango? Faz arminha??
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José Oliveira  23.01.22 14h09
Se fosse só a carne era simples, mas é tudo....arroz, feijão, carne, açucar, oleo de cozinha, pão, energia elétrica, gaz de cozinha, combustível, não se sabe onde isso vai parar, moeda desvalorizada, para ficar igualzinho a Venezuela só falta um ditador.
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Paulos Antonio  23.01.22 12h39
O que preciso entender é: o Estado que mais produz carne bovina no Brasil não consegue vender o produto a preços reduzidos no local onde é gerada sua receita. Não dá pra entender. Por que a carne é tão cara justamente no lugar onde ela é produzida? Qual a lógica de ter fila do osso em Cuiabá, capital do Estado onde mais exporta carne bovina? Meu Deus.
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Márcio Ferreira  23.01.22 12h13
Legal.. Mas tem que cuidar, senão o pessoal vai bater aí na frente da edição para protestar. Daí vai os deputados que para garantir o voto topam tudo, menos trabalhar em prol do coletivo.
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Eliberto Francisco da Cruz  23.01.22 11h49
Parabéns pela reportagem e pelo profissionalismo da Dra. Maria Gabriela, dicas importantes em tempos de dificuldades financeiras que assolam a maioria da população.
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