Cuiabá, Quinta-Feira, 11 de Setembro de 2025
INOVAÇÃO AMBIENTAL
11.09.2025 | 09h47 Tamanho do texto A- A+

Pesquisadores desenvolvem tecnologia sustentável para produção de mudas florestais

O projeto aposta em alternativas sustentáveis feitas com fécula de mandioca, fibras naturais, ceras vegetais e resíduos vegetais de baixo custo no plantio de espécies como o eucalipto, pinus e teca.

Arquivo/pesquisador

Ilustração

DA REDAÇÃO

Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus  Sinop, estão à frente de uma inovação para transformar a silvicultura brasileira.

 

Trata-se do projeto de pesquisa,  Ecotubete – Plantando o Futuro, que busca substituir os tradicionais tubetes plásticos utilizados em viveiros florestais por alternativas biodegradáveis, de baixo custo e com menor impacto ambiental.

 

Atualmente, a produção de mudas no Brasil depende quase exclusivamente de recipientes de polipropileno e polietileno, derivados do petróleo e de difícil degradação. O projeto aposta em alternativas sustentáveis feitas com fécula de mandioca, fibras naturais, ceras vegetais e resíduos vegetais de baixo custo para o plantio de algumas espécies, como o eucalipto, pinus e teca.

 

 

O plástico feito a partir de fontes naturais (PLA-poliácido láctico), está sendo utilizado exclusivamente para a construção de modelos 3D que permitem avaliar diferentes formatos geométricos, estrias internas e reduções no volume de substrato, etapa essencial para definição do melhor design antes da produção em materiais biodegradáveis

 

O projeto é coordenado pelo professor doutor em Ciências Florestais, Pedro Henrique Oliveira Simões, em parceria com o Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica/UFMT, e  Cooperação nº 0140/2025, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT/UFMT/Bolsa IT 2025), para formação de recursos humanos.

 

A pesquisa está estruturada em três fases, a primeira já em andamento, avalia diferentes modelos de tubetes impressos em 3D para identificar o melhor design, incluindo estrias internas e redução do volume de substrato. Os testes utilizam três híbridos de clones de eucalipto.

 

Já a segunda fase consiste na produção em larga escala, com a avaliação de cinco resíduos vegetais de baixo custo para compor os tubetes, buscando a combinação ideal entre resistência, biodegradação e viabilidade econômica.

 

E na fase final, prevê a avaliação da biodegradabilidade dos tubetes confeccionados com diferentes resíduos vegetais, observando seu desempenho no solo ao longo do tempo.

 

Benefícios ambientais e produtivos

 

A expectativa é que o Ecotubete proporcione redução significativa do uso de plásticos, elimine a necessidade de lavagem e retorno de recipientes ao viveiro e reduza os riscos de contaminação por pragas e doenças.

 

Além disso, pode diminuir o tempo de permanência das mudas em viveiro, otimizando a produção e reduzindo custos.

 

“Estamos desenvolvendo uma solução que une inovação, sustentabilidade e aplicabilidade prática para a produção florestal em escala industrial”, destaca o professor Pedro Simões.

 

Um futuro mais verde

 

A silvicultura brasileira, que responde por mais de 1 bilhão de mudas produzidas anualmente, poderá se beneficiar diretamente dessa tecnologia, que alia ganhos operacionais à preservação ambiental.

 

O Ecotubete é um passo importante para que a produção florestal avance rumo a um modelo mais sustentável e inovador.

 

Além dos testes em andamento, o projeto está em busca de parceiros comerciais interessados na transferência de tecnologia, visando acelerar o processo de desenvolvimento e viabilizar a adaptação da solução para produção em escala industrial.

 

O projeto conta com a participação dos professores doutores. Cassiano Spaziani Pereira e Karoline Carvalho Dornelas Simões, e dos discentes (bolsistas) Suellen de Paula, Lívia Grapégia, Samuel Rodrigues, Gabriel Spaziani e Maria Simoneto.

 

O desenvolvimento também conta com a parceria estratégica do setor privado, o Viveiro Flora Sinop.  

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