Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
"PROFISSÃO REPÓRTER"
29.05.2013 | 08h14 Tamanho do texto A- A+

Programa mostra falta de UTI e morte de bebê em Cuiabá

Programa da Rede Globo revela precariedade no atendimento de crianças na Capital

MidiaNews/Reprodução

Fachada do Pronto Socorro; no destaque, repórter e drama de mãe: atendimento precário

Fachada do Pronto Socorro; no destaque, repórter e drama de mãe: atendimento precário

DA REDAÇÃO
O programa Profissão Repórter, da Rede Globo, mostrou a situação caótica de falta de leitos no país. Em Cuiabá, foi retratado o problema da falta de UTI pediátrica no Pronto Socorro. O drama de duas crianças foi mostrado para o país. Pior: uma delas, um bebê de apenas 1 ano, com problemas cardíacos, morreu por falta de atendimento adequado.

A repórter Eliane Scardovelli mostrou que as crianças são atendidas de forma precária e improvisada, na chamada “Sala Amarela”, reservada a cuidados intermediários.

"Hoje é uma guerra... Eu estou como secretario de Saúde e não imaginava que a nossa condição fosse tão grave. É uma bomba atômica; salve-se quem puder"

Outra criança também sofria por falta de atendimento de um médico pneumologista.

“A assessoria quer que a gente vá embora, mas eu não vou sair daqui enquanto esse bebe não for transferido”, disse a repórter.

Segundo Iracema de Queirós, superintendente do PS de Cuiabá, o déficit de leito é de 50%.

"Guerra" e "bomba atômica"

O secretário de Saúde Kamil Fares foi entrevistado, e disse que o Pronto Socorro de Cuiabá é uma “bomba atômica”.

“Hoje é uma guerra... Eu estou como secretario de Saúde e não imaginava que a nossa condição fosse tão grave. É uma bomba atômica; salve-se quem puder. Vamos fazer o máximo para resolver esse problema emergencial. Vamos alugar um hospital fechado para fazer todos os procedimentos de alta complexidade”, disse.

“Na verdade, a vida é assim mesmo, não sou resignado. Infelizmente, hoje, é uma questão muito preocupante. Muita gente morrendo hoje sem necessidade de morrer”, afirmou Fares.

O bebê de apenas 1 ano, Hian, foi transferido para a clínica Femina, da família do secretário Kamil Fares.

Médica chora

A médica pediatra Débora Gouget chorou diante das câmeras do programa. “A pressão que vocês fizeram foi superpositiva no caso dele. O ser humano não pode ser tratado dessa forma. Se falta vaga de UTI, as pessoas têm que se reunir e convencer as autoridades que é necessário”, disse.

Depois de 10 horas de ser transferido para a Femina, Hian morreu.

Clique AQUI e assista o programa (os trechos que retrataram Cuiabá começam aos 03:41 minutos; 08:59 e 05:28 do segundo bloco)

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
11 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Ana Paula Araujo  29.05.13 17h46
Gente o ano passado, meu filho ficou internado no PS, na sala amarela, ficou 18 dias deu entrada com Bronquiolite e logo se agravou para broncopneumonia e depois pneumonia... Conheci toda a equipe que trabalha no PS, e principalmente essa Media a Doutrora Debora, ela cuidou muito bem do meu filho e das outras crianças tbm... O que falta la na verdade é estrutura descente, la o local é desumano, é precario, a rede publica nao tem qualidade nos hospitais, em questao de estrutura... Eu vi o que essa doutora fazia para conseguir vaga nas outras uti, neonatal e uti infantil.... Ela lutou muito por todas as crianças que estavam lá.... Sou grata a ELa por tudo que ela fez pelo meu filho, se não fosse os cuidados dela, hoje ele estaria morto, pois quando dei entrada no Ps ele estava já com insuficiência respiratória....
0
0
terezinha  29.05.13 17h10
Quero parabenizar a Dra.DÉBORA, está sim é humana e mereçe todo o nosso respeito. Parabéns e que Deus lhe dê mais sabedoria para seguir nessa carreira tão bela que é a MEDICINA.
0
0
Eduardo  29.05.13 14h08
O que direi é chocante mas é a realidade: o SUS é inviável! Nos moldes atuais onde o SUS funciona? Lugar algum. Algumas ilhas de excelência existem por causa do auxílio das fundações constituídas, que têm propósitos de pesquisa, extensão, educacionais, etc. Mas o SUS puro e limpo, apenas com verbas públicas, não existe, é ineficiente, é desumano. A solução no Brasil real é extinguir o SUS, reduzir impostos, deixar o dinheiro na mão dos cidadãos, obrigar todos a terem planos de saúde de prestadores privados regulados pelo governo e oferecer tratamento de saúde gratuito somente para os miseráveis em hospitais de caridade. Algo como descontar o valor dos planos de saúde em folha e apenas fiscalizar os serviços todos prestados por entidades privadas. Hoje o SUS só serve pra fim eleitoreiro: é como a seca do Nordeste.
12
1
RONALDO  29.05.13 10h59
ESSE É O RETRATO DA SAÚDE PÚBLICA EM NOSSO PAÍS, UM REFLEXO SOMBRIO DO DESCASO DAQUELES QUE ADMINISTRAM O DINHEIRO PÚBLICO E UMA TOTAL FALTA DE SENTIMENTO HUMANOTÁRIO, ANTE AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE ENVOLVEM O TEMA. DIANTE DA CRESCENTE CARÊNCIA DE LEITOS DE UTI, DIANTE DA GRANDE INCIDÊNCIA DE PESSOAS MORRENDO NOS CORREDORES HOSPITALARES, TORNA-SE EVIDENTE UMA IMPOTÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E MUITO MAIS AINDA DOS CIDADÃOS COMUNS, QUE NECESSITAM DE ATENDIMENTOS EMERGENCIAIS. NEGAR UM LEITO HOSPITALAR, SOBREMANEIRA O DE UTI É CONDENAR UMA PESSOA A MORTE E ISSO É QUE TEM ACONTECIDO COTIDIANAMENTE. ATÉ ONDE CHEGAREMOS? ENQUANTO ISSO ROGO A DEUS PARA QUE NOS DÊ MUITA SAÚDE, POIS SOMENTE ASSIM É QUE MATEMOS VIVA A ESPEREANÇA DE UM AMANHÃ.
7
0
claudio cezar fim  29.05.13 10h55
claudio cezar fim, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas