Quatro escolas estão ocupadas em protesto contra parcerias

Cerca de 50 estudantes ocuparam mais uma escola, nesta sexta-feira (27),em Várzea Grande, em protesto contra o projeto do Governo do Estado de passar para iniciativa privada a gestão de 76 unidades de ensino, por meio de parceria público-privada.

A escola estadual Ubaldo Monteiro, no Jardim dos Estados, é a quarta ocupada por estudantes. Porém, de acordo com o vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Estudantes Secundaristas (AME), Gabriel Henrique Silva, de 20 anos, a Escola Estadual Dunga Rodrigues, no bairro Jardim Maringá 2, não faz mais parte do mapeamento da entidade.

“A escola foi depredada por anarquistas e nós resolvemos nos retirar, pois não agimos dessa forma. São divisões políticas diferentes. Cada um organiza de uma forma o protesto. Não concordamos com o que eles quiseram fazer e nos retiramos de lá”. Disse.

Segundo Gabriel, a previsão é que mais escolas participem do protesto a partir de segunda-feira (30).

“Com certeza mais escolas vão aderir e, inclusive, segunda-feira o governador [Pedro Taques] vai se surpreender com a quantidade de escolas ocupadas”, afirmou.

Além destas duas, estão ocupadas a Elmaz Gattas Monteiro, no bairro Ipase, e a Marlene Marques Barros, no Jardim Imperial.

O projeto

O Governo já contratou a empresa que vai elaborar o projeto para definir os detalhes da parceria com a iniciativa privada.

Ainda segundo o governo, a PPP tem como objetivo melhorar a qualidade dos serviços nas escolas. O projeto prevê a construção de 31 novas unidades, além da reforma, ampliação, gestão, manutenção e operacionalização de serviços não-pedagógicos de outras 44 unidades da rede estadual e 15 Centros de Formação e Atualização de Professores.

Segundo o governador, ainda serão realizadas audiências públicas para tratar do assunto, sendo que a primeira delas deve ocorrer na próxima semana.

“Não acreditem em mentiras, nós não privatizaremos escolas. A PPP não significa privatização. A revitalização do prédio, da estrutura física, do banheiro quebrado, da descarga quebrada, da pintura... Isso sim poderá ser gerido pela iniciativa privada. Mas, a gestão disso será feita por servidores públicos. Escola tem que ser pública, essa é uma determinação minha ao secretário de Educação”, afirmou.

O Governo anunciou nesta sexta-feira (27) que pretende realizar eleições para saber se as escolas aprovam as parcerias.

“Ainda existirão audiências públicas para tratar o assunto. Lá em Belo Horizonte, o índice de aprovação é fantástico, chega a 98%. E lá o modelo tem sido um sucesso", afirmou.

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