A jornalista Isa Ramos, de 66 anos, que atuou em Cuiabá durante 25 anos, relata o drama que viveu ao enfrentar um câncer de mama durante um ano. Atualmente morando em Brasília, ela revela que precisou reunir suas forças para não desanimar ao longo do tratamento.
“Se você for desanimar, sucumbe antes da hora. Você tem que ter coragem mesmo para enfrentar”, afirma.
Ela foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda em outubro de 2019, durante exames de rotina na campanha do Outubro Rosa, que visa a prevenção e o diagnóstico precoce.
Após um ano de altos e baixos, com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, a jornalista recebeu alta e está curada do câncer.
Ao receber a notícia, após passar pela última sessão de radioterapia há cerca de 15 dias, ela não aguentou e chorou de felicidade.
“Saí de lá [consultório] e chorei de alegria, agradeci a Deus. Pensava que o tempo não fosse passar, que não fosse ter o resultado logo, mas passou muito rápido. Tive uma alegria muito grande quando a médica falou”, descreve
“Mesmo não mudando minha rotina agora, pelo menos me dá uma perspectiva, já vou poder viajar, posso voltar a frequentar lugares que eu gosto”, completa Isa.
Uma decisão para a vida
Isa foi diagnosticada logo no começo de outubro do ano passado. Fazendo o autoexame, ela identificou um caroço na mama esquerda.
“O caroço apareceu, visivelmente, de apalpar logo no início. Fiz a ecografia e o médico pediu para investigar”, conta.
Ao receber o resultado de que era mesmo um câncer, a jornalista ficou completamente abalada. Diversas dúvidas surgiram em sua mente de como ela reagiria à doença.
“Parece que passou um trator em cima de mim. Eu não tinha noção se era muito ruim, se tinha cura. A palavra que passou na minha cabeça foi ‘cura’. Pensava: ‘será que vai doer?’”, relata.
Apesar disso, ela conseguiu se recompor e precisou tomar a decisão que iria definir o resto de sua vida. Isa se deu duas opções: lutar contra o câncer pela sua vida ou deixá-lo vencer.
“Falei para mim mesma assim que saí da ecografia: ‘ou eu ou ele’. E decidi que seria eu”, afirma.
A jornalista precisou mudar a vida agitada que levava e ter muita força para assumir o lado vencedor da batalha.
“A palavra-chave que resumiu tudo foi ‘determinação’. Mudei todos os meus hábitos e decidi que ia cuidar de mim”, revela.
Além da força própria, Isa conta que o apoio da família e amigos foi fundamental para o seu tratamento. Ela, sem medo de julgamentos e tabus, expôs em seu perfil no Facebook que estava enfrentando o câncer.
“Acho que compartilhando o problema, você recebe muita ajuda. A partir do momento que você compartilha, você ganha mais coragem, as pessoas te incentivam. Eu resolvi encarar o problema, enfrentar”.
Reprodução/Acervo Pessoal
Isa Ramos recebeu alta e está curada do câncer de mama
Cirurgia e tratamentos
No dia do seu aniversário de 66 anos, 14 de dezembro, Isa passou por uma cirurgia de retirada do tumor.
“Fiz a cirurgia, não doeu, não senti nada. Fiquei um dia no hospital e no outro dia já entrei em uma nova fase da minha vida”, relata.
Com muito alto astral, a jornalista iniciou a sessões de quimioterapia em janeiro deste ano. Ao todo, foram oito meses passando pelo procedimento, onde ela não sentiu nenhum efeito adverso à medicação.
“Fiz quatro brancas, quatro vermelhas todo mês. Todas as minhas quimioterapias eram feitas na sexta-feira. Aí eu falava: ‘sextou’”, brinca.
Após passar pela quimioterapia, Isa iniciou a radioterapia, que foram 18 sessões todos os dias. Desta vez, porém, ela chegou a sentir algumas dores, mas nada que não passasse com analgésicos.
Muito vaidosa, a jornalista conta que se preparava para as sessões como se fosse para sair com as amigas. No entanto, seu cabelo começou a cair e ela precisou raspar a cabeça.
Isa revela que não conseguiu assumir a careca, mas contornou o problema usando perucas e lenços que ganhou de presente.
“As pessoas falavam para eu assumir a careca, mas cada um assume de um jeito e eu quero assumir minha doença, mas com peruca, com lenço, com tudo”, defende.
Por estar isolada em casa em decorrência da pandemia de coronavírus e do próprio tratamento, a jornalista chegou a chorar algumas vezes e até perdeu peso.
“Tinha dias que vinha o baque, chorei de mais, chorava sozinha, rezava. Tinha certeza que conseguiria, mas é mais por conta do tempo, o tratamento é muito rigoroso, você fica limitado. Emagreci muito, 6 quilos”, relata Isa.
Para driblar os pensamentos ruins, ela começou a ocupar todo o tempo livre que sobrava, além de continuar trabalhando em home office. A aproximação com os amigos e familiares também a ajudou a se manter firme.
“Recebi uma força muito grande dos amigos de Cuiabá, não vou esquecer. São pessoas que se preocupam comigo, que me ligam, mandam mensagens”, afirma.
Outubro rosa
No mês de outubro acontece uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.
Para Isa, o Outubro Rosa é essencial para o diagnóstico de câncer em mulheres. Ela também faz um alerta para as mulheres não deixarem o problema se arrastar por muito tempo, que pode acabar piorando a situação.
“Tem que fazer exame, um exame é fundamental, pode definir todo o seu diagnóstico. O diagnóstico precoce é o que tem e toda mulher tem que encarar, não tem que ter medo de nada. Quanto mais você adia, você pode ter uma consequência pior”, afirma a jornalista.
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2 Comentário(s).
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Thiago Bergamasco 04.10.20 23h12 | ||||
Minha amada Tia Isa, sabia que ia dar tudo bem, afinal, dezembro é nosso mês e como de praxe vai rolar aquela festança! | ||||
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Joacir Jaime figueiredo 04.10.20 19h07 | ||||
Isa é uma pessoa muito especial é querida. | ||||
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