Cuiabá, Segunda-Feira, 7 de Julho de 2025
EDUCAÇÃO PARADA
10.06.2019 | 17h05 Tamanho do texto A- A+

Servidores mantêm greve e alegam falta de proposta do Governo

O Governo, por sua vez, diz que está impedido legalmente de conceder aumento salarial à categoria

Alair Ribeiro/MidiaNews

Por unanimidade, servidores da educação decidem manter greve

Por unanimidade, servidores da educação decidem manter greve

BIANCA FUJIMORI
DA REDAÇÃO

Os profissionais da Educação de Mato Grosso votaram por manter, por tempo indeterminado, a greve iniciada no dia 27 de maio. A decisão foi tomada em uma assembleia geral no início da tarde desta segunda-feira (10), na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá.

 

Ao todo, 93 Municípios participaram da assembleia e, por unanimidade, decidiram por continuar com as atividades suspensas.

 

Na terça-feira (4), o governador Mauro Mendes (DEM) enviou um documento aos grevistas com a contraproposta. No entanto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, afirmou que o Governo não apresentou propostas com base nas reivindicações feitas pela categoria.

 

“Esse documento aborda uma série de questões, mas não responde à nossa pauta de reivindicações. Esse documento não apresenta elementos suficientes para que possamos discutir, nessa assembleia geral, a suspensão da greve, com base nos pontos que foram apresentados para o Governo”, disse.

 

Conforme Valdeir, as medidas adotadas pelo Governo, como o corte do ponto dos profissionais, apenas agitaram ainda mais a mobilização dos trabalhadores e contribuíram para a permanência do movimento.

 

“Você não apaga fogo jogando gasolina em cima. E o Governo fez isso: ele jogou gasolina na categoria. Isso inflamou ainda mais. O que nós buscamos é que o Governo entenda que greve aqui em Mato Grosso é fato. Não é com a opressão que está sendo colocada que ele vai conseguir [acabar]”, disse.

 

Questionado sobre a fraca adesão ao movimento, o sindicalista avaliou de forma positiva os últimos dias. Ele apontou que, com o corte dos pontos, os educadores ficaram ainda mais insatisfeitos.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

valdeir pereira sintep

O presidente do Sintep, Valdeir Pereira, diz que o Governo ignorou as reivindicações da categoria

“Há escolas que estão aderindo hoje à greve em Mato Grosso”, afirmou.

 

Os servidores cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA). 

 

Os profissionais ainda reivindicam o fim do escalonamento salarial, realização de um concurso público e um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas. 

 

Ao final da assembleia, os servidores públicos saíram às ruas em um ato unificado, percorrendo a Avenida Mato Grosso até a Praça Alencastro, no Centro da Capital.

 

Outro lado

 

O governo afirmou que mantém o posicionamento do documento enviado ao Sintep na semana passada. 

 

Você não apaga fogo jogando gasolina em cima. E o Governo fez isso: ele jogou gasolina na categoria

No ofício, o governador relatou que está impedido legalmente de conceder aumento salarial aos servidores.

 

No documento, o Governo afirmou que é essencial o retorno aos limites de gastos com pessoal de acordo com o que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, 49%, para que seja possível que os reajustes possam ser novamente concedidos.

 

Conforme as informações apresentadas pelo Estado, o estouro do limite de gastos com pagamento de pessoal, que encontra-se em 61%, torna impossível a concessão do aumento aos professores.

 

O Governo afirmou ainda que não pode dar o aumento aos profissionais por mera vontade ou para cumprir o estabelecido em lei estadual, pois a lei federal e outras leis estaduais o impedem.

 

O Executivo ainda apresentou vários cenários que evidenciam a possibilidade ou não da concessão do reajuste, conforme o comportamento da receita e da despesa com pessoal para os próximos anos.

 

Ainda de acordo com o Governo, o compromisso é de não praticar “atos fiscalmente irresponsáveis para impor prejuízos às demais áreas da educação, como a manutenção das escolas, do transporte escolar, da merenda e, ainda, novos investimentos”.

 

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10 Comentário(s).

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Sandro Roberto  12.06.19 09h57
Dispensa esse povo, ai quero ver ganharem o que ganha ai fora, contratem novos profissionais que tenham empenho com a educação, e corte verbas do Sintep, como fiquei sabendo com o bloqueio de 30% pelo juiz de verbas que erma destinadas ao Sintep, ASSIM É FÁCIL FAZER GREVE.
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Regina  11.06.19 14h04
Esse movimento tá parecendo mas é politicagem, não tem respeito com os alunos que ficam prejudicados, aí falam que qdo voltar vão repor as aulas, mas na correria os alunos não aprende nada ficam é frustrados com tanta coisa ao mesmo tempo.
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Regina  11.06.19 13h52
Vcs professores merece todo nosso respeito, mas por favor isso ja tá virando é politicagem e bagunça, os alunos que saem prejudicados nisso tudo e qdo vcs voltam quer repor as aulas na correria e acaba os alunos não aprendendo nada, ficam é frustrados com tanta coisa ao mesmo tempo.
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aloísio  11.06.19 10h46
A greve dos professores é um movimento emblemático e um exercício de leitura e interpretação de texto. Há aqueles que olham apenas para as bandeiras vermelhas e param aí. Há aqueles que olham apenas para o “Lula livre” e têm chilique. Há aqueles que enxergam no movimento uma bandeira de luta pela educação pública e de qualidade. Há aqueles que veem apenas salários. Há aqueles que sentam em suas salinhas arejadas e ... “só em 2023! Esse já é o terceiro melhor salário de professor no país !” Há aqueles que não suportam ver o funcionalismo público na luta por melhores condições e dignidade no trabalho. Há aqueles que ignoram ... Há aqueles incansáveis que lutam sempre e acreditam que a educação é o pilar para um povo brasileiro mais civilizado e humano: esse é o professor da escola pública. Como dizia Martin Luter Kink: “A greve, no fundo, é a linguagem de quem não é ouvidos.”
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guto  11.06.19 10h15
essa greve é dos professores ou do PT? pois vi varias pessoas com camisa lula livre!
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