2016 não foi um ano bom para os comerciantes da Grande Cuiabá. A crise econômica atingiu vários setores, deixando muitas pessoas desempregadas por conta de empresários que tiveram que fechar as portas de seus estabelecimentos.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego subiu para 9,8% no segundo trimestre deste ano, em comparação ao ano de 2015 que registrou 5,7%. É a segunda maior já registrada, desde janeiro de 2012.
O setor que demonstrou os primeiros sintomas da crise foi o da hotelaria.
Neste ano, dois grandes hotéis foram fechados. Um deles deve se transformar em clínica médica. Acredita-se que, nos últimos meses, 20% dos funcionários tenham sido demitidos.
Recentemente, o restaurante Tom Choppin não resistiu à crise e fechou suas portas neste mês de dezembro, após 18 anos de funcionamento na Capital.
O anúncio foi feito por meio de uma publicação no Facebook. "Às vezes, a realidade é mais forte que os sonhos. Enquanto tivermos forças, sonhamos e lutamos. Mas, infelizmente, hoje, somos obrigados a fazer um comunicado que jamais gostaríamos de escrever", diz trecho da publicação.
O restaurante Duca’s 7, um dos mais tradicionais de Cuiabá, também fechou as portas no mês de junho.
O estabelecimento estava há 29 anos no mercado. A queda do faturamento de 2014 para 2015 foi de 30%. Já de 2015 para 2016, a situação se agravou ainda mais, chegando a 40%.
Marcus Mesquita/MidiaNews
O restaurante Duca’s 7, um dos mais tradicionais de Cuiabá, também fechou as portas, no mês de junho
Outras grandes redes da Capital, como a Decorliz, que comercializa móveis finos e artigos para decoração, não suportou a queda nas vendas e encerrou as atividades de uma unidade na Avenida Fernando Correa da Costa.
Nas ruas da região central da cidade, quem anda pelas principais áreas comerciais pôde ver muitas lojas de portas fechadas.
Na Rua Pedro Celestino (a antiga Rua de Cima), no Centro Histórico, tradicional área comercial da Capital, lojas como a Diz e a D’Paschoal desocuparam os imóveis, que ostentam, hoje, placas de “vende-se” ou “aluga-se”.
Os efeitos da crise atingem também as lojas dos shoppings centers. No Goiabeiras, uma filial da operadora de telefonia celular TIM encerrou a atividade.
“Só Utilidades”
Fundada há 25 anos, na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), próxima ao cruzamento com a Avenida Dom Bosco, a Só Utilidades era referência no comércio de utensílios domésticos em Cuiabá.
O fundador da empresa, Sérgio Rotini, afirmou que chegou a ter mais de 25 empregados.
Quando as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) começaram, em 2012, a empresa demitiu 10 e, em setembro de 2015, quando encerrou a atividade, estava com apenas sete.
Lojas Gabriela
Marcus Mesquita/MidiaNews
Após mais de 30 anos, a Loja Gabriela Calçados da Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, encerrou suas atividades
Após mais de 30 anos, a Loja Gabriela Calçados da Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, encerrou suas atividades em setembro.
A loja ficava ao lado da Praça Santos Dumont, em Cuiabá. Apenas essa unidade foi fechada. As demais, como as que funcionam nos shoppings, permanecem funcionando normalmente.
Apesar dos funcionários terem sidos avisados, eles não souberam dizer o motivo do fechamento.
Strike boliche
O Strike Boliche, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, também fechou as portas definitivamente no mês de setembro, após 17 anos de funcionamento. O motivo: a crise econômica.
O estabelecimento funcionava desde 1999 e era conhecido por ser, inclusive, uma opção para quem quisesse comemorar o aniversário de uma maneira diferente.
"Chorinho Bar"
As noites cuiabanas deixaram de ter a mais tradicional mistura de ritmos brasileiros do bar Chorinho. O estabelecimento, fundado há quase 24 anos, encerrou as atividades nos primeiros dias de agosto.
Apesar de as maiores dificuldades terem surgido há cerca de dois anos, o lugar enfrentava queda no público há quase cinco, quando teve que sair do Bairro Jardim Tropical, onde havia sido fundado.
No espaço onde surgiu, grande parte dos frequentadores do Chorinho eram universitários. A proximidade do bairro onde foi criado e as universidades da Capital costumava atrair o público jovem.
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5 Comentário(s).
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alexandre 26.12.16 08h57 | ||||
todos os comércios que ladeavam as obras do vlt foram prejudicados. a tal da ilha da banana, onde um morador se recusou a mudar e foi malhado por muitos, hoje é local para viciados se drogarem, é só passar com calma no local e observar isso. então vem a indagação: onde estavam os órgãos responsáveis pela fiscalização enquanto se estava liberando o dinheiro? só apareceram agora, e por que a inércia? fugi um pouco do tema da matéria, mas são perguntas que não querem calar!!! | ||||
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Bruno Anderson 26.12.16 07h44 | ||||
Quem sabe quando o povo aprender a votar as coisas melhora. | ||||
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Carmindo 26.12.16 06h42 | ||||
Amanhã os nossos vereadores aumentarão 35 % o IPTU de todos os cuiabanos , para ajudar na crise dos políticos !! | ||||
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carlos alberto 25.12.16 22h43 | ||||
É muito triste ver o brasil ser lapidado pela crise, criada por incompetentes e desonestos políticos. Assim está a realidade no brasil todo. Empresas, que geravam muitos empregos fechando as portas. A corrupção vai matar o país. Temos que mudar o sistema político. Efetivar as leis e pegar o dinheiro de volta, colocar a economia em ordem com gente honesta. | ||||
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Jorge 25.12.16 16h03 | ||||
Será que os #seacham servidores públicos sabem desta realidade ???? | ||||
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