Cuiabá, Terça-Feira, 15 de Julho de 2025
INCÊNDIO
15.07.2025 | 10h02 Tamanho do texto A- A+

Um ano depois, lojistas ainda sentem efeitos, mas têm esperança

Comerciantes estão alojados em uma estrutura provisória no estacionamento do prédio queimado

Victor Ostetti/MidiaNews

Corredor da estrutura provisória do Shopping Popular, em Cuiabá

Corredor da estrutura provisória do Shopping Popular, em Cuiabá

LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

Exatamente um ano após o incêndio que destruiu o Shopping Popular em Cuiabá, os comerciantes estão alocados em uma estrutura provisória instalada no antigo estacionamento, para onde foram em dezembro de 2024. A luta para manter a renda e as expectativas de dias melhores são evidentes nos empreendedores, que ainda relatam dificuldades financeiras.

 

A gente tá sobrevivendo agora, a gente passou por muitas dificuldades, mas nós estamos vendendo já, nós temos que pagar as contas

A antiga estrutura pegou fogo em 15 de julho de 2024 em razão do superaquecimento elétrico em uma das lojas. Como o prédio não possuía qualquer tipo de seguro para os comerciantes e mercadoria, centenas de pessoas foram afetadas, entre proprietários, locatários e funcionários. 

 

Exatamente um ano depois, o MidiaNews esteve no local para conversar com os trabalhadores que ocupam a estrutura provisória e esperam pela inauguração do novo Shopping, que está sendo reconstruído. 

 

Os comerciantes ainda não conseguiram se recuperar financeiramente da tragédia que levou mercadorias em exposição, estoque e até mesmo produtos de clientes, além de objetos que compunham a estrutura, como decoração, prateleiras e assentos. 

 

Atualmente, eles lutam para manter seus negócios funcionando na estrutura provisória.

 

Gaspar Neves Fernandes, proprietário de um restaurante no centro comercial, lembra que o prejuízo foi grande, e ainda não conseguiu se recuperar completamente. 

 

“Nós estamos sobrevivendo. A gente teve um prejuízo muito grande, passou de R$ 600 mil mais ou menos. Estamos sobrevivendo agora. A gente passou por muitas dificuldades, mas nós estamos vendendo já. Nós temos que pagar as contas”, afirmou. 

 

“A gente usou todas as economias que tinha para reabrir tudo, mas mesmo assim passa bastante dificuldade”. 

 

Outro empreendedor com dificuldades é Ariovaldo Mundim, conhecido como Ari Capas. 

 

“Hoje está pior do que quatro dias após [o incêndio], 20 dias, 4 meses, 6 meses, porque hoje você queimou tudo que você tinha guardado, já queimou a gordura que você tinha guardado. Você tinha um limite no cartão, já acabou o limite no cartão, você já está negativado no banco. Hoje está tudo muito complicado. Para minha empresa está tudo muito complicado”, lamentou. 

 

 

Assim como ele, muitos comerciantes adquiriram grandes dívidas logo após o incêndio para comprar mercadorias e até mesmo para necessidades pessoais e familiares.

 

Ainda assim, o espaço provisório permite a permanência dos negócios dos associados, mesmo que de forma parcial. 

 

“Como se diz: é provisório mesmo, né? E está muito apertado. A nossa cozinha funciona só em um container. Os restaurantes só em um container. O espaço é muito pequeno. Mas é o que a gente tem para trabalhar e é isso que a gente tem que fazer. Só trabalhar, arregaçar as mangas e trabalhar”, afirmou Gaspar.

 

Outra comerciante, Gislaine Gomes, responsável por uma loja de perfumes e acessórios de beleza, também diz que há dificuldades na estrutura provisória, mas vem melhorando aos poucos. 

 

“Eu creio que pelo motivo da estrutura ser assim, não ter aquele conforto que tínhamos antes, perdemos alguns clientes. Mas acredito que de um tempo pra cá eles estão começando a voltar. No começo foi complicado”, acrescentou. 

 

Bruna Santos, que tem uma loja de equipamentos eletrônicos, afirma que a situação está muito boa na estrutura provisória em comparação a logo após o incêndio, quando precisavam se acomodar na rua adjacente ao local. 

 

“Graças a Deus a gente se recuperou bem. O provisório foi melhor do que se imaginou. A gente estava em uma situação precária ali na rua, mas [agora] aqui ficou muito bom. Conseguimos atender o cliente melhor”, afirmou. 

 

“Na situação que eu estava antes para hoje, graças a Deus deu para conseguir mais mercadoria, trabalhar certinho. Na verdade, a gente estava em outro local e não tinha muito público. Quando viemos para cá, a gente viu a diferença. Na rua era muito difícil atender, era muito difícil, você tinha muita logística para fazer. E aqui não, os clientes vêm, os clientes que não querem vir: 'Ah, não vai dar para eu entrar aí". A gente vai lá na frente, e entrega”, acrescentou. 

 

Expectativas para o novo Shopping

 

Apesar das dificuldades, todos os comerciantes entrevistados se mostraram ansiosos pela nova estrutura que, de acordo com a associação dos lojistas locais, deve ficar pronta em abril do próximo ano. 

 

Ariovaldo afirma que já sonhou diversas vezes com o dia da inauguração e mal pode esperar pelo momento em que vai poder receber os clientes com mais conforto. 

Reprodução

incendio Shopping Popular

O incêndio aconteceu na madrugada do dia 15 de julho de 2024

 

“Agorinha isso passa, agorinha nós vamos estar lá dentro do nosso ponto, do nosso Shopping Popular novo, que vai ser climatizado, que vai ter todos os confortos que nossos clientes merecem, que os associados também merecem”, disse. 

 

Apesar de afirmar que nunca poderá esquecer o que aconteceu, Bruna espera por dias melhores e está ansiosa pela nova estrutura. 

 

“Estamos com o seu coração cheio de expectativa, porque quem vive isso aqui todo dia sente a necessidade. Isso aqui é tipo a nossa casa. Então a gente está aqui todo dia, toda hora. Estamos com uma expectativa grande. Estamos ansiosos”, disse a comerciante.

 

Gaspar também tem certeza de que o novo espaço será melhor e cumprirá com o prometido. 

 

“Para a nova estrutura será melhor que antes, com certeza. Todas as casas, quando queimam, quando se constrói a outra, se constrói muito mais moderna, muito melhor. A estrutura será outra”, destacou. 

 

Mesmo com todas as dificuldades, os comerciantes se mostram firmes em dedicação, além de manterem uma esperança sem igual, buscando forças para seguirem com seus empreendimentos. 

 

“Foi uma fatalidade muito grande que aconteceu na nossa vida, mas graças a Deus estamos buscando forças, estamos ressurgindo, renascendo. A gente não pode nunca desanimar, porque se você senta e chora, suas contas não param de chegar. As contas continuam chegando. E nunca foi nosso objetivo desanimar. Nós nunca desanimamos”, finalizou Ariovaldo. 

 

 

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Nova estrutura do Shopping Popular

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Nova estrutura do Shopping Popular

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Nova estrutura do Shopping Popular

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Nova estrutura do Shopping Popular

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Praça de Alimentação provisória do Shopping Popular

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Praça de Alimentação provisória do Shopping Popular

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Fachada da estrutura provisória do Shopping Popular

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Estrutura provisória do Shopping Popular

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Clientes em compras no Shopping Popular

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Clientes em compras no Shopping Popular

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Clientes em compras no Shopping Popular

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Clientes em compras no Shopping Popular

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Clientes em compras no Shopping Popular




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