A Prefeitura de Várzea Grande e o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso lançaram na noite de ontem (14), no Parque Bernardo Berneck, a campanha “VG sem Queimadas”.
A ação, que chega em um momento crucial do período de seca, tem como foco a prevenção, o combate e a educação ambiental voltada às queimadas urbanas, um problema que afeta diretamente a saúde, o meio ambiente e a economia do Município.
A prefeita Flávia Moretti (PL), lembrou da infância e do exemplo consciente do pai que ajudava o Corpo de Bombeiros em campanhas no Pantanal de Mato Grosso, ao reforçar que o enfrentamento às queimadas deve ser contínuo e não apenas sazonal.
“Essa campanha não é só apagar o fogo. É salvar vidas, é economizar na saúde, é proteger a fauna, a flora e o bem-estar da população”, afirmou.
A gestora revelou que o Município já busca recursos federais para ampliar a estrutura da campanha, com aquisição de caminhão-pipa e caminhonetes, além de formação de uma equipe fixa de combate e prevenção o ano inteiro.
“Mesmo com poucos recursos, quando há vontade política, as coisas acontecem. Já temos sinalização positiva do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para equipar melhor nossa brigada. Mas, principalmente, precisamos da conscientização da população. Queimada urbana é crime e mata silenciosamente, principalmente nossas crianças e idosos”, alertou Flávia.
A campanha une força operacional e educativa. O Corpo de Bombeiros Militar de Várzea Grande sob comando do tenente-coronel Heitor Alves de Souza, contará com o reforço de 10 brigadistas civis cedidos pela prefeitura, além de viaturas e apoio logístico.
“Vamos ampliar a capacidade de resposta às ocorrências e intensificar a fiscalização, temos 90 homens em nosso batalhão e teremos mais de 100 pessoas envolvidas nessa campanha. Os proprietários de terrenos que não fizerem a limpeza adequada, evitando as queimadas, poderão ser responsabilizados civil e criminalmente”, afirmou o comandante.
COOPERAÇÃO TÉCNICA - A ação também tem respaldo legal. O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável, Ricardo Amorim, destacou que a campanha é sustentada por um termo de cooperação técnica com os Bombeiros e que inclui fiscalização punitiva, além de ações educativas em bairros e escolas.
“As multas por queimada podem variar de R$ 1,5 mil a R$ 2 milhões, dependendo do dano causado. Mas nosso foco é a educação, não a punição. Queremos evitar o fogo antes que ele aconteça”, reforçou.
A FUMAÇA: O POVO SENTE NA PELE - Moradores presentes no lançamento deram voz ao sofrimento silencioso da população durante a estiagem. Jessiane Serradilha, do Jardim Glória, relatou:
“A garganta arde, os olhos coçam, e as crianças sofrem muito. As pessoas acham que queimada é só problema rural, mas não. Ela invade nossas casas”.
Vanessa Nérez, moradora do Milton Figueiredo, levou os filhos para um piquenique no parque e desabafou:
“É revoltante. Todo mundo sabe o mal que faz, mas ainda assim queimam. É um crime contra a saúde pública”. Já o pequeno Tony, de apenas 6 anos, mandou um recado direto: “É ruim. A gente fica com falta de ar. Eu até desmaio”.
Gabriel Araújo, morador de Cuiabá, mas frequentador assíduo do Berneck, resumiu o sentimento coletivo: “Essa fumaça mata o lazer, a saúde e até o sossego. A queimada urbana é cruel porque é evitável”.
UMA CIDADE QUE SONHA COM AR PURO - A prefeita encerrou seu discurso fazendo um apelo:
“Vamos sonhar juntos com um pôr-do-sol sem fumaça, mesmo sem chuva. Sonho é para ser buscado. E com ação, prevenção e união, a gente chega lá. O recado de Várzea Grande é claro, queimadas urbanas são proibidas em qualquer período do ano e a luta contra o fogo começa na consciência de cada cidadão”.
A campanha “VG sem Queimadas” segue até novembro, período mais crítico da estiagem em Mato Grosso. Denúncias podem ser feitas diretamente ao número 193.
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