Enquanto estava hospitalizado, o empresário Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, pediu para não receber visitas da médica Sabrina Iara de Mello, que seria sua amante e pivô do crime que o vitimou. Segundo a Polícia Civil, apenas quatro minutos após a internação de Ivan em decorrência de facadas que ele havia recebido, a médica chegou ao hospital se apresentando como “amiga” do paciente e pegou o celular dele para apagar evidências da relação entre os dois.
As informações foram confirmadas pelo delegado Bruno França durante entrevista coletiva nesta terça-feira (15), após a deflagração da Operação Inimigo Íntimo, que investigou a morte de Ivan e as tentativas de acobertar os responsáveis pelo crime.
Segundo o delegado, a morte do empresário, que ficou internado por três semanas, surpreendeu a Polícia, diante da melhora no quadro de saúde e do prognóstico de recuperação.
Ivan foi ferido a facadas em 22 de março, na distribuidora do amigo e marido de Sabrina, o empresário Gabriel Tacca, em Sorriso. Após apresentar uma melhora considerável, ele morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória em 13 de abril.
“A gente acreditou que a vítima fosse sobreviver, houve uma piora brusca, abrupta e a vítima acabou falecendo. A Polícia retomou as investigações e acabou descobrindo que essa história não era verdadeira”.
Até então, a Polícia investigava o caso como resultado de uma briga de bar. Gabriel e o assassino — autor das facadas — apresentaram essa versão aos investigadores. O empresário ainda tentou convencer a Polícia de que não conhecia nem a vítima, nem o executor.
As investigações comprovaram que eles eram amigos íntimos e que a vítima mantinha uma relação amorosa com a esposa de Tacca.
Segundo o delegado, a médica usou de sua influência para pegar o celular da vítima, mas não é possível afirmar que ela tenha relação com a piora brusca do quadro de saúde.
“Realmente a morte da vítima pegou a gente de surpresa. O quadro médico indicava que sobreviveria. Mas, analisando o prontuário, ele aponta a causa da morte como complicação das facadas. Nós não temos prova nenhuma nesse sentido”.
“O que a gente sabe é que a vítima havia pedido para não permitir que a médica o visitasse no hospital e, ainda assim, ela insistia com visitas. Mas isso não pode levar a gente a adicionar uma conclusão profunda dessa, apesar da gente ter que checar o fato”, afirmou.
Operação
Sabrina foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (15) e, por ora, responde por fraude processual, por apagar supostamente provas que ocultavam sua relação com a vítima.
“O celular da vítima foi praticamente resetado e nós conseguimos provar que existia, na verdade, uma história fabricada de um homem que estava sendo traído”, afirmou o delegado.
Para a Polícia, ela já confessou ter apagado provas do celular da vítima, mas nega envolvimento na morte.
Gabriel Tacca foi preso nesta terça-feira, apontado como o mandante do crime. Além dele, o suposto executor, Danilo Guimarães, também foi alvo de mandado de prisão temporária.
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