“Vou lutar por justiça até o meu último suspiro”, diz mãe de jovem

Seis meses após a morte do estudante Frederico Albuquerque Siqueira, aos 21 anos, a mãe do jovem cobra que o casal denunciado pelo crime seja punido pela Justiça. O rapaz foi atropelado em setembro do ano passado, na Avenida Beira Rio, enquanto confraternizava com amigos.

Vamos lutar até o fim! Eu falo que, até meu último suspiro, eu vou lutar pela justiça por Frederico

A declaração de Laura Albuquerque Corrêa da Costa aconteceu na manhã desta quinta-feira (2), durante manifestação de familiares e amigos do rapaz, no local onde houve o atropelamento, em frente à conveniência Confraria Medeiros.

“[Eles] já foram denunciados também para o Tribunal de Justiça, e agora está na mão do juiz. Vamos lutar até o fim! Eu falo que, até meu último suspiro, vou lutar pela justiça por Frederico”, disse ela durante o ato.

Ainda segundo Laura, a família pretende indicar um assistente jurídico para auxiliar na acusação contra Danieli Correa da Silva - que dirigia o veículo no momento do atropelamento -, e Diogo Pereira Fortes, proprietário do carro.

A denúncia do Ministério Público Estadual foi encaminhada ao Poder Judiciário em novembro do ano passado, e pede pena por homicídio qualificado. Diante disso, foi pedido que o casal seja submetido a júri popular.

Conforme a investigação, ambos estavam alcoolizados na madrugada daquela sexta-feira, sendo que Danieli não tinha carteira de habilitação e ainda dirigia em alta velocidade. Os dois fugiram da cena após o atropelamento, sem prestar socorro a Frederico.

“São milhares de vítimas de trânsito [...] Essa impunidade não pode persistir. A nossa luta, hoje, a manifestação dos amigos, da família do Fred, é por justiça. Por uma conscientização de que o trânsito é coisa séria e quando você pega um carro embriagado, aquilo se torna uma arma na sua mão”, disse a mãe.

Angélica Callejas/MidiaNews

Glauco Corrêa da Costa e Laura Albuquerque Corrêa da Costa, pai e mãe do jovem

“Você mata e você foge… Você deixa deitado um menino, jogado ao chão como se fosse qualquer coisa. Isso é o que mais me dói... Eles não terem parado, não terem prestado socorro, mesmo que meu filho estivesse morto”, desabafou.

Segundo a perícia, Danieli dirigia em uma velocidade aproximada de 90 km/h, 50% acima do permitido para o local, que é de 60 km/h

“O trabalho da Polícia Civil foi muito bem feito e agora está na mão do juiz. Creio que ele vai fazer aquilo que é correto, dentro da lei, e vai indicar os dois a júri popular por homicídio doloso”, completou ela.

O crime

O atropelamento aconteceu no dia 2 de setembro de 2022, por volta de 1h40, na Avenida Beira Rio, no Bairro Grande Terceiro. Todo o incidente foi filmado por câmeras de segurança da conveniência onde Frederico estava com vários amigos.

Pelas imagens é possível ver que o rapaz se deslocava até um grupo de amigos que estava escorado em um veículo estacionado em frente do estabelecimento, quando o Honda Fit branco conduzido por Danieli o atingiu.

Frederico foi arremessado por 13 metros após a colisão, e morreu instantaneamente. Além dele, outros dois rapazes que estavam próximos foram pegos de raspão pelo carro.

Veja os vídeos do ato: