O presidente da Agência Estadual da Copa (Agecopa), Adilton Sachetti, encaminhou, na sexta-feira (23), um ofício ao ministro dos Esportes, Orlando Silva, informando que Cuiabá está cumprindo todos os prazos estabelecidos pela Fifa e que dará início as obras da Arena Multiuso - Novo Verdão nesta segunda-feira (26).
Sachetti informou o ministro que a cidade de Cuiabá, por meio de medidas tomadas pelo Governo de Mato Grosso, apresenta "o mais absoluto rigor quanto à observância dos prazos assinalados pela Fifa".
Ele lembrou, por exemplo, que, no dia 30 de março de 2010, o Governo homologou o processo licitatório em que sagrou-se vencedor o Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior, para a construção da nova Arena Multiuso denominada "Novo Estádio Verdão".
Ameaça
No dia 20 de abril, foi assinado contrato entre a Agecopa e o consórcio e expedida a Ordem de Serviço para o início da construção da nova Arena. E, nesta segunda-feira, serão iniciadas as obras, conforme estabelece o cronograma físico-financeiro do contrato.
Na sexta-feira, o ministro Orlando Silva alertou para a existência de um suposto "Plano B" do Governo Federal para o atraso das obras de construção dos estádios para o Mundial do Brasil: a exclusão de cidades sedes do torneio.
"Posso assegurar que, se a cidade não cumprir o prazo de início de obras de 3 de maio, passa a ter o risco de exclusão da Copa. A decisão de fazer a Copa em 12 cidades foi do presidente Lula, para que todas as regiões do Brasil pudessem receber jogos, mas a Fifa só precisa de oito cidades, porque são oito os grupos de seleções. Então, nosso plano de contingência é eliminar cidades que não consigam cumprir os prazos", afirmou o ministro, em entrevista ao portal de notícias R7.
O Brasil definiu 12 cidades como sedes da Copa do Mundo de 2014, mas algumas estão com o cronograma de obras atrasado, o que causa preocupações na Fifa e no Governo federal.
Garantias
No ofício enviado ao Ministério do esporte, Adilton Sachetti destacou que Cuiabá vem cumprindo todos os requisitos da Fifa e não haveria por que ser excluída, já tendo assegurado, inclusive, recursos estimados em R$ 1 bilhão para o novo estádio e para as obras de mobilidade urbana e infraestrutura de transporte coletivo.
Durante a assinatura do contrato com a Agecopa, na terça-feira (20), o diretor da Construtora Mendes Júnior, Fernando Linhares, confirmou que a movimentação começa nesta segunda-feira (26), com os trabalhos topográficos, a montagem do canteiro de obras, com os primeiros equipamentos e início do processo de seleção de mão-de-obra. Segundo ele, o canteiro da obra contará com pelo menos 800 profissionais.
Temor da CBF
Em entrevista ao site Gazeta Esportiva, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, revelou temer que a Copa do Mundo de 2014 sofra "sérios problemas", se as obras para construção dos estádios e de infraestrutura não começarem nas próximas semanas.
"Se elas não começarem até o começo de maio, passaremos por sérios problemas", disse o mandatário do futebol nacional, na semana passada, durante cerimônia na Academia Brasileira de Letras (ABL), em que também estiveram presente o técnico da Seleção Brasileira, Dunga, e João Havelange, ex-presidente da Fifa.
Quando questionado se os atrasos nas obras da Copa do Mundo poderiam reduzir o número de cidades-sedes de doze para dez, Teixeira foi enfático e disse que não tratará do assunto antes do decisivo dia 3 de maio.
"Não falo sobre hipóteses. Vou aguardar o dia 3", disse o presidente da CBF, que também culpou a crise política vivida por Brasília pelo atraso nas obras do Distrito Federal. O governador José Roberto Arruda havia prometido construir o estádio mais caro da Copa, mas foi afastado do cargo.
As 12 sedes escolhidas pela Fifa são: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Recife, Fortaleza,
Natal e Cuiabá.
O Plano B
Na sexta-feira, o mMinistro dos Esportes, Orlando Silva, afirmou que havia a possibilidade de atrasos e problemas nas obras causarem a exclusão de pelo menos quatro das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. No entanto, horas mais tarde, o Ministério desmentiu a informação através de nota oficial emitida.
"Possibilidade de exclusão (de sedes) sempre existe. Insisto: o plano da Fifa era construir em 8 cidades. Nós é que insistimos para que fossem 12", afirmou Orlando Silva, segundo a Folha de S. Paulo, durante um fórum de empresários na Bahia. Mais tarde, ele tirou do Ministério a responsabilidade de tomar tal decisão.
"Não há Plano B do Governo Federal para reduzir o número de cidades-sedes da Copa do Mundo 2014. Estádios é assunto entre as cidades, Estados e a Fifa", disse nota enviada pelo Ministério dos Esportes. De acordo com contratos assinados pelo Brasil, a decisão de inclusão ou exclusão de qualquer cidade deve ser tomada pela entidade máxima do esporte.
Orlando Silva vem criticando o atraso na programação de reformas para a Copa do Mundo de 2014. As obras devem ser iniciadas nas cidades sedes até 3 de maio, prazo máximo definido. Há problemas com licitações, financiamentos e projetos - entre eles, o que mais tem causado polêmica é do Morumbi, que não teria condições de receber a abertura do Mundial.