Silval diz que há um "complô" contra o VLT em Cuiabá

O governador Silval Barbosa (PMDB) rebateu, nesta segunda-feira (29), as denúncias feitas pelo Portal UOL sobre suposto pagamento de propina para a escolha do consórcio responsável pela implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na Grande Cuiabá (Capital e Várzea Grande).

“Quando nós definimos mudar o modal de transporte, tirar uma obra e trocar essa obra na Matriz de Responsabilidade, houve, sistematicamente, tentativas de mudar a opinião pública, dizendo que o Ministério das Cidades tinha feito rolo, falcatrua e superfaturado a obra. Tentaram até derrubar o ministro, desde aquele momento”, afirmou.

As declarações do governador foram dadas durante coletiva, realizada no canteiro de obras da Arena Pantanal, no bairro Verdão, após vistoria feita por representantes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e do COL (Comitê Organizador Local) no local.

Silval reclamou que há uma “campanha maciça” sendo movida contra a implantação do VLT no Estado.

“Faz horas que há uma campanha maciça, tentando inviabilizar essa obra. Todos saíram denunciando quem seria o vencedor da obra. Até a deputada Luciane Bezerra (PSB) denunciou uma empresa que seria a vencedora, trinta dias antes de o resultado ser divulgado. Outros disseram que seria o VLT Cuiabá. Estão tentando derrubar essa obra, não sei a serviço de quem, pago por quem”, afirmou.

O governador negou a existência de corrupção na escolha do Consórcio VLT Cuiabá como responsável pela execução das obras do novo modal de transporte público na Capital, e que venceu a licitação com a proposta de R$ 1,477 bilhão.

Ele comentou sobre o inquérito instaurado, a seu pedido, para investigação de um suposto esquema para derrubar o VLT, até mesmo, convidando os Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar quem estaria por trás do suposto complô.

“Eu instaurei o processo, determinei ao secretário de Segurança Pública que investigue à exaustão quem está por trás disso e a serviço de quem. Pedi à Polícia Civil e aos secretário que envolva o MPE, MPF e a Abin para ajudar nas investigações. Não temos medo de apuração, não temos preocupação, porque nós temos a certeza da transparência e queremos uma obra que fique”, disse.

Segundo o governador, ele pediu ao Ministério Público para que participe das investigações, mas que não penalize a obra.

“O que nos queremos é transparência. Falei para o MP que investigue até a exaustão e puna quem tiver que punir, exemplarmente, mas que não inviabilize uma obra que não é do governador. A obra é para Mato Grosso, para o povo que necessita de um transporte de massa e para Cuiabá. Então, se tiver alguém falando em nome do Governo, que seja penalizado, mas que não penalize a obra”, disse.

RDC polêmico

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, e o governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB)

Silval destacou que a licitação do VLT pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação) foi a obra da Copa do Mundo que teve a maior transparência possível, durante todo o processo licitatório e, ainda assim, é a mais criticada.

Ele afirmou que convidou, oficialmente, todos os órgãos de controle e investigação para ajudar a elaborar o RDC e para acompanhar o processo licitatório.

“Quando nós fomos construir o RDC, eu convidei oficialmente todos os órgãos de controle para ajudar a elaborar o RDC: MPE, MPF, TCU, AGU, TCE, PF, todos. Para anunciar o edital, novamente, eu convidei a todos, sem exceção. Para as audiências publicas, todos os órgãos de controle foram convidados novamente. No dia do resultado da licitação, os envelopes foram abertos na frente da imprensa”, disse.

O governador recebeu o apoio do secretário-executivo do Ministério dos Esportes e coordenador do Grupo Executivo da Copa, Luís Fernandes, que é responsável pela Matriz de Responsabilidade. Ele também defendeu a implantação do VLT na Grande Cuiabá, durante a coletiva.

“Essa obra do VLT em Cuiabá é muito importante para a mobilidade urbana. Vai atender à Copa, mas, mais importante que isso, é o legado que ficará como infraestrutura de mobilidade urbana para os habitantes e transeuntes de Cuiabá e Mato Grosso, em geral. E foi esse entendimento que determinou a decisão feita pelo Grupo Executivo da Copa de inclusão dessa obra na Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo”, afirmou.

Segundo Fernandes, todas as recomendações feitas pelos órgãos de controle e fiscalização serão cumpridas pelos responsáveis pela execução das obras do Mundial de 2014.

“Dentro dessa visão, na implantação desse empreendimento, toda e qualquer recomendação dos órgãos de controle referentes a essa ou qualquer obra da Matriz de Reponsabilidade serão acatados. Assim como todas as determinações judiciais relativas à essa ou qualquer obra da Matriz de Responsabilidade das 12 cidades-sede serão acatadas pelos órgãos responsáveis pela execução das obras”, declarou.