GAZETA DIGITAL
Com o preço do tomate nas alturas, consumidores estão fazendo pesquisas e comprando em dias de oferta. Para estimular ainda mais a concorrência, supermercados baixam os preços e divulgam promoções.
Rede supermercadista Modelo, por exemplo, anuncia a redução gradativa do preço do fruto em Cuiabá e Várzea Grande nas próximas semanas. Nesta quinta-feira (11), o quilo nas 10 lojas da rede foi vendido por R$ 3,99, e segundo o coordenador de perecíveis, Hélio Rubens Magalhães, deve ser mantido em torno de R$ 5, valor bem abaixo do que foi visto nas últimas semanas nas feiras e supermercados das duas cidades, quando chegou a R$ 10 em alguns estabelecimentos.
Em outra rede, a Compre Mais, também há promoção e na quarta-feira os consumidores levaram um dos principais ingredientes da salada por R$ 3,99. Nesta quinta-feira, o preço voltou para R$ 4,49 e de acordo supervisor de vendas Derli Locatelli, deve permanecer nesta média. Nos supermercados Compre Mais, o tomate chegou a ser vendido por R$ 7,89. No Modelo o maior preço foi de R$ 8.
Conforme Magalhães, a promoção Modelo é possível graças a uma parceria com fornecedores dos estados de Goiás e do Paraná. “Cerca de 20 toneladas de tomate foram compradas para a promoção desta quinta e negociação para as próximas semanas já está em andamento”, adianta. “A queda nas vendas é natural diante do preço, mas acreditamos que ele deve ser estabilizado em R$ 4 ou R$ 5 e as pessoas voltarão a consumir a mesma quantidade de antes”.
Locatelli aponta que a queda no volume de vendas provocou a diminuição do preço. “As pessoas passaram a comprar menos tomate ou substituir ele por outro fruto e legume. Neste período houve uma oferta grande que tinha que ser comercializada já que o produtor estava com o fruto colhido e maduro e precisava vender”.
Comerciante, Ivanilce Medeiros diminuiu o consumo do fruto em casa, mas conta que não pode fazer o mesmo na lanchonete dela. “Em média, em cada sanduíche que fazemos utilizamos pelo menos 3 rodelas de tomate. Pagando mais de R$ 8 pelo quilo. Tivemos que diminuir o tamanho da fatia para não repassar o custo para nossos clientes, disse ela ao lembrar que além de caro, o tomate que está sendo vendido nos últimos meses não é de boa qualidade.
A administradora Eliane Vidigal Bezerra é mais radical. Afirma que não vai mais comprar o fruto a R$ 8,97, como na compra do último sábado (6). “Comprei porque ia ter uma confraternização em casa e o tomate não podia faltar, mas não compro mais até que o preço baixe”. Ela compara o preço do produto ao da carne e do arroz e diz que é um absurdo pagar mais caro pelo tomate.
Neste mês, o preço do produto em Cuiabá e Várzea Grande chegou a até R$ 10 em alguns pontos comerciais. Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, apesar do aumento de 150% nos últimos 12 meses, o preço deve começar a cair em abril. Ele diz que por causa de outros fatores, como o aumento do custo da mão de obra e do diesel, o consumidor ainda vai encontrar o produto com preços elevados, mas perceberá uma queda em relação aos registrados entre janeiro e março. “A alta em janeiro, fevereiro e março é natural porque tem o período de entressafra de vários produtos, mas a do tomate é marcante”.
O economista destacou que em 2010 e 2011 o produtor não teve um bom retorno com o tomate e o reflexo foi a redução da área plantada, que contribuiu para a elevação do preço no início de 2013. “A queda da área cultivada foi notada especialmente em 2012, que teve a área inferior a de 2011”, completou. Na avaliação de André Braz, este foi um fenômeno nacional. “Praticamente todas as cidades sofreram com a falta do produto”.