Marcia Ferreira

Instituição filantrópica icônica de Cuiabá, o Abrigo Bom Jesus é a última esperança em termos de dignidade e acolhimento para dezenas de idosos abandonados pelas família em Mato Grosso.
Lá, eles encontram afeto, atenção, dieta adequada, atividades sociais e acesso à Saúde, entre outros. E gerenciar o abrigo, para que nada falte, é um desafio diário para s sua presidente Márcia Ferreira. Para se ter uma idéia, são necessários R$ 400 mil por mês para manter a instituição - só a folha salarial de quase 80 funcionários chega a R$ 200 mil.
"Na área da Saúde, o valor supera R$ 1 milhão ao ano. Por que essa conta? Só de fralda, que é um insumo de saúde, a gente gasta 482 fraldas. Os números do Abrigo são assustadores. Nós consumimos, por dia, 32 quilos de carne", exemplifica Márcia.
Ela também falou do desafio emocional no trato diário com 100 idosos. “Não é fácil lidar, principalmente com aqueles idosos que já estão enfermos, que já estão acamados, aqueles que foram abandonados em hospitais e que hoje requer mais atenção ainda da nossa parte. Então o emocional mexe muito mesmo”, afirmou.
Em entrevista exclusiva ao MidiaNews, Márcia Ferreira, que atua no abrigo há dez anos, falou ainda das mudanças necessárias do Poder Público para um apoio mais efetivo aos idosos abandonados.
"É preciso que o poder público dê mais atenção, que o Ministério Público, a Promotoria do Idoso, não fique falando sozinha, que o Executivo abra exceções, se for necessário, que a Secretaria do Estado e do Município compreendam que, independente da lei federal, que não especifica que o abrigo é um hospital ou uma unidade de Saúde, que abram exceções para que possa, sim, receber o medicamento, receber auxílios e os insumos da Saúde", disse.
Doações ao Abrigo Bom Jesus podem ser feitas através da conta Sicredi Agência: 0810 / Conta Corrente: 74692-9 / PIX CNPJ: 03.483.351/0001-99
Confira os principais trechos da entrevista (e a íntegra do vídeo no final da matéria):
MidiaNews - Qual é o perfil dos idosos atendidos pelo Abrigo Bom Jesus?
Márcia Ferreira - Em termos de idade, hoje temos de 66 anos até 107 anos. Temos vários na faixa de 90 anos, alguns de 104 anos também, além da mais idosa com 107 anos. Todos eles chegam no Abrigo Bom Jesus vítimas do abandono ou da vulnerabilidade social que eles estão inseridos, mas a maior parte do abandono.
Esse abandono acontece na casa de um vizinho que ele é deixado, ou num espaço público, ou até mesmo em hospitais. Muitos idosos são abandonados em hospitais públicos. Os hospitais, por sua vez, procuram a Justiça e a Justiça recorre a nós, recorre à Prefeitura.
A Prefeitura de Cuiabá, como ainda não tem uma instituição de acolhimento, faz a solicitação para que o abrigo acolha. O abrigo não é uma entidade pública, é uma entidade de caráter privado, porém filantrópico. A gente não visa lucro. Na verdade, a sociedade é a nossa maior mantenedora.
MidiaNews - E como eles lidam com essa solidão proveniente do abandono?
Márcia Ferreira - No primeiro momento, temos idosos com 40 anos morando no abrigo. Tem, inclusive, uma idosa que chegou com a mãezinha dela, a mãezinha já partiu e ela hoje está na faixa de 90 anos. Então, muitos moradores já estão lá há mais de 20 anos.
No primeiro ano, é difícil. Os primeiros anos são difíceis, com exceção para aqueles que já no primeiro momento, oriundos de violências familiares, se sentem acolhidos amorosamente. Eu diria para você que o afeto que é ofertado pelos nossos colaboradores, em especial pelos cuidadores, pela equipe multidisciplinar, é o maior ingrediente que faz a diferença para que ele se sinta acolhido. O afeto em todas as circunstâncias é, sem dúvida alguma, a diferença.
MidiaNews - E como é para vocês que atuam no dia a dia lidar com esse público, que é tão vulnerável no fim da vida?
Márcia Ferreira - Não é fácil. Emocionalmente, vou dizer até por mim, sempre fui uma pessoa muito razão, objetiva, e estou conselheira no Abrigo há mais de 10 anos. Em 3 anos, a gente vem colaborando na diretoria, especialmente na presidência. E esse contato diário que desenvolvo, desenvolveu em mim o lado emocional muito grande, muito mais do que razão.
Não é fácil lidar, principalmente com aqueles idosos que já estão enfermos, que já estão acamados, aqueles que foram abandonados em hospitais e que hoje requer mais atenção ainda da nossa parte. Então o emocional mexe muito mesmo.
Mas é uma alegria, por outro lado. O Abrigo Bom Jesus é um lugar de muita alegria. Recentemente, encontrei uma pessoa que disse: ‘Não vou lá porque tenho dificuldade em lidar com a tristeza, com o abandono’. Eu disse: ‘Não, você não vai encontrar tristeza no Abrigo’. Todas as quarta-feiras a gente tem um grande show na praça. E nesse momento, os idosos estão todos na praça usufruindo.
E isso é de segunda a segunda. A agenda dos nossos idosos é bem concorrida. Duas vezes na semana um grupo sai, temos transporte, temos ônibus, temos van, duas vezes na semana eles saem para fazer equoterapia. Nesse final de semana, esse grupo participou de um campeonato nacional de hipismo. Aqui no centro onde eles fazem a equoterapia.
Uma vez na semana eles vão para shopping, vão para o cinema na quarta-feira. Eu diria para você que não tem muito tempo para tristeza não. É claro que um abandono, a saudade de um filho, sempre existirá.
MidiaNews - Em relação a isso, muitos têm histórico de relação ruim com os filhos?
Márcia Ferreira - A penúltima idosa que entrou agora, não completou dois meses, desde o ano passado a Polícia estava tentando resgatá-la. Ela era aprisionada por um neto. Tudo isso por troca de um cartãozinho, que é a aposentadoria dela.
Esse neto já estava na mira da polícia, e nós aguardando para poder acolher, porque não tinha outra pessoa para acolher essa idosa. Ela entrou no abrigo com 21 quilos. Graças a Deus, ontem foi pesada e já está com quase 24 quilos. Ela ficou as primeiras 24 horas sem se alimentar, sem beber água. Quando a polícia chegava no barraco, ele mudava, ele ficava sabendo, mudava com ela para outro ponto da cidade, o que dificultou. Mas nos primeiros dias dela, o tempo todo ela chamava pelo neto. Ela apertava o coração e falava o nome do neto e dizia que ele estava preso, porque ela viu ele ser preso. Então o amor é uma coisa que não se explica.
Agora, tem aqueles momentos tristes. Eu mesma presenciei. Um idoso me entregou um pedacinho de papel com um telefone e pediu para que eu ligasse para o filho ir visitá-lo e eu liguei. Ele trabalha em uma loja conhecida aqui em Cuiabá. Eu liguei e ele simplesmente disse: ‘olha, fala para ele esquecer, que ele nunca foi meu pai. E, por favor, a senhora some com esse telefone’. Claro que eu não contei isso para ele. Eu disse que eu não consegui falar com ele. Essas dores a gente sente. A gente vivencia.
Victor Ostetti/MidiaNews
Idosos do Abrigo Bom Jesus sentados em cadeiras em um corredor
MidiaNews - Quantos idosos são atendidos atualmente pelo abrigo? E quantos o abrigo recebe por ano? Tem uma média?
Márcia Ferreira - Hoje, a gente completa 100 idosos. Estamos fazendo uma reforma. E gostaria de aproveitar o espaço para agradecer o velamento que o Ministério Público tem para com o abrigo. O abrigo, por ser fundação, é velado por duas promotorias: a do idoso, naturalmente, e a promotoria de fundações.
Vela por nós, que cuida, nossas prestações de contas são feitas junto ao Ministério Público. A transparência é muito grande por ser fundação. Isso é bom para nós, enquanto gestores, que vivemos de doações. Ter as nossas contas aprovadas pelo Ministério Público, pela vara de fundações, nos dá mais credibilidade. Estamos com um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] reformando a ala.
Reformamos a ala feminina, questão de um ano, e agora estamos concluindo a reforma da ala masculina, que há mais de 30 anos não tinha nenhuma reforma. E também estamos em obra com uma nova ala da saúde. E tudo isso graças aos recursos do Ministério Público. Com essas reformas, vamos abrir, ainda esse ano, 30 novas vagas.
Só para se ter uma ideia, segundo a Secretaria de Assistência Social do Município, temos uma lista de 51 idosos aguardando. No estado, segundo nos reportou a promotora de idosos, esse número chega a 100 idosos abandonados, necessitando ser acolhido.
MidiaNews - Em média, o abrigo recebe quantos idosos por ano?
Márcia Ferreira - Então, eu diria que de dois anos para cá, estávamos com 80 e agora a gente completa 100 idosos.
As perdas são poucas. Apesar desse universo de idosos, pelo trabalho que o abrigo tem feito, na qualidade de vida deles, no cuidado preventivo, poucos idosos nossos vão para os hospitais.
MidiaNews - Apesar das ajudas que o abrigo recebe, ainda há dificuldades financeiras. Quais são as principais dificuldades atualmente?
Márcia Ferreira - Por ser uma entidade filantrópica, a sociedade é a principal mantenedora. Vai faltar açúcar, a gente vai para a mídia, a gente vai para a rede social, liga para os amigos, liga para voluntários, que são fundamentais no dia a dia do abrigo – e esse açúcar, esse alimento, fralda, aparece. Mas o grande problema do abrigo é o custeio da folha.
A gente tem um convênio com a Prefeitura de Cuiabá. Como ela não tem uma ILPI [Instituição de Longa Permanência para Idosos], ela compra vagas do abrigo. Então, temos um convênio que dá direito a 100 vagas, que hoje, na verdade, completa. Não sabemos como a Prefeitura vai fazer a partir de agora. Nosso convênio especifica 100 vagas.
Esse convênio nos custeia parte da folha. Na nossa folha, temos quase 80 funcionários. A nossa folha chega na casa de R$ 200 mil. O convênio com a Prefeitura é de R$ 130 mil. Você fala: ‘Márcia, como é que fecha essa conta?’ Esse dinheiro da Prefeitura, o abrigo é proibido de remunerar profissionais da saúde. Não pode fisioterapeuta, não pode remunerar o técnico de enfermagem ou o enfermeiro. Tem que ser as assistentes sociais, auxiliar administrativo, cozinheiros. Fica esse buraco. A gente fecha essa conta com projetos.
A gente vai atrás de projetos com bancos, editais, as próprias secretarias de Estado também têm os seus editais, o Governo Federal também. Porém, há um grande problema que não só o abrigo Bom Jesus vive, todas as instituições de acolhimento vivem no Brasil: a maior lei é o Estatuto do Idoso, que nos dá o norte de como cuidar do idoso.
E o Estatuto define uma ILPI, que é uma instituição de longa permanência para a pessoa idosa, como uma entidade meramente de assistência social. Quer dizer, eu jogo pingue-pongue, eu jogo dominó, faço passeio no shopping, faço hidroterapia com recursos públicos. Eu pago a nossa cozinheira, pago o auxiliar administrativo, mas com recurso público, uma vez que o Estatuto diz que eu sou assistente social, mas não posso pegar dinheiro público para comprar o oxigênio que o nosso senhorzinho utiliza. Não posso comprar a dieta parental que a nossa idosa precisa usar lá como acamada. Não posso comprar nenhum medicamento.
Essa é a maior dor. É não ser visto como uma entidade de saúde também. O idoso, mesmo que ele esteja saudável, o que já é difícil, porque ele já vem de uma situação vulnerável, vai para a cama, vai se tornar um dia um acamado. E a partir desse momento, a gente não tem o amparo do Estado com recursos públicos. Essa é uma dificuldade.
MidiaNews - E como essa dificuldade em relação à destinação para a saúde afeta o auxílio da instituição aos idosos que precisam?
Márcia Ferreira - A gente fica com campanhas. A gente precisa do oxigênio, a gente vai em busca de campanhas. A gente fez um chamado para toda a bancada federal, no Congresso, deputados e senadores, para que nos auxiliem.
Existe no Congresso, na Câmara dos Deputados, um projeto, um PL [Projeto de Lei], que altera o Estatuto do Idoso, em que passa a ser considerada uma ILPI, também uma unidade de saúde para que a gente possa pleitear recursos da saúde para compra de medicamento, remunerar o fisioterapeuta, para compra de insumos para a saúde, para dar o conforto necessário para esse acamado do abrigo. A nossa esperança é essa.
MidiaNews - E como exatamente o abrigo vai ser beneficiado com isso? Se aceito esse projeto?
Márcia Ferreira - Com recursos. Um hospital privado, por exemplo, o hospital Santa Rosa, tem leitos credenciados pelo SUS [Sistema Único de Saúde], por que o abrigo Bom Jesus, que hoje tem 15 acamados, não pode ser custeado também pelo SUS? E poder ter o medicamento, poder ter ao lado ali uma pessoa para cuidar dele, remunerada com o dinheiro da saúde pública?
Estamos com dois idosos precisando de home care, dois idosos instalados na enfermaria, precisando de cuidados especiais. Esses dois idosos vieram o ano passado de hospitais, não tem nem um ano que estão no abrigo. E a gente não consegue. Fizemos um documento, um ofício, uma semana retrasada solicitando home care para o município de Cuiabá, que disse que não tem condições de arrumar home care.
A única saída para nós é judicializar. Entramos na Justiça agora, tentando que nos conceda um home care para atendimento exclusivo a esses dois idosos que foram abandonados em hospitais e que a Justiça e a própria Prefeitura nos encaminhou.
MidiaNews - Então não ter recursos públicos para a saúde prejudica na própria manutenção do abrigo?
Márcia Ferreira - Sem dúvida. Nós temos uma despesa de R$ 400 mil por mês. Mais uma vez, são editais, são projetos e, principalmente, a sociedade, que quando a gente grita, escuta e nos atende com as doações.
MidiaNews - As doações da sociedade estão o suficiente?
Márcia Ferreira - Há inúmeras atividades que os idosos fazem. Hoje, fazer uma equoterapia, uma hidroterapia ou ir tomar sorvete, tem um custo. E esse custo é pago por quem? Pela sociedade. O Rancho Dourado que nos concede 20 vagas, isso tem custo. E são esses custos que são bancados pelos empresários e pela sociedade, até a data de hoje.
Toda semana, no mínimo, três ofícios a gente recebe da Prefeitura pedindo novo acolhimento. Toda semana.
E é muito ruim, nos faz muito mal responder que a gente não tem condição de acolher. E não tem condição de acolher, não é só porque falta cama, ou porque falta espaço, é porque pode faltar profissional para cuidar.
Nós temos a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] que nos fiscaliza. É interessante que o governo federal, a lei federal nos proíbe receber dinheiro da saúde, mas a própria Anvisa nos obriga a ter número de técnicos da saúde específico para cada idoso.
O projeto já está pronto para que Cuiabá passe a ter a sua primeira ILPI e que a informação que a gente tem é que ela vai acolher 100 idosos também, mas, infelizmente, é uma obra de dois anos.
Durante dois anos, a gente ainda vai ter essa dificuldade de destinar os nossos idosos para uma casa de acolhimento.
MidiaNews - Então, os recursos públicos ainda não estão a contento?
Márcia Ferreira - Não, de jeito nenhum. O poder público precisa entender que a nossa pirâmide etária inverteu, não somos mais um país de jovens. Nossa população está ficando velha e aquela população que não tem recurso, está indo para a rua.
É preciso que o poder público dê mais atenção, que o Ministério Público, a Promotoria do Idoso, não fique falando sozinha, que o Executivo abra exceções, se for necessário, que a Secretaria do Estado e do Município compreendam que, independente da lei federal, que não especifica que o abrigo é um hospital ou uma unidade de saúde, que abram exceções para que possa, sim, receber o medicamento, receber auxílios e os insumos da saúde.
MidiaNews - Quais são as necessidades e custos desses 15 idosos que estão acamados atualmente?
Márcia Ferreira - Fizemos uma conta recentemente de qual é o custo do Abrigo Bom Jesus e na área da saúde, supera R$ 1 milhão ao ano. Por que essa conta? Só de fralda, que é um insumo de saúde, a gente gasta 482 fraldas.
São cinco trocas diárias. A gente não coloca uma fralda de manhã e troca para a noite, não. São cinco fraldas ao dia. São 482 fraldas. Então, os números do Abrigo são assustadores. Nós consumimos, por dia, 32 quilos de carne.
E aproveitando, a gente quer fazer um apelo aos produtores de Mato Grosso em relação à proteína animal. Nós consumimos 32 quilos de carne todos os dias no Abrigo Pão Jesus. Isso tem um custo muito alto. E Mato Grosso, um dos grandes produtores de rebanho bovino, vai sediar um congresso internacional da carne. É uma grande incoerência sediarmos, produzirmos carne para o mundo todo, e a gente ainda ter um quintal em Cuiabá onde os nossos idosos não têm acesso a essa carne.
Victor Ostetti/MidiaNews
O Abrigo faz cinco trocas de fraldas diárias
MidiaNews - E a senhora falou sobre a Anvisa exigir quantidade de profissionais. Quantos profissionais o Abrigo Bom Jesus conta atualmente? E quais são as especialidades deles?
Márcia Ferreira - Temos nutricionista, fisioterapeuta, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, enfermeiros. Esses estão na nossa folha, são profissionais da nossa folha, além, claro, da nossa equipe administrativa. Nós temos 28 cuidadores, nosso turno é 12h por 36h, então tem equipe do dia ímpar e equipe do dia par, funciona como um hospital, 24 horas.
Além desses profissionais, que são quase 80, através de um TAC do Ministério Público, obrigou a Secretaria Municipal de Saúde, desde a gestão passada, a colocar um médico dentro do Abrigo Bom Jesus. E veja que um médico ainda é pouco. Esse TAC ainda não está completo, está faltando a Prefeitura cumprir na sua totalidade, faltam dois técnicos de enfermagem e um enfermeiro.
A gente tem a promessa, desde janeiro a gente está conversando com a gestão atual, para que eles completem esse quadro.
MidiaNews - A senhora falou que uma das receitas do Abrigo é por parte de particulares, que também têm contribuído para esse público. Tem mais alguma coisa em relação ao tema que a senhora acha importante dizer?
Márcia Ferreira - Eu acho que precisa ser enaltecido o trabalho de voluntário. O voluntário é o nosso colaborador no dia a dia, só não está na folha de pagamento, mas é aquele que a gente pode contar. Por exemplo, há 32 anos, todos os domingos um grupo do Centro Espírita Cuiabá se faz presente no abrigo para fazer a barba, cortar o cabelo, fazer uma massagem, para pintar a unha das nossas idosas.
Na quarta-feira tem as irmãs Magri, são duas irmãs que o lanche é por conta delas. No domingo também têm dois grupos que se revezam para fazer o lanche da tarde. E assim no sábado… Todo mês dois grupos de voluntários se revezam para fazer o churrasco dos nossos idosos. Todo sucesso do abrigo não se dá só pelos colaboradores, mas também aos voluntários.
Todas as doações que a gente relatou aqui não substituem o abraço, não substituem a presença. O apelo que faço é que cada vez mais, visitem o abrigo, vá abraçar, vá doar o seu tempo. Leve crianças. A presença de crianças no abrigo, no convívio com o idoso remete aos netos que eles não convivem, aos filhos, que um dia os abandonaram. Dentro do possível viste, abrace, vá prosear com os nossos idosos.
Assista a íntegra:
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