Cuiabá, Sábado, 8 de Novembro de 2025
DESVIOS NA SAÚDE
08.03.2023 | 10h40 Tamanho do texto A- A+

Diretor preso escondia documentos para obstruir investigação

Investigações mostram que Eduardo Vasconcelos escondia provas de esquema com verbas da Saúde

Reprodução

Hospital Municipal de Cuiabá, que é gerido pela ECSP; no detalhe, Eduardo Vasconcelos, preso nesta quarta

Hospital Municipal de Cuiabá, que é gerido pela ECSP; no detalhe, Eduardo Vasconcelos, preso nesta quarta

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil encontrou diversos documentos na casa do diretor financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), Eduardo Pereira Vasconcelos, preso nesta quarta-feira (8) em Cuiabá.

 

Resta suficientemente demonstrado o interesse em ocultar provas e obstruir as investigações

Segundo as investigações, seu objetivo era o de ocultar provas e obstruir a apuração de fraude referente à empresa Remocenter Serviços Médicos, acusada de ser "fantasma" e fazer venda "fictícia" de remédios à Prefeitura de Cuiabá.

 

Segundo a Polícia Civil, no dia 9 de fevereiro, foram encontradas e apreendidas peças de um processo administrativo do setor financeiro da ECSP.

 

“Cuidando-se de documentos que deveriam estar guardados arquivados no setor financeiro da ECSP, mas não estavam, e que foram localizados na residência do representado, resta suficientemente demonstrado o interesse em ocultar provas e obstruir as investigações”, consta em trecho de decisão do juiz Jean Garcia Bezerra, da Sétima Vara Criminal, que autorizou a prisão de Eduardo.

 

Na residência do servidor foram apreendidos quatro processos, segundo a Polícia Civil (veja abaixo).

 

Dentre esses documentos, havia um "atesto de recebimento" de medicamento fornecido pela empresa Remocenter Serviços Médicos, subscrito pelo servidor João Victor Silva, do setor de farmácia, e que não havia sido anteriormente localizado na documentação solicitada à Prefeitura de Cuiabá. 

 

De acordo com as investigações, esse documento é falso e, por isso, João Victor também passou a ser investigado.

 

Documentos apreendidos:

 

Processo n.º 00.000.504/2023-1, de 03 de janeiro de 2023, referente ao pedido de exoneração de Eduardo Pereira Vasconcelos do cargo de Diretor Administrativo Financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública; 

 

Processo n.º 00.031.786/2021-1, de 13 de abril de 2021 e referente às aquisições das Notas Fiscais n.º 02 e n.º 03 da REMOCENTER;

 

do Processo n.º 00.047.244/2021-1, de 07 de junho de 2021 e referente às aquisições da Nota Fiscal n.º 04 da REMOCENTER; do

 

Processo n.º 00.047.243/2021-1, de 07 de junho de 2021 e referente às aquisições da Nota Fiscal n.º 05 da REMOCENTER.

 

Outro alvo

 

O empresário Maurício Miranda de Mello, dono na Remocenter Serviços Médicos, que também teve mandado de prisão expedido nesta quarta, mas ainda não foi localizado, é suspeito de ser "contumaz na prática de fraudes" que implicam em desvio de recursos públicos na área da saúde.

 

Ele é acusado de participação em uma organização criminosa que se instalou na Saúde pública de Santa Catarina, também no período da pandemia de covid-19.

 

O caso ficou conhecido como “esquema dos respiradores fantasmas”, e causou prejuízo ao erário em R$ 33 milhões.

 

"Remanescem contundentes indícios de que o ora representado utiliza a atividade empresarial como instrumento para prática de crimes contra a administração pública, de forma reiterada, a justificar a prisão preventiva para interromper as empreitadas criminosas", consta na decisão.

 

Segunda fase

 

O juiz determinou a suspensão dos servidores Raquell Proença Arantes, Jussinane Beatriz Perotto e João Victor Silva de suas funções na Empresa Cuiabana de Saúde Pública até a conclusão da ação penal que investiga esquemas no órgão.

 

A Justiça também determinou a aplicação de medidas cautelares à Monica Cristina Miranda dos Santos, João Bosco da Silva, Gilmar Fortunato, Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, Raquell Proença Arantes, Jossiane Beatriz Perotto, João Batista de Deus Júnior e João Victor Silva.

 

Foi determinado, ainda, o sequestro de bens de R$ 3,2 milhões dos acusados, referente aos valores desviados dos cofres da Saúde de Cuiabá, segundo o MPE.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Polícia prende diretor financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde

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2 Comentário(s).

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Eduardo Gomes  08.03.23 13h33
Deus é maravilhoso, demorou mais chegou a hora de colocar.
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Júnior   08.03.23 13h14
Com tudo isso os vereadores de Cuiabá defendendo o prefeito e quantas pessoas morrendo por causa desses políticos que infelizmente só pensam é só mesmo
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