O grupo CRM, dono da Kopenhagen, uma das mais tradicionais redes de chocolates finos do País, reforçou seus investimentos em marketing neste ano em sua marca mais popular, a DanTop, e está em busca de novas aquisições - e o alvo são outras marcas de chocolate.
Comprada em 2007, a DanTop foi a última aquisição feita pela CRM, mas até hoje o grupo havia deixado os projetos para a sua recuperação em segundo plano. A marca existe há mais de 60 anos e ficou conhecida pelo bombom de marshmallow com cobertura de chocolate. A própria Kopenhagen possui a sua versão sofisticada do bombom, a Nhá Benta, um dos sucessos de venda da rede
Nestes cinco anos, a DanTop foi ofuscada por outras prioridades da CRM, como expansão da rede Kopenhagen e a inauguração, em 2008, da Brasil Cacau, rede de chocolates destinada à classe C. O objetivo, agora, é trazê-la de novo à tona.
“A ideia é expandir nossa presença nas redes varejistas e para isso, estamos fechando parcerias com distribuidores. Queremos até trazer o Pelé para falar da marca. Será um top falando de Top”, afirma o controlador da CRM, Celso Ricardo de Moraes, em entrevista concedida ao <b>iG</b> em seu escritório, em São Paulo.
A decisão de investir em marcas populares deve-se ao crescimento do consumo pela classe C. Segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto Euromonitor International, o consumo do chocolate nos países emergentes vai crescer 3% nos próximos três anos contra apenas 0,5% nos países desenvolvidos e a classe C será a grande responsável por esse crescimento.
A Brasil Cacau, marca mais jovem do grupo, está preste a completar dois anos de atuação e já conta com mais de 120 lojas espalhadas pelo Brasil. Até o fim do ano, a empresa planeja que sejam 500 unidades distribuídas em todo o Brasil. “Criamos a Brasil Cacau para atender um público que a Kopenhagen não atingia: a classe C. Já existia uma concorrente nossa no mercado e decidimos apostar”, afirma Moraes.
Bossa nova, chocolate e Maracugina
Fã de bossa nova, Moraes afirma que participa das decisões da CRM, mas que planeja se dedicar mais a sua outra paixão. Músico de formação, o empresário apresenta um programa semanal na rede TV CNT,"Entre Amigos", no qual recebe artistas. “Apareço na empresa apenas uma vez na semana”, afirma
Antigo dono do laboratório Virtus, que produzia medicamentos Maracugina, Atroveran e Apracur e o adoçante Adocyl, Moraes deu uma guinada nos seus negócios ao adquirir, em 1996, a Kopenhagen.
Ele conta que foi pego de surpresa pela oferta dos controladores da rede de chocolates, que queriam se desfazer da empresa.
O Virtus pertencia a seu pai e, antes dos 30 anos, Moraes já trabalhava na empresa. Mas, em vez de entrar como herdeiro, ele decidiu comprar na época uma participação de 50% no laboratório que lhe garantisse alguma independência paterna e lhe desse voz na tomada de decisões da companhia. A troca do Virtus pela Kopenhagen parece ter sido a oportunidade certa na hora certa para alguém que buscava trilhar um caminho diferente dos pais.
Durante dois anos, o empresário conseguiu dar conta dos dois negócios. Em 1998, sob influência da filha, resolveu vender o laboratório farmacêutico e ficar apenas com o chocolate. Na época, a única filha do empresário, Renata Vichi, atual vice-presidente do grupo CRM, era muito jovem, mas já se identificava mais com o ramo de chocolate do que o farmacêutico.
O laboratório foi vendido à indústria farmacêutica Dorsay. Hoje, muitas das marcar reerguidas por Moraes pertencem à Hypermarcas, conglomerados de marcas de diferentes segmentos.
Quando comprou a Kopenhagen, a marca possuía 90 lojas e faturava cerca de R$ 40 milhões. A fábrica estava localizada no bairro do Itaim Bibi.
Durante esses quase 15 anos no comando da rede, o número de lojas Kopenhagen quase que triplicou. O faturamento do grupo, em 2010, foi de R$ 200 milhões.
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