Com a decisão da Fifa em eleger Cuiabá como uma das sedes da fase inicial da Copa do Mundo de 2014, o destino político do prefeito Wilson Santos foi colocado numa encruzilhada: ou entra para a história como o maior prefeito de todos os tempos, credenciando-se para ser governador no futuro, ou encontrará o seu Waterloo.
Na realidade, o melhor prefeito que Cuiabá já teve até hoje foi o interventor do estado, Jùlio Müller, que, com um trabalho extraordinário e dentro das condições topográficas e recursos técnicos da época, remodelou Cuiabá e consolidou-a como capital. Depois veio o Rodrigues Palma que marcou a sua época como um grande administrador.
O crescimento acelerado e desordenado de Cuiabá, criando verdadeiros bolsões de miséria na periferia, tornou a administração da capital um sério desafio. É infinitamente mais fácil governar Mato Grosso do que Cuiabá, que cresceu sem planejamento; e parte da culpa cabe aos políticos de expressão da capital, que fizeram política incentivando invasões. Gilson de Barros, Roberto França, Dante de Oliveira, e até mesmo Wilson Santos, são responsáveis por esses bairros sem planejamento, que se constituem em verdadeira dor de cabeça para os prefeitos.
Dificilmente, se encontra um bairro de Cuiabá, onde se implantou água, luz, esgoto, galerias pluviais e asfalto antes de ser autorizada a venda de lotes, o que normalmente ocorre em qualquer cidade de médio e grande porte e, principalmente, nas capitais.
Criou-se uma expectativa muito grande em relação aos recursos que estão prometidas em razão da Copa. A população já enxerga Cuiabá com mais viadutos, metrô de superfície, vias de rolamento rápido, etecetera. E é aí que mora o perigo, porque o presidente Lula é embromador e demagogo, só pensa em política, e vai passar 2010 todo lançando obras em função da candidatura da Dilma e não vai passar disso.
Como o governador Blairo está saindo, qualquer zebra estoura no colo do Wilson Santos que, nesse momento, vive uma dúvida hamletiana: deixar a prefeitura para disputar o governo mesmo com bastante chances de vencer, deixando ou a frustração ou os louros para Chico Galindo, ou ele próprio correr o risco da frustração ou a consagração definitiva.
No entanto, há coisas que o prefeito já pode começar a fazer sem esperar os bilhões da Copa. Contratar uma empresa especializada em tráfego urbano, colocar o mapa de Cuiabá numa mesa e redesenhar o trânsito da capital. Ruas estreitas com mão, contramão e estacionamento dos dois lados o que faz com que os carros tomem conta das calçadas é um dos problemas que, com criatividade, pode ser resolvido sem maiores custos. Aliás, cada dia mais os pedestres estão perdendo espaço em Cuiabá.
Na General Melo, tem um cruzamento que vira para quatro lados, um verdadeiro samba do crioulo doido; existem cruzamentos que são verdadeiras roleta russa, tais como Estevão de Mendonça com a brigadeiro Eduardo Gomes, e a Castelo Branco com a Isaac Póvoas. Há que se aumentar o número de semáforos de Cuiabá e sincroniza-los para evitar tumulto.
Em Brasília, Curitiba, Goiânia, e para não ir muito longe, Rondonópolis, os semáforos são sincronizados para o trânsito fluir com rapidez, evitando congestionamentos que têm solução. Quando um semáforo apresenta defeito, há uma batida ou congestionamento por qualquer motivo, não se vê um guarda. Na rotatória que vai para o ICEC - Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura - confrontando com o Motel Paradise - no horário de entrada de aulas o tempo mínimo que se gasta para passar é de 60 minutos e não aparece um guarda.
PEDRO LIMA é analista político e advogado.
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