Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
RICARDO AUGUSTO DE OLIVEIRA
04.02.2023 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

E se a violência se perpetuar?

Não é possível que nossa cultura ainda seja a de submissão da mulher

Em um único dia, em uma única página de notícias de Mato Grosso, somente pelo horário da manhã, me deparei com as seguintes notícias:
 
1- Mulher denuncia ex-marido que a persegue há 5 anos e toca terror;
 
2- Tarado assedia esposa de policial penal dentro de ônibus;
 
3- Após exigir separação, mulher é agredida pelo esposo violento;
 
4- Sem aceitar o fim do relacionamento, homem persegue mulher e acaba preso;
 
5- Em discussão, marido ataca esposa e atira três vezes contra a vítima;
 
6- Agressor é preso por espancar esposa com capacete e socos;
 
7- Mulher denuncia ex-marido por agressão e cárcere privado.
 
Muitos dias depois, vendo vários casos semelhantes dia após dia, hoje me deparo com mais um fato: "Separado há anos, homem espanca a ex ao vê-la com outro".
 
E a vida que segue? Não, não mesmo.
 
Eu acho que isso te assusta também.
 
Para piorar, não para de aparecer denuncias de famosos que possivelmente teriam abusado de mulheres em momentos festivos, "confundindo" o grau de liberdade dada a ele.
 
E não são poucos os homens anônimos que fazem isso.
 
Não é possível que nossa cultura ainda seja a de submissão da mulher; de violência generalizada; de não aceitação do fim do relacionamento; etc.
 
Vou até fazer associação à possíveis “justificativas” que tais agressores devem ter usados para apoiar sua ação, em cada noticiário, vejam:
 
1- O cara não aceita ser substituído por outro, ai foca no pensamento “se não for minha não será de ninguém”;
 
2- Na cabeça dele a mulher estaria irresistível e "merece ser elogiada”, "curtida", "com certeza irá adorar o que tenho a oferecer";
 
3- Se sentiu humilhado em saber que não é a última bolacha do pacote;
 
4- Idem 1;
 
5- Idem 2;
 
6- Idem 2;
 
7- Idem 1.
 
É, fica até difícil não acreditar que seja este pensamento machista o predominante na cabeça destes agressores.
 
Agora, saindo dos fatos para adentrar ao contexto social, ao olharmos para o número de mulheres agredidas no estado que ainda é alto; e ao notar que os casos se repetem diariamente, ao menos uma boa notícias temos a compartilhar, este número está diminuindo em Mato Grosso, segundo o TJMT tjmt.jus.br)> e <Hotsite_Violencia_Domestica_por_Comarca_3d3cc14170.pdf (tjmt.jus.br)>.
 
Há de se elogiar os trabalhos desenvolvidos por diferentes órgãos e setores no estado de Mato Grosso.
 
Contudo, não podemos descansar.
 
Quase 14 mil mulheres vítimas de violência doméstica pediram medidas protetivas em MT no ano de 2021. Se comparado com 2020, quando foram 13,2 mil solicitações, o aumento foi de 5,5% globo.com)>.
 
E este ano, quantas serão?
 
Neste momento, faço um alerta para as mulheres. Tal comportamento muitas vezes pode ser previsto, preste atenção em seu parceiro:
 
1- Ele é manipulador?
 
2- Costuma gritar com você?
 
3- Já fez ameaças?
 
4- É mulherengo e ou ciumento?
 
Neste último caso, a culpa por trair costuma fazer o homem imaginar que você também o trairá, é a culpa falando mais alto, e isso pode causar ciúmes descontrolados e a agressão.
 
5- Cuidado com o ciúme excessivo de seu parceiro.
 
A meu ver, se faz necessário que toda sociedade, e principalmente a mídia com seu enorme poder de fogo, possa apoiar este fazer, seja com charges educativas; novelas; seriados; filmes; campanhas mesmo em horário “nobre” e em meios aos comerciais. Afinal, todos só temos a ganhar com isso.
 
E você?
 
Como pode ajudar?
 
Faça parte desta luta!
 
Compartilhe essa ideia!
 
E que Deus nos abençoe.
 

Ricardo Augusto de Oliveira é servidor público da educação de Mato Grosso. 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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