O Outubro Rosa é muito mais do que laços cor-de-rosa, campanhas de conscientização e luzes em monumentos. É um convite à reflexão e à ação. Um chamado para o fortalecimento de políticas públicas que garantam o acesso ao diagnóstico precoce do câncer de mama, que é crucial para o sucesso do tratamento, salvando vidas.
Acredito que cuidar da mulher é cuidar da família e cuidar da família, é cuidar da sociedade. Isso vai além da prevenção ao câncer ao mama, trata de garantir dignidade no atendimento integral da saúde da mulher, de cumprir a lei federal 13.896/2019: que estabelece que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com suspeita de câncer têm direito à realização de exames diagnósticos em até 30 dias, a partir da indicação médica.
Ao longo do meu mandato, tenho me dedicado a dar voz e vez para as pessoas que vivem invisibilizadas, e as pacientes oncológicas fazem parte deste recorte da sociedade, infelizmente. Grande parte das mulheres, ao receber o diagnóstico são abandonadas pelos maridos, perdem a rede de apoio, sentem-se extremamente solitárias nesta luta árdua, dura e longa.
Fui fundadora de uma associação de apoio aos pacientes oncológicos, sou ativista e voluntária desta causa, tive a oportunidade de conviver e ouvir ao longo dos últimos 5 anos muitas histórias, a maior parte delas marcadas pela falta de acesso ao diagnóstico precoce, ao início do tratamento, e rede apoio psicossocial.
Realizei audiências públicas, fiz parte de diversas reuniões da câmara temática do paciente oncológico da ALMT, para debater os protocolos de tratamento oncológico do SUS no estado de Mato-Grosso.
Importante ressaltar que Cuiabá até hoje não tem ambulatório especializado, dependendo completamente do atendimento do Hospital do Câncer, do ITC - Instituto de Tumores e Cuidados Paliativos de Mato-Grosso, anexo ao Hospital Geral, e da Santa Casa, que muitas vezes atuaram sem os recursos necessários, devido aos recorrentes atrasos nos repasses.
Neste Outubro Rosa, quero reforçar que o câncer acontece nos 12 meses do ano, que devemos olhar para a saúde da mulher como um todo, com suas dores, suas lutas e suas potências. É preciso que cada gesto, cada lei e cada ação pública sejam guiados pela realidade das nossas mulheres e pela realidade da infraestrutura das nossas unidades básicas de saúde que deveriam ser o ponto inicial dos cuidados e diagnóstico precoce.
Enquanto eu estiver na vida pública, estarei nessa luta: por mais respeito, mais escuta e mais dignidade para todas as mulheres.
Maysa Leão é vereadora por Cuiabá.
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