Com a precisão milimétrica de um cirurgião habilidoso, o jornalista Kleber Lima, aqui mesmo deste espaço de opinião do Diário de Cuiabá, em artigo publicado na sexta-feira (10), fez um "corte" criativo, mostrando a diferença entre o que é um texto primoroso, desses que merecem um brinde dos leitores apreciadores da crítica política inteligente e bem escrita, de certas "análises" que pululam por aí repletas de obviedades, quando não meras sandices.
Bem e muitíssimo pior, quando esses textos externam rancor e problemas pessoais mal resolvidos e pelos quais os leitores não devem ser penalizados. Por lerem, eventualmente, o que pode ser tratado como puro desperdício de papel e espaços, geralmente nobres dos jornais locais. Uma lástima!
Escrever, para mim, é arte e quem a pratica deveria transmitir sentimentos e conceitos do tipo de Fernando Pessoa, quando tascou essa lá do fundo do baú da sua genial criatividade: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"... Até falar de abobrinhas, desde que com talento e espírito descarregado de preconceitos e ódios.
Voltando em tempo ao Kleber Lima, quem não leu "O vigarista do ano", de sua autoria, perdeu uma chance ímpar de ver como se "disseca" cirurgicamente, de forma elegante e sem ofensas pessoais, o curioso modo de operar de um dos mais controvertidos políticos da atualidade mato-grossense.
Em suma, com doses bem calculadas de fina ironia, feitas como se tivesse com um conta-gotas à mão, o articulista desnudou as armações políticas do deputado Percival Muniz. (PPS). Esse parlamentar que, às vezes, tem laivos fugazes, porém brilhantes de articulação política, mas bota tudo a perder quando age passando a impressão de que o mundo da política é composto apenas por ingênuos ou beócios.
E, pelo jeito, é entre esses que ele consegue fazer algum sucesso, porém se esquece que, assim como existe diferença nos dedos da palma da mão (epa!), nem todos os políticos são iguais. Pois sempre existem as exceções.
Antes que me alongue e perca o fio da meada, conforme uns e outros costumam devanear, recomendo aos que por ventura não leram "O vigarista do ano" que recorram, nos arquivos, à edição deste valoroso jornal que trouxe em sua página três, o artigo em epígrafe.
Por falar nisso, sou um inveterado leitor de artigos, que podem versar sobre os mais variados assuntos e temas, de futebol à política, passando até pelo sexo dos anjos, mas só vou até o final da coluna quando percebo que o amontoado de letrinhas à frente de meus olhos já cansados, tem começo, meio e fim. Indo mais direto: quando você consegue entender a mensagem, não precisa ficar quebrando a cabeça para saber se o sujeito (a) quis falar bem ou mal disso ou daquilo (uma observação que seria desnecessária se não fora a confusão mental que certos escribas "pernas de pau" repassam, insistentemente).
Em compensação, me enleva e aguça os sentidos e fico deveras encantado quando deparo nos jornais com uma bela crônica, seja de reminiscências sobre fatos que marcaram a vida do autor, seja para saber que um "passarinho pousou no muro da tarde", numa linguagem retórica, figurativa, tão singela quanto poética, conforme descreveu o grande Manoel de Barros - uma das minhas principais referências literárias, de uns tempos para cá, e que, com sua fantástica criação, contribui para remediar os "estragos", aqui e acolá, ali e alhures, sofridos pela nossa tão maltratada língua portuguesa.
Bom domingo!
MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é diretor do site e jornal Página Única.
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