A ampla maioria dos estudos científicos vem contrariando a máxima de “Mais Armas, Menos Crimes”. No dia primeiro de julho tivemos mais uma prova desses números em nossa capital, quando o agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa foi morto por arma de fogo.
Esse fato trágico nos leva a discussão sobre o armamento, ou melhor, sobre a apologia que vem sendo feita quanto ao “armar para salvar”.
O número de pessoas com licença para armas de fogo aumentou no governo Bolsonaro, que por sua vez , pautou sua campanha sob a promessa de facilitar o acesso as armas. A promessa de campanha foi prontamente cumprida, fazendo com que o Brasil registrasse um aumento de 473% de licenças para uso de armas de fogo nos últimos quatro anos.
O IPEA, em uma pesquisa que teve como objetivo compreender os efeitos do Estatuto do Desarmamento, demonstrou que a cada “1% a mais de armas em circulação nas cidades, a porcentagem de homicídios aumenta em 2%”.
Há uma correspondência positiva entre a elevação da circulação de armas e o percentual de homicídios registrados no Brasil. Ao ampliar o quantitativo de armas em circulação, também ampliam o quantitativo de mortes violentas. (IPEA, 2020)
As armas nas mãos de civis, por exemplo, ao invés de não reduzirem a criminalidade, acabam por aumentar o número de mortes, sejam homicídios e suicídios, sejam acidentes domésticos. Temos o leviano discurso da arma para “legítima defesa”.
Na possível situação da arma para “legítima defesa”, o cidadão tende a reagir e na reação acaba se tornando um alvo, considerando que a ampla maioria da população não tem preparo e nem treinamento adequado para o uso de arma de fogo.
E aí voltamos para o dia primeiro de julho, dia em que duas pessoas com preparo e com treinamento adequado para o uso de armas, não foram suficientes para que uma vida não fosse ceifada. Mais armas, Mais Crimes...
Christiany Fonseca é doutora em Sociologia, professora do IFMT e secretária-adjunta de Direitos Humanos em Cuiabá.
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7 Comentário(s).
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| Jair C Criveletto 06.07.22 20h10 | ||||
| A autora do artigo mais parece endossar a opinião dos 'queridinhos' da mídia. Acaso fizesse um pequeno estudo chegaria a constatação do comentário do leitor Antonio Nunes, que em 5 linhas demonstrou mais sintonia com a realidade. Não queres armas, não as compre. Não queira me desarmar, a defesa é um direito NATURAL. Pense nisso. | ||||
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| Rodolfo 06.07.22 16h18 | ||||
| Outra questão, acerca de acidentes domésticos, as informações prestadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde dos anos de 2003 e 2012 relacionadas às mortes acidentais envolvendo crianças de até 12 anos de idade nos últimos dez anos, morreram 13.623 por afogamento, 7.502 por sufocamento, 3.404 por queimaduras e apenas 353 por armas de fogo. Portanto, novamente, a Sra. não sabe o que está falando. | ||||
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| Rodolfo 06.07.22 16h11 | ||||
| Desculpe, mas você não sabe o que está falando. Não existe qualquer relação entre o aumento de número de armas e o aumento de número de crimes/assassinatos. O que se verificou no Brasil foi o inverso, vide DATASUS. Em 2019 no Brasil morreram 45.433 pessoas, já em 2017 morreram de 65 mil. Portanto, não há qualquer evidência que dê conta que o aumento do acesso a armas aumentou o cometimento de crimes e mortes. | ||||
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| Silvio Cardoso 06.07.22 12h24 | ||||
| Retrógada sua opinião, mesmo se não tivesse mais armas daria no mesmo, ambos tinham porte de arma. A arma não atira sozinha... | ||||
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| Elifas jose ribeiro 06.07.22 11h05 | ||||
| Verdade...Eu queria ver essa pesquisadora ir nos morros e perguntar para o dono da boca quantas armas ele tem mocosada no muquifo do cidadão de bem é fácil | ||||
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