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30.11.2022 | 08h54 Tamanho do texto A- A+

Advogado vai pedir indenização para família; Corregedoria apura

O fato aconteceu na noite de segunda-feira (28), quando Bruno França Ferreira ameaçou família

Reprodução

O fato aconteceu na noite de segunda-feira (28), no Florais dos Lagos, em Cuiabá

O fato aconteceu na noite de segunda-feira (28), no Florais dos Lagos, em Cuiabá

GUSTAVO CASTRO E ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O advogado Rodrigo Pouso, que representa a família ameaçada após ter a casa invadida na noite de segunda-feira (28) pelo delegado de Polícia Civil Bruno França Ferreira, irá acionar a Justiça contra o policial.

 

“Estou aqui fazendo [a representação]. [Vou representar na] Corregedoria, notícia crime por abuso de autoridade, na esfera cível para indenizatória, e também a OAB já tomou partido do caso e vai fazer o desagravo público”, disse o advogado ao MidiaNews.

 

Segundo Pouso, o delegado agiu sozinho, sem respaldo da Polícia Civil, e por isso ele deve representar diretamente contra Bruno, sem acionar o Estado.

 

“Não é a Instituição, é fato isolado dele. É um cara que está em estágio probatório, desequilibrado. Está fora de qualquer normalidade de um delegado de Polícia”, pontuou.

 

“Causa perigo iminente para a sociedade, tanto que ele me agrediu [verbalmente] na delegacia. Fora de controle!  Eu vou tomar todas as medidas cabíveis possíveis… As imagens não negam”.

 

“Ele se desculpou no vídeo que eu publiquei dele me xingando. “Ah, estava como pai”, então, deu um tiro no pé! Ele usou da profissão para favorecer o enteado dele”.

 

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que vai investigar o delegado em um procedimento administrativo interno. 

 

“A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão”, diz em trecho da nota, que afirma, ainda, que “tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial”.

 

França ingressou nos quadros da Polícia Civil em Mato Grosso há cerca de sete meses e está em estágio probatório.

 

Nesse estágio, será analisado se você tem aptidão e capacidade para desempenhar as funções do cargo em que foi aprovado. Se cometer algum erro considerado grave, pode perder o cargo.

 

Veja a nota:

 

A Polícia Civil informa que, por meio da Corregedoria Geral da instituição, já tomou as providências apara apuração sobre a conduta do delegado Bruno França Ferreira diante de um episódio registrado na noite de segunda-feira (28.11), em Cuiabá, quando ele se dirigiu à residência de uma mulher que teria descumprido uma medida protetiva em relação a um adolescente, enteado do delegado. A instituição informa que tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial.

 

A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão.

 

Relembre o caso

 

Na noite de segunda-feira (28), o delegado de Polícia Civil Bruno França Ferreira invadiu uma casa no condomínio Florais dos Lagos, alegando que estava cumprindo uma prisão em flagrante por descumprimento de medida protetiva que seu enteado teria contra a dona da casa.

 

O caso em questão corre na Justiça, após o enteado do delegado e o filho da moradora terem brigado quando a família ainda morava no Alphaville I. A fim de evitar mais problemas, a mulher teria se mudado para o Florais dos Lagos. 

 

Porém, na segunda, o adolescente teria ido até o atual condomínio da mulher para jogar bola com amigos, e eles acabaram se encontrando. O menino então teria ligado para o padrasto, que foi até o local abordar as vítimas.

 

Armado, o policial arrombou a porta da residência, e totalmente descontrolado, adentrou o imóvel com apoio de três agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), e o tempo todo gritava e ameçava a família. No momento do ocorrido, estavam a dona da casa, seu marido e a filha pequena do casal.

 

Durante minutos de terror, em que a criança chorava desesperadoramente, o policial xingava e gritava: "Manda ela sair daí, senão vou disparar na cabeça dela”.

 

“Da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, eu vou estourar a cabeça dela. Eu vou explodir a cabeça dessa filha da puta”.

 

A mulher foi conduzida à delegacia e presa. O advogado Rodrigo Pouso diz que a ação foi ilegal, e que a cliente não foi notificada da medida protetiva.

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4 Comentário(s).

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Carla Silva  30.11.22 11h57
Que cena deplorável, que despreparo! Esse servidor deve ser punido com pena máxima, se possível exonerado! As provas estão ai em video.
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Paulo Mattos  30.11.22 11h14
Momento de análises e de repensar principalmente a Lei Orgânica da Polícia Civil, principalmente no que concerne e atos criminosos dessa natureza praticado por servidor ainda em estágio probatório. As imagens do Delegado, totalmente fora de controle, sem o mínimo de demonstração de preparo para o exercício da laboriosa e ingrata profissão de Delegado de Polícia e de resto de toda uma organização dedicada à segurança pública, aqui incluído seus demais integrantes como Escrivães e Investigadores , dimensionam muito bem a necessidade da aplicação de uma medida punitiva imediata contra esse indivíduo destemperado e absolutamente fora de suas razões, ou de quaisquer outras razões. Ainda que em estágio probatório, quando o indivíduo deve demonstrar toda a sua capacidade de se inteirar das normas e procedimentos da instituição Polícia Civil e se adequar aos regulamentos que impõe determinados tipos de comportamentos condizentes com a lisura do cargo, esse indivíduo deveria preliminarmente ser afastado do exercício das funções, enquanto a Corregedoria de Polícia adote os procedimentos investigativos que certamente devem resultar numa grave punição a esse elemento. Não tem as condições pessoais, psicológicas para o exer4cício da profissão. É desqualificado para a função. Não possui atributos, agora eu digo até mesmo morais, para defender a sociedade. A mesma sociedade que ele agride covardemente, não respeitando sequer os clamores de uma criança. Não se trata de fazer juízo precipitado. Ele que se precipitou em suas atribuições, demonstrando a perversidade de suas ações, irresponsabilidade e despreparo na condução de uma crise , arbitrariedade no agir e emprego desnecessário de violência contra as vítimas. Fora com esse fora da lei.
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jose murtinho  30.11.22 09h24
Estou curioso: esse delegado é quem vai proteger a população?!?
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alexandre  30.11.22 09h18
crime de abuso de autoridade claramente tipificado pela lei nº 13.869/19. tudo provado por meio do vídeo. sorte que a família tinha essa câmera.
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