O anuário de 2024 com análises dos atendimentos na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) e no Plantão da Violência Doméstica em Cuiabá, revelou um perfil “diversificado” de vítimas, que vão de donas de casa a empresárias, servidoras públicas, advogadas e psicólogas.
Segundo o relatório, assinado pela delegada Judá Maali Pinheiro Marcondes, titular da DEDM, “as profissões são diversificadas, variando das mais bem remuneradas às de menor rendimento”, afirma. O anuário foi divulgado na terça-feira (16).
“Trata-se, portanto, de um perfil diversificado, que demonstra que a violência contra a mulher está amplamente distribuída e presente em todas as classes sociais", relata a delegada.
Foram registrados 6.223 casos de violência doméstica e crimes sexuais no ano de 2024. Já o perfil das vítimas atendidas pela Delegacia de Defesa da Mulher foi elaborado com base em uma amostra de 2.956 mulheres.
Dessas quase 3 mil mulheres da amostra, um número expressivo disse ser “do lar”, totalizando 147 mulheres, o que representa 8,3% desse total. Logo abaixo na tabela, 109 mulheres (6,2%) disseram ser estagiárias ou estudantes.
O relatório apontou que 70 empresárias (4%) registraram ocorrências na delegacia durante o ano passado, seguidas por 63 servidoras públicas (3,6%).
Profissionais liberais
Mais abaixo na tabela aparecem 34 advogadas (1,9%), seguidas por 20 dentistas, 20 psicólogas e 19 enfermeiras. As três últimas profissões representam 1,1% do total. (Veja tabela completa ao final da matéria).
Em quantidade menos expressiva estão ainda profissionais como policiais civis (sete casos registrados, 0,4%), militares (cinco casos registrados, 0,3%) e médicas (quatro casos registrados, 0,2%). Veja AQUI a lista completa.
“Chama a atenção o número de mulheres em profissões técnicas e de nível superior, como advogadas, psicólogas, dentistas, engenheiras, enfermeiras, arquitetas, médicas, empresárias, servidoras públicas, o que comprova a presença de mulheres qualificadas, ainda que numa proporção pequena”, disse a delegada.
A maioria é de nacionalidade brasileira, jovens e adultas, em relacionamentos heteroafetivos.
Entre as idades que mais aparecem estão mulheres entre 30 e 49 anos, representando 55% do total (968), seguidas de jovens entre 18 e 29 anos, que somam 25% do total (438). Duzentas e vinte e uma mulheres (13%) estão entre 50 e 60 anos.
Natureza dos crimes
Segundo o relatório, entre os crimes mais denunciados estão ameaça, com 2.628 casos (26%), seguido de injúria, com 1.487 (15%), lesão corporal, com 1.421 (14%), violência psicológica, com 694 (7%), perseguição, com 665 (7%), e descumprimento de medida protetiva, com 537 casos (5%).
“Com a entrada em vigor da Lei nº 14.994/2024, o crime de ameaça, quando praticado no contexto de violência doméstica ou por motivação de discriminação à condição de mulher, passou a ser considerado de ação penal pública incondicionada. Isso significa que, independentemente da vontade da vítima, o Estado deverá investigar e processar o agressor”, diz trecho do documento.
Entre as principais motivações está a violência doméstica, com 1.153 casos registrados, totalizando 66,07% do total.
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