O delegado de Sorriso, Bruno França, afirmou que o empresário Gabriel Tacca, acusado de encomendar a morte do amigo Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, mentiu ao dizer que chamou a Polícia Militar e os bombeiros após o crime. Ele afirmou ainda que Tacca esperou quase 13 minutos para levar a vítima ao hospital.
Ivan foi ferido a facadas em 22 de março, na distribuidora do empresário, em Sorriso. Após apresentar uma melhora considerável, ele morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória em 13 de abril.
O crime, conforme as investigações, teria motivação passional, depois que Tacca descobriu um relacionamento amoroso entre Ivan e sua esposa, a médica Sabrina Iara de Mello.
Gabriel e Danilo Guimarães, acusado de ser o autor das facadas, relataram à Polícia que o crime aconteceu por causa de uma “briga de bar”, em um contexto de consumo de bebidas alcoólicas. O empresário afirmou que não conhecia nem a vítima nem o assassino.
Sabrina confessou ter apagado provas do celular da vítima enquanto ela estava hospitalizada, mas negou envolvimento na morte.
“O celular da vítima foi praticamente resetado e nós conseguimos provar que existia na verdade uma história fabricada de um homem que estava sendo traído”.
“Voltamos os olhos para a dinâmica do crime. A briga de bar nunca ocorreu e a vítima foi esfaqueada do lado do dono do bar, que alegou que não sabia de nada, que não tinha visto. E após esse crime, o dono do bar e o rapaz autor das facadas se mantêm na distribuidora conversando por um minuto e 42 segundos”, explicou o delegado.
Reprodução
O empresário Gabriel Tacca, sua esposa Sabrina Iara e o amigo Ivan Michel Bonotto
“Depois que esse rapaz sai, o dono do bar ainda aguarda mais 11 minutos com a vítima em estado crítico, sangrando, para levá-la ao hospital”, completou.
Durante as investigações, a Polícia ainda descobriu que o empresário mentiu ao afirmar que acionou o socorro à vítima.
“Nós levantamos também que a alegação de que ele havia chamado a Polícia e os bombeiros é falsa. Pelos extratos não houve ligação nenhuma”, disse.
“Demorou uma eternidade para levar esse rapaz para o hospital. Nós nos convencemos de que a história não tinha sentido nenhum, que os indícios eram concretos no sentido de que esse rapaz teria participação no homicídio, e pedimos a prisão dele e do executor”, disse.
Gabriel e o suposto autor das facadas foram presos nesta terça-feira (15), em Sorriso. Já a médica Sabrina foi alvo de busca e apreensão e é investigada por fraude processual, uma vez que teria apagado provas do celular da vítima.
“O que a gente sabe é que a história que foi trazida de briga de bar é mentirosa. Não houve briga nenhuma, não houve legítima defesa, não houve ofensas racistas, o que houve foi um ataque pelas costas, que a gente acredita que foi planejado”, disse.
Os investigados foram alvos da Operação Inimigo Íntimo, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça em Sorriso.
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