Cuiabá, Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
EXCLUSIVO
02.07.2022 | 12h43 Tamanho do texto A- A+

"Ele nem soube por que morreu", afirma viúva do agente "Japão"

Janaina Sá era casada com o agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa, morto na noite de sexta

Reprodução

A bacharel em Direito Janaina Sá (detalhe), que vivia com Alexandre Miyagawa

A bacharel em Direito Janaina Sá (detalhe), que vivia com Alexandre Miyagawa

JOYCY AMBRÓSIO
DA REDAÇÃO

A bacharel em Direito Janaina Sá, viúva do agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, e principal testemunha de sua morte na noite desta sexta-feira (1) em Cuiabá, contestou a versão do vereador Marcos Paccola (Republicanos), autor dos disparos.

 

Em conversa com o MidiaNews, Janaina relatou que Alexandre, conhecido como "Japão", morreu de forma banal. "Ele nem soube por que morreu, coitado”, lamentou.

 

O episódio aconteceu no cruzamento das ruas Filinto Müller e Arthur Bernardes, na região central de Cuiabá.

 

Na entrevista, Janaina admitiu que dirigia o carro em alta velocidade na contramão e que Alexandre estava armado, porém garante que ele não apontou a pistola para ninguém.

 

Ela relatou que os dois estavam indo ao Choppão e, como não havia vaga nas proximidades, resolveu estacionar em outro ponto.

 

Após cruzar a Filinto Müller em alta velocidade, ela disse que resolveu parar para fazer "xixi" em uma distribuidora de bebidas que fica na esquina.

 

“Ele [Alexandre] falou:  ‘Amor, espera”. Falei que não ia esperar porque estava louca para ir ao banheiro. E saí andando. Ele saiu do carro colocando a arma dentro do coldre, com um celular em uma mão e, na outra mão, a carteira”, afirmou.

 

Janaina conta que, nesse momento, percebeu que Paccola estava se aproximando. E que o marido estava vindo atrás dela, com o celular em uma mão, a carteira na outra e arma no coldre.

 

“Depois só escutei os disparos. E quando percebi, o Alexandre já estava no chão”, disse ela.

 

Janaina conta que imediatamente foi para cima de Paccola. “Você é louco?”, questionou.

 

Neste momento, ainda segundo a versão dela, o vereador perguntou qual era a relação entre os dois.

 

“'É meu marido, eu respondi”. Em seguida, conforme Janaina, o vereador - que é tenente-coronel da PM - afirmou que atirou porque viu um homem indo na direção dela.

 

“Não sei se [Paccola atirou] por ele [Alexandre] ter descido rápido, eu ter descido rápido do carro, alguma situação assim. Não sei o que ele pensou. E mataram o Alexandre com quatro tiros. Eu ouvi dois e depois fiquei surda, cega e muda. Eu queria levantar ele do chão”, relatou, emocionada.

 

A viúva fez uma foto que, segundo ela, provaria que Alexandre não tirou a arma em nenhum momento antes de ser morto. A foto mostra Alexandre caído no chão, com a pistola na cintura, dentro do coldre.

 

“Eu tirei uma foto dele caído no chão. A foto mostra certinho a arma dentro do coldre. Ele não apontou a arma para ninguém. Não tirou a arma para ninguém. Não teve ordem de prisão. O que ele [Paccola] viu era eu andando rápido e o Alexandre atrás de mim”.

 

A bacharel afirmou ainda que o vereador se mostrou bastante "frio" depois de ter matado seu marido. "Comecei a perguntar por que ele fez isso. Por que. Ele falou que havia salvado uma mulher que estava sob ameaça”.

 

Antes de conversar com o MidiaNews, Janaina gravou vídeos nos stories de seu Instagram.

 

Veja:

 

 

 

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Carlos  03.07.22 11h35
Cruzou uma avenida como essas em alta velocidade na contramão colocando outras vidas em riscos por causa de vagas de estacionamento ou fazer o tal xixi, isso jamais iria acabar bem. Outro dia outro caso de um jovem morto no trânsito, e infelizmente assim vai. O trânsito não mata, quem mata são as pessoas irresponsáveis que apenas dizem depois que não era a intenção.
57
12
Fatima Cristina Chocair   03.07.22 08h48
Estou perplexa com esse assassinato.
25
12
Pedro  02.07.22 21h08
Que a justiça seja feita em sua plenitude e totalidade. A gentes do estado não podem executar ninguém. Não vivemos na barbárie. Vivemos em uma sociedade organizada, e esta organização precisa se mostrar por parte do judiciário.
35
22