Pouco mais de seis meses após a morte do idoso João Antônio Pinto, de 87 anos, a família reclama da demora da conclusão do inquérito pela DHPP (Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e cobra a anexaçao do laudo da perícia nos autos.
Os advogados que representam a família encaminharam uma manifestação ao Núcleo de Inquéritos Policiais, da Comarca de Cuiabá, solicitando celeridade no andamento das investigações.
“[...] A solicitação da perícia de áudio e vídeo foi requisitada há longos cinco meses. A família do Sr. João Antônio Pinto aguarda ansiosamente por respostas sobre as circunstâncias de sua morte e pela responsabilização dos envolvidos”, diz trecho do documento.
Segundo a advogada Gabriela Zaque, que atua na defesa, há uma “inconsistência” de informações e inércia da Delegacia responsável pelo inquérito.
“Além disso, a inconsistência de informações demonstra outro ponto de perplexidade: a finalização do trabalho da Politec, bem como a inércia da DHPP em juntar aos autos as conclusões periciais. Assim, os peticionantes requerem desde já que seja expedido ofício à DHPP e à Politec para que tragam aos autos esclarecimentos oficiais sobre as investigações e as divergências expostas neste petitório”.
Para a defesa, essas inconsistências de informações entre os órgãos oficiais causam “estranheza à família do falecido”.
A advogada alega que existem sérias divergências entre os atos investigativos da Polícia Civil e as informações da Politec e até o momento não se sabe se as perícias foram finalizadas e nem se os aparelhos telefônicos foram encaminhados à perícia.
A Politec informou que disponibilizou a perícia para a DHPP no mês de abril. O órgão ainda negou que a Polícia Civil tenha requisitado análise de celulares relacionados ao caso
Segundo a defesa, o prazo que o MP havia concedido para a conclusão do inquérito pela Polícia era o fim do mês de agosto, o que não ocorreu.
A reportagem procurou a Polícia Civil, que informou que o inquérito continua em andamento na DHPP.
"A Polícia Civil aguarda o resultado dos laudos periciais pela Politec-MT. Após a entrega das informações, o inquérito será encaminhado para conclusão".
O caso
Seu João foi morto no dia 23 de fevereiro, no hangar de sua propriedade, localizada na região do Contorno Leste, no Bairro Jardim Imperial, em Cuiabá. O autor do disparo foi o policial civil Jeovanio Vidal Griebel.
Conforme um dos laudos da Politec, o atirador efetuou ao menos um disparo de arma de fogo a pelo menos 12 metros de distância da vítima e fora do hangar em que o corpo foi encontrado. Ele foi ferido na altura do ombro direito.
Jeovanio foi acionado no local pelo cunhado Elmar Soares Inácio, com quem seu João teria um litígio fundiário. A equipe policial foi ao local em uma viatura descaracterizada e sem mandado.
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