Cuiabá, Sexta-Feira, 15 de Agosto de 2025
CRIME EM CUIABÁ
15.08.2023 | 10h34 Tamanho do texto A- A+

Aplicativo foi fundamental para prender assassino de advogada

Dispositivo instalado no celular da vítima permitiu refazer seus passos e chegar na casa do autor do crime

Liz Brunetto/MidiaNews

O delegado Ricardo Franco, que investiga o caso

O delegado Ricardo Franco, que investiga o caso

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O delegado Ricardo Franco, que está à frente do inquérito que investiga o assassinato da advogada Cristiane Castrillon, de 48 anos, afirmou que o aplicativo de rastreamento instalado no celular da vítima foi fundamental para prender em flagrante o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49.

e não tivesse o rastreador no celular da vítima, jamais chegaríamos a ele, pelo menos não tão rápido

 

Chamado de “Life360: Rastreador de Celular”, o app mostrou todo o trajeto percorrido pela vítima até o local ondem ela foi encontrada, na tarde de domingo (13), no Parque das Águas. E permitiu que a Polícia chegasse à casa do ex-militar, local em que esteve desde que foi vista pela última vez.

 

O corpo de Cristiane tinha diversos sinais visíveis de espancamento e asfixia. Almir, principal suspeito de ter cometido o crime, e a advogada se conheceram em um bar horas antes do crime, na noite de sábado (12).

 

“Se não tivesse o rastreador no celular da vítima, jamais chegaríamos a ele, pelo menos não tão rápido. No inquérito, em alguns dias ou meses, pegaríamos imagens dele, mas iria demorar, não teríamos a casa”, afirmou Franco.

 

Segundo o delgado, é muito rica a materialidade que comprova a autoria do crime com as provas encontradas na residência de Almir, no Bairro Santa Amália. Havia sangue em móveis, colchão e em diferentes cômodos.

 

Roupas de cama e vestimentas estavam todas lavadas na máquina, mostrando a tentativa de esconder as provas do crime.

 

“Se achássemos ele depois, poderia falar, ‘não, realmente, eu tive relação com ela, ela foi pra minha casa, depois ela saiu de lá’. Não teríamos a casa. É o tempo da prova”, afirmou o delegado.

 

Segundo Franco, as próprias imagens de câmeras de segurança, que mostram o ex-PM saindo de casa com o carro da vítima, poderiam se perder.

 

“O vídeo apaga em 30 dias, passa por cima. Poderíamos identificá-lo, mas o aplicativo foi fundamental para chegar onde ela esteve. Por onde ela passou”, disse.

Reprodução/Facebook

Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni

Cristiane Castrillon, de 48 anos, foi morta por um ex-PM que conheceu em bar

 

O aplicativo mostra não só a localização atual em que o aparelho está, mas também o percurso feito pelo usuário. Os investigadores, com a autorização da família, tiveram acesso a todos esses dados, que pelas circunstâncias é uma prova lícita, sem a necessidade de um mandado judicial.

 

Próximos passos

 

Depois da prisão em flagrante, agora convertida em preventiva, a Polícia vai esmiuçar os detalhes e circunstâncias do crime. Como o tempo em que a vítima ficou na residência em que foi morta.

 

Até o momento, sabe-se que a vítima ficou pelo menos 9 horas com o ex-PM. Um primo de Cristiane, com quem ela foi ao bar, saiu de lá por volta das 23h30, deixando os dois sozinhos.

 

De lá, com o carro da vítima, eles foram para a casa de Almir. Até aquele momento, pelo que indica a investigação, tudo foi consensual.

 

A principal hipótese é a de que Cristiane teria se recusado a fazer sexo com Almir, e ao tentar forçá-la, ele a matou.

 

O ex-PM afirmou aos jornalistas, na porta da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, que tudo não passou de um acidente. No depoimento oficial, ele se manteve em silêncio.

 

O prazo para a finalização do inquérito é de 10 dias.

 

App Life360

 

O aplicativo instalado no celular da vítima promete conectar o usuário às pessoas mais próximas a ela. Em tempo real, amigos e familiares que tem o aplicativo instalado conseguem verificar a localização do outro.

  

Entre as funcionalidades do aplicativo, estão visualizar a localização em tempo real de pessoas próximas; receber alertas quando elas chegam ou saem de casa, do trabalho ou da escola; acompanhar o histórico de localização.

 

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