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05.11.2025 | 09h30 Tamanho do texto A- A+

Urologista é alvo de operação sobre cirurgias superfaturadas em MT

Polícia apura esquema que teria simulado concorrência entre empresas para superfaturar serviços

Reprodução

O urologista Carlos Evaristo Metello (detalhe), que foi alvo de operação da Polícia Civil

O urologista Carlos Evaristo Metello (detalhe), que foi alvo de operação da Polícia Civil

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O urologista Carlos Evaristo Metello foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão da Operação Fio de Aço, da Polícia Civil, deflagrada na terça-feira (4), que investiga um suposto esquema criminoso de direcionamento de contratações e simulação de concorrência entre empresas para a realização de procedimentos médicos custeados com recursos públicos.

 

No currículo de Metello, consta atuação como professor de Urologia na UFMT e de Medicina na Unic, mestre em Gestão, responsável pelo setor de Urologia Reconstrutiva do Hospital Universitário Júlio Müller, além de responsável técnico da Urologia do Hospital Estadual Santa Casa e do Hospital Metropolitano, e membro concursado da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS-Cuiabá).

 

A Polícia não revelou detalhes sobre a suposta atuação do médico no esquema. 

 

Ao todo foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas alvo, bem como nos endereços dos investigados.

 

Além das buscas por equipamentos eletrônicos e documentos relacionados aos fatos criminosos, foi determinado pelo Poder Judiciário o sequestro de bens imóveis e veículos e o bloqueio de bens e valores, tanto das pessoas jurídicas apontadas como autoras dos orçamentos suspeitos quanto de seus sócios e terceiros envolvidos no esquema criminoso.

 

Os investigados estão proibidos de manter contato entre si, bem como com testemunhas, sobretudo com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso, do Ministério Público e do Poder Judiciário, e, ainda, de se ausentar da cidade sem autorização judicial. 

  

As investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) tiveram início a partir de uma denúncia encaminhada pelo Poder Judiciário, por intermédio do Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania da Saúde Pública (Cejusc), que detectou sobrepreço em orçamentos apresentados em processos judiciais que envolviam a realização de procedimentos médicos custeados com recursos públicos, ajuizados em diferentes comarcas de Mato Grosso.

 

O Cejusc encontrou discordâncias entre valores apresentados por empresas privadas no bojo de processos judiciais, a partir do deferimento de obrigação de custeio em desfavor do Estado de Mato Grosso.

 

As investigações apontaram a existência de um padrão de comportamento, que revelou uma estrutura organizada para direcionar contratações e simular a concorrência entre empresas que, na aparência, apresentam ao Poder Judiciário orçamentos distintos, mas que, na essência, são controladas ou geridas pelo mesmo núcleo de pessoas.

 

O resultado da ação criminosa, ao longo de anos, se deu no pagamento de orçamentos superfaturados, por meio da expedição de alvarás judiciais, ocorrendo a apropriação de dinheiro público por aqueles que prestam atendimento a pacientes regulados pelo SUS e assistidos pela Defensoria Pública.

 

 

A reportagem entrou em contato com o médico, mas até a publicação desta matéria não teve retorno. 

 

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