O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) criticou o vereador Daniel Monteiro (Republicanos) após o parlamentar afirmar que a Secretaria Municipal de Educação tem recursos suficientes para pagar o terço de férias dos professores sem retirar verbas de reformas das escolas. Para o prefeito, o parlamentar poderia ter ajudado no setor, mas não teve coragem de assumir a Pasta quando foi convidado.
A atual legislação estabelece que o adicional de férias seja pago sobre os 30 dias regulares e mais os 15 dias de recesso de julho. Entretanto, Abilio considerava que esses 15 dias, por serem recesso, não poderiam ser contabilizados.
Agora, além de pagar os benefícios deste ano, que somariam por volta de R$ 9 milhões, ele terá que pegar os retroativos, já que desde que a lei foi promulgada, em 2016, o benefício nunca foi pago. O montante chega a R$ 30 milhões.
Segundo o prefeito, no momento a Prefeitura não tem caixa para fazer o pagamento e por isso ele enviou um projeto à Câmara no qual propunha cortar um terço do adicional de férias sobre o recesso de julho. Porém, após pressão dos vereadores, ele retirou o projeto de pauta e disse que para cumprir com o pagamento referente a 2025 teria que retirar R$ 4 milhões verbas de reformas das escolas.
Monteiro criticou a fala de Abilio, que, segundo ele, “jogava a culpa” nos professores ao retirar o dinheiro das reformas.
“Estamos falando de um impacto de R$ 4 milhões em um orçamento de R$ 1 bilhão. Isso não compromete a capacidade de investir nem justifica parar reformas. É como se estivesse pedindo para os professores ensinarem tabuada sem acreditar nela”, disse Monteiro à imprensa.
O prefeito criticou a fala e disse que o vereador teve a oportunidade de ser secretário de Educação, mas “fugiu da raia”.
“Se ele acha que tem [recursos suficientes], vira secretário vai lá e faz. Fugiu da raia, não teve coragem de ser secretário e agora quer dar opinião?”, disparou Abilio.
“Cobram: ‘Ah e a infraestrutura das escolas? Por isso que a gente não consegue apresentar bons resultados’. Mas na hora de cobrar entre infraestrutura e mais dinheiro para a folha de pagamento, cobraram mais dinheiro para folha de pagamento, tirando os recursos da infraestrutura e da manutenção”, disse.
Com a polêmica, Abilio já sugeriu que quer "privatizar" algumas escolas e também fez duras críticas ao desempenho dos professores nas salas de aula de Cuiabá, alegando que muitos preferem “brincar” e não ensinam o básico para os alunos.
Ao rebater a declaração do prefeito, Daniel considerou a fala de Abilio desrespeitosa e rejeitou a hipótese de compor um governo com o qual não concorda. Ele também criticou a ideia de "privatizar" algumas escolas.
“Imagina eu como secretário dele, se ele propusesse uma lei absurda dessas. Eu teria saído no primeiro mês. Não aceitaria isso”, declarou.
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2 Comentário(s).
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Edivaldo Rocha 22.07.25 14h37 | ||||
O prefeito não conhece a realidade da sala de aula. Não é fácil cuidar de 25 crianças. O ideal seria contratar uma assistente para auxiliar o professor. Falta material didático, principalmente nas disciplinas: artes e educação física. A saída é através do diálogo e não com críticas sem fundamento. | ||||
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Elcio Leandro 22.07.25 09h46 | ||||
O trabalho do professor é desgastante e exige grande dedicação. O período de 45 dias de férias, com o adicional do terço de férias, permite que os professores tenham um descanso adequado, fundamental para a recuperação física e mental. | ||||
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