Cuiabá, Terça-Feira, 1 de Julho de 2025
GUERRA NA UCRÂNIA
25.02.2022 | 16h01 Tamanho do texto A- A+

Aprosoja teme alta no custo de produção e inflação nos alimentos

Vinte por cento do fertilizante usado nas lavouras brasileiras são comprados da Rússia

MidiaNews

O presidente da Aprosoja, Fernando Cadore: guerra Rússia x Ucrânia

O presidente da Aprosoja, Fernando Cadore: guerra Rússia x Ucrânia

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) teme que a guerra entre Ucrânia e Rússia eleve os custos de produção e consequentemente dos alimentos. A maior preocupação da entidade é o encarecimento dos combustíveis e dos fertilizantes.

  

O presidente da entidade, Fernando Cadore, disse que acompanha com apreensão os acontecimentos no leste da Europa.

 

“O primeiro impacto que a gente tem é no preço do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis. Óbvio que uma parte é especulativa, mas o barril de petróleo já ultrapassa os US$ 100, algo que não ocorria desde 2014. Então já tem um impacto direto na produção, que é no consumo de combustível, desde a produção até o transporte à ponta final”, disse.

 

Outro obstáculo, conforme Cadore, é a importação de fertilizantes, fundamentais para a agricultura. O Brasil adquire no exterior 85% do volume aplicado nas lavouras.

O primeiro impacto que a gente tem é no preço do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis. Óbvio que uma parte é especulativa, mas o barril de petróleo já ultrapassa os US$ 100

 

Desse total, conforme Cadore, a Rússia responde por cerca de 20% do suprimento ao país.  

 

“Nossa preocupação é principalmente com o aumento de custo de produção, que já vem subindo ao longo do tempo. Hoje dá para afirmar com certeza que, independente da guerra, a gente experimentava uma alta nunca antes vista no custo de produção, já colocando  que quase impatado ou inviável a produção da safra 2022/2023. A gente já vem alertando há tempo”, afirmou.  

 

Caso haja um boicote mundial, a Rússia pode ficar impedida de exportar, reduzindo drasticamente a oferta de fertilizantes.

 

Um outro problema já vislumbrado pelo presidente é o fornecimento de grãos, como o milho e trigo. O Brasil importa 60% de tudo o que consome. E uma parte desse volume vem da Ucrânia.

 

“Se não me engano a Ucrânia é a quarta maior produtora de milho do Mundo, além de uma grande produtora de soja, de trigo, de aveia e vários outros grãos. Obviamente exporta para vários países e ajuda a compor os estoques mundiais de alimentos”, disse.

 

“Dependendo de como forem os próximos passos dessa guerra, a gente pode sim ter um problema no fornecimento desses grãos para os países para os quais a Ucrânia exporta”.

 

Conforme Cadore, caso isso ocorra, esses alimentos deverão ser supridos por outros países, como Argentina, EUA e o próprio Brasil.

 

Com a possibilidade de corte no fornecimento ucraniano, no entanto, o preço do produto deve aumentar, com impacto na inflação brasileira.

 

Um terceiro, e não menos importante, problema é a exportação de soja brasileira para a Rússia.

 

Maior produtor de soja do Brasil, Mato Grosso pode sofrer com esse impacto. 

 

 

 

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