Cuiabá, Terça-Feira, 19 de Agosto de 2025
HERANÇA MALDITA
19.08.2025 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Câmara revoga empréstimo de R$ 139 milhões feito por Emanuel

Vereadores haviam autorizado Prefeitura a contrair montante e Abilio vê mal negócio no valor dos juros

Victor Ostetti/MidiaNews

A presidente da Câmara Municipal, vereadora Paula Calil: revogação de pedido de empréstimo

A presidente da Câmara Municipal, vereadora Paula Calil: revogação de pedido de empréstimo

GIORDANO TOMASELLI
DA REDAÇÃO

Os vereadores de Cuiabá aprovaram, na manhã desta terça-feira (19), a revogação da autorização de um empréstimo de R$ 139 milhões que seria feito pela Prefeitura junto ao Banco do Brasil.

 

Em uma Prefeitura que não tinha nota no Tesouro Nacional, não tinha crédito e o gestor estava envolvido com corrupção e devia R$ 2 bi

A votação foi por 23 votos favoráveis. O pedido de empréstimo foi feito pelo ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), enquanto o de revogação foi feito pelo prefeito Abilio Brunini (PL).

 

Somente dois vereadores votaram contrários ao projeto: Jeferson Siqueira (PSD) e Dídimo Vovô (PSB).

 

Segundo Emanuel alegou na época, o valor seria para concluir obras do Contorno Leste; reforma do Mercado do Porto; pavimentação de vias da Capital e para instalação de placas solares (usinas fotovoltaicas).

 

Entretanto, como o município está com nota Capacidade de Pagamento (Capag) em C, devido às dívidas deixadas pela administração passada, a gestão Abilio disse que um empréstimo desse valor seria feito com juros altos, que faria o município pagar duas vezes ou mais em relação ao montante que receberia.

 

As vereadoras Michelly Alencar (União) e Maysa Leão (Republicanos), que em 2024 já haviam votado contra a autorização do empréstimo, reforçaram o posicionamento e citaram a falta de credibilidade do antigo gestor para administrar o montante.

 

“Na época, a propositura era o empréstimo de R$ 139 milhões que ao longo dos anos pagaríamos R$ 417 milhões, com juros de 278 milhões, que seriam maiores que o valor requerido. Isso em uma gestão em que havia mais de 20 operações policiais, não tínhamos certidão para convênio porque sempre as contas estavam negativas”, disse Michelly.

 

“Me lembro das explicações que foram dadas e não convenciam. Juros abusivos, empréstimo que não era claro, misturava diversas obras, em uma Prefeitura que não tinha nota no Tesouro Nacional, não tinha crédito e o gestor estava envolvido com corrupção e devia R$ 2 bilhões”, afirmou Maysa.

 

Para abrir mão do recurso, Abilio alegou que vai buscar condições melhores junto a bancos, após conseguir elevar a nota Capag da cidade para B, quando conseguiria juros menores. Além disso, defendeu parcerias com o Governo do Estado e recursos de emendas parlamentares.

 

Veja:

 

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