LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O líder da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, deputado federal Homero Pereira (PSD), anunciou, na manhã desta quinta-feira (14), que vai tirar licença médica para dar início a uma quimioterapia para combater um câncer no estômago.
“Não sei ainda qual vai ser o ritmo das sessões de quimioterapia, qual o impacto eu vou sentir. Portanto, não sei se será possível conciliar. Pode ser que trabalhar durante o tratamento seja melhor, para eu não ficar pensando só na doença. Por enquanto, vou pedir a licença para priorizar a minha saúde, mas é o médico que vai determinar o prazo”, explicou o parlamentar, durante entrevista coletiva, na Assembleia Legislativa.
Homero implantou um cateter no ombro, a dois centímetros de profundidade, para receber o tratamento. O tumor, do tipo adenocarcinoma, foi diagnosticado na semana passada, e já tomou dois terços do estômago do deputado.
Homero relatou que começou a sentir dores há duas semanas, em Cuiabá, e, a princípio, pensou que fosse uma cólica no rim.
Durante a semana passada, ele intercalou sua atividade parlamentar em Brasília com exames no departamento médico da própria Câmara.
Em uma endoscopia realizada no dia 6, o câncer foi descoberto. No dia seguinte, Homero viajou para São Paulo e se internou no Hospital Sírio-Libanês para fazer uma bateria de exames, incluindo videolaparoscopia e biópsia.
“Eu tenho um histórico de câncer, pois já tive linfoma há 17 anos. Então, vou a São Paulo duas vezes por ano para fazer o acompanhamento. Imagino que a doença seja recente, pois, no primeiro semestre do ano passado, me internei para fazer um checape e não foi descoberto nada”, observou o deputado.
O objetivo da quimioterapia é reduzir o tamanho do tumor para que a intervenção cirúrgica seja menor ou, até mesmo, evitada.
Segundo o deputado, se fosse fazer a cirurgia hoje, sem o tratamento quimioterápico, ele precisaria retirar dois terços do estômago e desviar uma parte do duodeno.
Ele disse estar confiante que vai superar a doença. "Estou sentindo uma corrente positiva, pois recebi orações e mensagens de vários amigos. Vamos sair dessa", afirmou.
"Tenho certeza que o Homero está nas mãos de bons médicos e logo estará bom", completou o presidente da Assembleia, José Riva (PSD), que acompanhou a entrevista.
Suplência e novo líderHomero ainda não sabe quanto tempo terá que dedicar ao tratamento ou o quanto isso irá afetar sua atuação parlamentar. Ele considera a possibilidade de, se necessário, tirar uma licença mais prolongada e convocar um suplente para assumir sua cadeira.
O deputado se elegeu pelo PR e compõe a coligação PR-PMDB-PT, quem tem o secretário de Educação Ságuas Moraes (PT) como primeiro suplente, e a ex-senadora Serys Slhessarenko (ex-PT) como segunda suplente.
É pouco provável que Ságuas deixe o comando da pasta para assumir a vaga na Câmara, enquanto Serys deixou o partido, perdendo o direito à suplência.
Desse modo, o terceiro suplente, Victorio Galli (PMDB), é quem deverá assumir a vaga.
Além disso, a escolha de um novo líder para a bancada federal de Mato Grosso deve ser adiantada. O mandato do líder dura um ano, e Homero seria substituído após a aprovação do Orçamento Geral da União 2013, que deve ser votado ainda este mês.
“Vou sugerir que a bancada eleja logo um novo líder, para não haver descontinuidade na execução do Orçamento 2013. É muito importante um líder de bancada investido com todos os poderes da liderança para poder interagir com os ministérios e o Governo Federal, no sentido que Mato Grosso não perca os recursos que colocamos no orçamento da União”, disse Homero.
Na avaliação dele, todos os outros sete deputados e três senadores têm condições de assumir o posto.
A tendência, porém, é que seja escolhido alguém da base aliada do Governo Federal, para facilitar a interlocução com o Palácio do Planalto.