A Polícia Civil encontrou diversos documentos na casa do diretor financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), Eduardo Pereira Vasconcelos, preso nesta quarta-feira (8) em Cuiabá.

Segundo as investigações, seu objetivo era o de ocultar provas e obstruir a apuração de fraude referente à empresa Remocenter Serviços Médicos, acusada de ser "fantasma" e fazer venda "fictícia" de remédios à Prefeitura de Cuiabá.
Segundo a Polícia Civil, no dia 9 de fevereiro, foram encontradas e apreendidas peças de um processo administrativo do setor financeiro da ECSP.
“Cuidando-se de documentos que deveriam estar guardados arquivados no setor financeiro da ECSP, mas não estavam, e que foram localizados na residência do representado, resta suficientemente demonstrado o interesse em ocultar provas e obstruir as investigações”, consta em trecho de decisão do juiz Jean Garcia Bezerra, da Sétima Vara Criminal, que autorizou a prisão de Eduardo.
Na residência do servidor foram apreendidos quatro processos, segundo a Polícia Civil (veja abaixo).
Dentre esses documentos, havia um "atesto de recebimento" de medicamento fornecido pela empresa Remocenter Serviços Médicos, subscrito pelo servidor João Victor Silva, do setor de farmácia, e que não havia sido anteriormente localizado na documentação solicitada à Prefeitura de Cuiabá.
De acordo com as investigações, esse documento é falso e, por isso, João Victor também passou a ser investigado.
Documentos apreendidos:
Processo n.º 00.000.504/2023-1, de 03 de janeiro de 2023, referente ao pedido de exoneração de Eduardo Pereira Vasconcelos do cargo de Diretor Administrativo Financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública;
Processo n.º 00.031.786/2021-1, de 13 de abril de 2021 e referente às aquisições das Notas Fiscais n.º 02 e n.º 03 da REMOCENTER;
do Processo n.º 00.047.244/2021-1, de 07 de junho de 2021 e referente às aquisições da Nota Fiscal n.º 04 da REMOCENTER; do
Processo n.º 00.047.243/2021-1, de 07 de junho de 2021 e referente às aquisições da Nota Fiscal n.º 05 da REMOCENTER.
Outro alvo
O empresário Maurício Miranda de Mello, dono na Remocenter Serviços Médicos, que também teve mandado de prisão expedido nesta quarta, mas ainda não foi localizado, é suspeito de ser "contumaz na prática de fraudes" que implicam em desvio de recursos públicos na área da saúde.
Ele é acusado de participação em uma organização criminosa que se instalou na Saúde pública de Santa Catarina, também no período da pandemia de covid-19.
O caso ficou conhecido como “esquema dos respiradores fantasmas”, e causou prejuízo ao erário em R$ 33 milhões.
"Remanescem contundentes indícios de que o ora representado utiliza a atividade empresarial como instrumento para prática de crimes contra a administração pública, de forma reiterada, a justificar a prisão preventiva para interromper as empreitadas criminosas", consta na decisão.
Segunda fase
O juiz determinou a suspensão dos servidores Raquell Proença Arantes, Jussinane Beatriz Perotto e João Victor Silva de suas funções na Empresa Cuiabana de Saúde Pública até a conclusão da ação penal que investiga esquemas no órgão.
A Justiça também determinou a aplicação de medidas cautelares à Monica Cristina Miranda dos Santos, João Bosco da Silva, Gilmar Fortunato, Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, Raquell Proença Arantes, Jossiane Beatriz Perotto, João Batista de Deus Júnior e João Victor Silva.
Foi determinado, ainda, o sequestro de bens de R$ 3,2 milhões dos acusados, referente aos valores desviados dos cofres da Saúde de Cuiabá, segundo o MPE.
Leia mais sobre o assunto:
Polícia prende diretor financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde
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2 Comentário(s).
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| Eduardo Gomes 08.03.23 13h33 | ||||
| Deus é maravilhoso, demorou mais chegou a hora de colocar. | ||||
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| Júnior 08.03.23 13h14 | ||||
| Com tudo isso os vereadores de Cuiabá defendendo o prefeito e quantas pessoas morrendo por causa desses políticos que infelizmente só pensam é só mesmo | ||||
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