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TREM POLÊMICO
14.02.2015 | 17h36 Tamanho do texto A- A+

Governador admite que avalia a substituição do VLT pelo BRT

Futuro do sistema dependo de estudo tarifário, que é conduzido pelo Gabinete de Projetos Estratégicos

José Medeiros/Secom-MT

Governador diz que futuro do VLT depende de estudos técnicos que estão sendo realizados

Governador diz que futuro do VLT depende de estudos técnicos que estão sendo realizados

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Embora tenha reafirmado que a sua intenção é concluir a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o governador Pedro Taques (PDT) disse que a continuidade do modal de transporte depende de estudos técnicos que estão sendo realizados pelo Governo, especialmente no que diz respeito ao custo da tarifa a ser praticada.

Ele admitiu, inclusive, que esse estudo também analisa a possibilidade de trocar o VLT pelo BRT (Bus Rapid Transport (BRT), modal que, inicialmente, foi escolhido para ser implementado em Cuiabá e Várzea Grande.

"Nós vamos voltar para o BRT? O que nós faremos com R$ 500 milhões de vagões que estão lá no aeroporto? É possível vender? É possível transformar em BRT? Eu não tenho conhecimento técnico para isso, mas determinei ao Gabinete de Projetos Estratégicos que faça esse estudo"

“Nós vamos voltar para o BRT? O que nós faremos com R$ 500 milhões de vagões que estão lá no aeroporto? É possível vender? É possível transformar em BRT? Eu não tenho conhecimento técnico para isso, mas determinei ao Gabinete de Projetos Estratégicos que faça esse estudo”, afirmou o governador, durante encontro com jornalistas, nesta sexta-feira (13), no Palácio Paiaguás..

Ainda segundo Taques, os resultados dessa análise serão apresentados na semana que vem, após o Carnaval.

O estudo, de acordo com o governador, tem como ponto principal o valor tarifário do modal de transporte. No início desta semana, em audiência pública realizada pelo Governo, foi ventilada a possibilidade de uma tarifa que ultrapasse R$ 10.

“Qual vai ser o valor dessa tarifa? O cidadão vai ter condições de pagar? Esse estudo tarifário está sendo feito para saber o que nos vamos decidir sobre o VLT”, disse Taques.

Ele observou, no entanto, que a decisão sobre o “futuro” do VLT não será tomada de forma isolada. Segundo ele, após a apresentação das análises da obra, serão realizadas audiências públicas para que o assunto seja debatido com a população.

Além disso, Taques irá se reunir com a Assembleia Legislativa, com os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande, Mauro Mendes (PSB) e Walace Guimarães (PMDB), respectivamente, para que, juntos, eles possam ajudar a deliberar sobre o assunto.

“Eu não vou decidir sozinho. Vou chamar a Assembleia, as Câmaras de Cuiabá e Várzea Grande, os dois prefeitos dessas cidades, o aglomerado urbano, para decidirmos juntos. Porque se o Mauro Mendes e o Walace Guimarães fizerem uma licitação das linhas de ônibus, isso repercute imediatamente no valor da passagem do VLT”, justificou Taques.

Desvio de dinheiro

O governador voltou a repetir o que havia dito na mensagem do Governo entregue à Assembleia Legislativa, em 1º de fevereiro: o VLT será o “maior escândalo da história de Mato Grosso”.

“Existem falhas gritantes nas obras. Tudo isso é irresponsabilidade do Estado. A gerenciadora noticiou 600 irregularidades. A pergunta que fica é: como não viram 600 irregularidades? Isso é uma vergonha, isso é ilícito. Dessas 600 obras, muitas foram consertadas, outras não”, disse Taques.

Ele sugeriu, inclusive, que houve desvios de verbas durante a execução da obra do modal de transporte.

"Eu, como governador, não tenho a obrigação constitucional, com o perdão da expressão, deapontar 'o batom na cueca'"

“Você conhece uma obra no Brasil que, porventura, não tenha sido desviada R$ 1? E uma obra de R$ 1,477 bilhão, você acha que nenhum real foi desviado?”, questionou ele.

O governador disse, contudo, que não compete a ele a responsabilização dos culpados por eventuais desvios de recursos.

“Se eu fosse procurador da República, eu estaria investigando isso. Alias, já fizemos reuniões com o MPE, MPF, Controladoria e Tribunal de Contas para tratar disso. Agora, eu não sou mais procurador da Republica, cabe a essas instituições investigar”, afirmou.

“Eu, como governador, não tenho a obrigação constitucional, com o perdão da expressão, de apontar 'o batom na cueca'. Cabe a eles investigarem”, disse.

Taques afirmou ainda que, até o próximo dia 28, a Controladoria Geral do Estado terá em mãos o resultados das auditorias que podem apontar o eventual desvio de dinheiro público desta obra.

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69 Comentário(s).

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Miguel  15.02.15 18h04
Muito dificil acreditar em alguem...mas essa obra não sai tão cedo, se sair né...essa é a realidade, desvios de recurssos e impunidade, de mãos dadas!!
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Carlos Eduardo Fortes  15.02.15 16h30
Dr. Pedro, por favor! Pare de fazer showzinho, de jogar para a prateia.A história do VLT versus BRT é a mesma que não deixa chegar a ferrovia aqui em Mato Grosso: Para os grandes lobbys dos fabricantes de caminhões, dos fabricantes de autopeças, de pneus, das indústrias de combustíveis, etc não interessam isso. Estes preferem assim, com estradas esburacadas, ônibus e caminhões quebrados e distâncias longas para gastar combustíveis. Então governador, pare de charminho e comece a trabalhar.
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Juquinha  15.02.15 11h23
O VLT do Cariri é baseado na adaptação de locomotivas à diesel em um modelo de transporte urbano. Do ponto de vista ecológico é algo não recomendável para cidades que se dizem modernas e que querem menos poluição.
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sebastiao abreu  15.02.15 09h53
olha, votei no pedro taques, até ajudei e muito, mas, começo a perceber que isso não vai dar certo, parece que o atual governo não quer assumir nada, o discurso parece um só, vender obras públicas, não terminar obras que começaram, e fazer o discurso do caos. mas, nós, o povo, o elegemos para resolver os problemas, não para vender aquilo que é considerado patrimônio do povo, e têm que cumprir o que prometeu na campanha, ou seja, concluir todas as obras inacabadas. tomará que o pedro não deixe obras inacabadas quando concluir o seu governo, e não pense ele que o governo é eterno, 4 anos passa bem rapidinhos, e logo vai precisar dos amigos e de quem ajudou a elege-lo, vamos aguardar. e se teve alguém que desviou dinheiro dessas obras, que a justiça apure e puna.
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cuiabanodematogrosso  15.02.15 09h40
Novamente a máfia dos onibus querendo marcar mais um "gol de placa", fazendo substituir o vlt pelo brt. O que se vai gastar para fazer um brt do zero, será o mesmo valor para se terminar o vlt. Os vagões estão aí e prontos para rodar, os trilhos já estão aí, só falta instalar. Quanto ao valor da passagem, em todos os países do mundo a passagem é subsidiada pelos governos...argumento esdruxulo este de que vai custar 10 reais. Vai custar o que o cidadão pode pagar. O objetivo de um bom transporte público é tirar as pessoas de seus carros, diminuir a poluição e os acidentes, descongestionando as cidades.Ninguém vai trocar seu carro por um ônibus, mesmo que se chame BRT. Em todos os países civilizados a base do transporte de massa é Metro e Vlt, e não ônibus. Esta é uma aberração do subdesenvolvimento. Não é colocar os pobres em latas de sardinha (diga-se ônibus) como ainda se pensa no brasil. A máfia dos ônibus louca para operar o brt com seus ônibus maravilhos... Comparar brt com vlt é comparar carroça com carro. Quem já foi usuário de VLT em outros países sabe bem esta diferença.
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