Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
HOMENAGEM A FILINTO
20.06.2012 | 10h50 Tamanho do texto A- A+

Júlio Campos critica senadora que mudou nome de ala

Ele disse que senadora Ana Rita (PT-ES) agiu de maneira "sorrateira"

Reprodução

O deputado federal Júlio Campos, que criticou mudança de ala no Senado; no destaque, Filinto Muller

O deputado federal Júlio Campos, que criticou mudança de ala no Senado; no destaque, Filinto Muller

ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O deputado federal Júlio Campos (DEM) criticou hoje a senadora Ana Rita (PT/ES), que aprovou no Senado Federal a mudança do nome de uma das alas da Casa, antes chamada de “Senador Filinto Muller”, para “Senador Luiz Carlos Prestes”.

Mato-grossense, Muller nasceu em 1900, em Cuiabá, faleceu em um acidente de avião, em Paris, em 1973. Ele foi chefe da polícia política de Getúlio Vargas e, por diversas vezes, acusado de promover prisões arbitrárias e torturar prisioneiros.

Campos afirmou que está “indignado” e classificou a iniciativa da petista de “sorrateira”.

“Essa senadora é metida a católica, atua com movimento de igrejas, mas fez isso numa ação sorrateira. Foi um golpe rasteiro. Ela já tinha apresentado esse projeto há um tempo atrás e não conseguiu aprovar. Então, ela se uniu a outros senadores e aproveitou uma sessão vazia, dessas que não vai ninguém, para aprovar a medida”, afirmou.

Júlio Campos afirmou que considera Filinto Muller um “grande político”, que representou Mato Grosso no contexto nacional.

“Filinto Müller honrou o Congresso Nacional desde a fundação da República. Foi líder do PSD, líder do governo Federal, presidiu o Senado e o Congresso Nacional. Foi também líder da oposição no Governo de Jânio Quadros, vice-presidente do Senado por duas vezes e, quando morreu num acidente aéreo, foi sepultado com honras de Chefe de Estado, pois era General do Exército”, afirmou.

Segundo ele, em 2003, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também tentou mudar o nome da ala, mas a maioria da Casa rejeitou.

“Filinto Müller criou duas universidades. Foi o homem que, com Darcy Ribeiro, conseguiu a aprovação para a criação da Universidade de Brasília e também da Universidade Federal de Mato Grosso. Portanto, não é uma figura estranha, que merece ter o seu nome retirado da história do Senado Federal”, pontuou.

Roberto Campos

Foi o próprio Júlio Campos quem conseguiu nomear a ala com o nome de Muller, em 1995, após uma ampliação no Senado que criou novos gabinetes, quando ele era 1º secretário da Mesa Diretora.

“Não há justificativa para isso. Ele é o único mato-grossense homenageado no Senado. Já que conseguiram retirar o nome dele da ala, vou propor que homenageiem o Roberto Campos ou Jonas Pinheiro”, afirmou, referindo ex-senador Jonas Pinheiro e ao ex-ministro do Planejamento, e também ex-senador Roberto Campos, ambos de Mato Grosso e já falecidos.

Segundo o deputado, Ana Rita quer homenagear Luiz Carlos Prestes em detrimento a Muller. “Nada contra essa homenagear Prestes. Reconheço a importância dele na história política. Mas entendo que a mudança abrirá um precedente grave de alterações de nomes na estrutura do Senado”, disse.

Júlio reiterou que, no Governo Vargas, quando ocupava cargo no Ministério da Justiça, Filinto Muller trouxe para Cuiabá investimentos na área da educação, através do Liceu Cuiabano, do Cine Teatro Cuiabá, e da construção da sede do Banco do Estado.
“No governo do Presidente Médici, Filinto proporcionou obras de asfalto, através do Prodoeste, a Cuiabá, Rondonópolis . Goiânia, São Paulo e Campo Grande, além da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém”, afirmou.

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COMENTÁRIOS
18 Comentário(s).

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Andre Luis  21.06.12 10h34
Andre Luis, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
aluizio pereira de barros  20.06.12 21h39
Quero parabenizar o Dep. Federal Julio Campos pela defesa de um dos nos grandes lideres do PSD no Brasil que foi Filinto Muller e em especial por ser Cuiabano e um homem honesto, trabalhador e honrado. Peço que o nobre parlamentar articule a nossa bancada no Senado para rever essa situação. Caso contrário abrirá brecha para troca de nomes em todo o País.
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Francisco Carlos N Lender  20.06.12 20h03
Uma vergonha para o país. O sr Luiz Carlos Prestes recebeu dinheiro da antiga URSS para fomentar o comunisno na Europa, mas acabou no Brasil. Viraram terroristas esparramando o terror sertão adentro. O cálculo é que mataram mais de 70 pessoas, sendo 5 aqui em Mato Grosso. Parece que está havendo uma inversão de valores.
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afonso aberrian  20.06.12 16h31
papai contava que o chefe da policia do dr. vargas foi um homem muito ruim e que castigava os opositores com chibata. morreu ao lado do agostinho dos santos em orly na frança.
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MEDEIROS  20.06.12 16h24
Em 20 de novembro de 1926 Barra do Bugres cobriu-se de sangue e dor. A Coluna Miguel Costa-Prestes liderada pelo revoltoso comunista e capitão desertor do Exército, Luís Carlos Prestes, chegou à margem do rio Paraguai onde capturou o fazendeiro Mestre Marcos e o torturou para que indicasse a parte rasa, onde os guerrilheiros de Prestes pudessem atravessar montados. Marcos informou. Mesmo assim, os comunistas o degolaram diante dos olhares e dos gritos de súplica de sua mulher e filhos pequenos. Em seguida a Coluna ocupou a cidade e seus integrantes assassinaram 20 civis que tentaram em vão defender suas famílias e casas. Prestes com seu estandarte vermelho cruzou a fronteira e asilou-se na Bolívia deixando em Barra do Bugres um rastro da mesma cor, que nem o tempo poderá apagar. O povo da Barra ergueu um Obelisco a Mestre Marcos e aos demais cidadãos executados por Prestes. Esse monumento, à margem do rio, registra um dos capítulos da revolução do chamado “Cavaleiro da Esperança” e nunca ganhou o destaque devido no noticiário. Visitá-lo é encontrar-se com a realidade do passado político brasileiro. ( NO DIÁRIO DE CUIBÁ)
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