O ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) afirmou, em entrevista a Revista Veja que circula a partir deste sábado (04), ter conhecimento do histórico de filiados do PP denunciados por corrupção, mas que se filiou ao partido com o objetivo de desenvolver “um bom trabalho” no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Na entrevista das páginas amarelas da revista, intitulada “Legítimo e impopular," Maggi disse que chegou a avisar as lideranças da sigla que não aceitaria o convite para comandar o ministério se fosse para “fazer negócios para o partido”.
“Entrei para o partido para poder cumprir meu papel no Ministério da Agricultura. Quando me filiei, os fatos que pesam hoje contra o PP já estavam apresentados e eu sabia de todos eles. Para mim não é novidade o que é dito sobre o partido. Acho que as pessoas terão a oportunidade de se defender no momento certo”, disse.
O ministro negou haver constrangimento em conviver com colegas de ministério envolvidos em escândalos, muitos citados em delações da Operação Lava Jato.
Segundo ele, as delações são “parte de um processo” e cada um terá que responder por seus atos.
Maggi ainda defendeu a legitimidade do Governo do presidente Michel Temer (PMDB), mesmo reconhecendo sua impopularidade.
“Temos um governo legitimo, mas que não veio pelo voto popular, e vejo que existe um ressentimento em certos setores. Mas temos dois anos pela frente para realizar as reformas de que o país precisa. A sociedade está entendendo que mudanças profundas são necessárias e que elas podem ser implementadas. O Governo Temer conseguiu aprovar praticamente todas as propostas encaminhadas ao Congresso, mas ainda é impopular na sociedade. Na minha avaliação, se conseguirmos aprovar as mudanças na Previdência e em outros setores vitais, teremos chances de passar para a história como um governo reformista”, disse.
A Veja ainda questionou o fato de o ministro ter sido citado na Operação Ararath, que investiga esquema de corrupção que ocorreu durante sua gestão como governador de Mato Grosso.
“Passei oito anos no Governo de Mato Grosso e reconhecidamente alguns problemas aconteceram nesse período. Não diretamente no governo, mas em paralelo ao governo, na área política. Há várias operações policiais e investigações no estado sobre o período que fui governador e sobre o período seguinte. Estou acompanhando com tranquilidade esse processo”, afirmou.
Sobre sua atuação no Mapa, a reportagem diz que o ministério é um dos poucos que apresenta uma agenda positiva, entre elas a desburocratização do setor.
No final da entrevista, Maggi disse que mesmo tendo o título de bilionário, seus proventos são "limitados".
Confira a íntegra da entrevista:
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