Gigante do agronegócio, o ex-ministro da agricultura Blairo Maggi afirmou estar “bastante preocupado” com as consequências da invasão russa na Ucrânia. O principal temor é a respeito dos fertilizantes. O Brasil importa 70% do que usa e destes 23% vêm da Rússia.
Em entrevista ao MidiaNews, o ex-ministro enumerou três consequências da guerra em relação aos fertilizantes.
“Primeiro, a elevação dos preços [dos fertilizantes], que já aconteceu e não sabemos onde vai parar. Segundo, a possível falta do fertilizante para as safras futuras, se não parar os embargos. E terceiro, é que teremos que aumentar a produção interna”, afirmou.
O aumento da produção local de fertilizantes, no entanto, tem alguns entraves. Maggi explicou que a abertura de jazidas de minério, necessária à produção de fertizante, é feita com muita burocracia.
A sugestão do ex-ministro é um plano nacional emergencial para aumentar a produção dos insumos e diminuir a dependência externa.
“Mas os investimentos são de médio prazo, não se consegue abrir novas jazidas rapidamente. É necessário ter licenças, estudos ambientais... Um plano nacional ‘emergencial’ pode ajudar muito”, sugeriu.
Ministério da Agricultura
A ministra da Agricultura Tereza Cristina anunciou, em um live com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (4), que o Governo Federal vai lançar ainda em março um plano nacional para ampliar a produção do insumo no País.
"O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para a produção própria de fertilizantes. Fizemos uma opção errada lá atrás de ficarmos importando nitrogênio, fósforo e potássio", afirmou a ministra.
"Esse plano está pronto, não foi por causa desta crise. Isso nós pensamos lá atrás, no seu governo, de que o Brasil, uma potência agro, não poderia ficar nessa dependência, do resto do mundo, de mais de 80% nos três produtos, de vários países”, emendou.
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5 Comentário(s).
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Stephen Kanitz 07.03.22 08h17 | ||||
Nosso agro fazendo o de sempre: socializando o prejuízo, mas privatizando o lucro. Com o dólar nas alturas e o aumento dos ganhos ninguém pediu um "plano emergencial" pra nada... Mas agora, chama o governo. Piada! | ||||
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fernando mendes 07.03.22 07h54 | ||||
bom dia a todos.... Só atualizando as informações a embaixada russa, já informou que para o Brasil não vai haver retalhação de envio de fertilizante, inclusive já foi noticiado pela GLOBONEWS.... Esse senhor ta fazendo terrorismo....e como pra ele não falta dinheiro ta tentando se beneficiar do desespero dos menos favorecidos.... | ||||
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Francisco Ferreira bomfim 07.03.22 07h45 | ||||
A Rússia em 10 dias já complicou a vida de vários países de maneira global sem burocracia. A solução, no caso de fertilizantes, tem que ser rápida. A ONU está em constante reunião do Conselho de Segurança. Já fez sanções terríveis em 6 dias de guerra. O executivo deve se mobilizar e resolver o problema também em 10 dias. Somos vítimas da guerra na Ucrânia também. | ||||
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Wagner 06.03.22 20h16 | ||||
Há quanto tempo está acontecendo a disparada nos preços da carne, do combustível, material de construção, gás, alimentação, transporte público entre outros? Porém nesses casos o Blairo jamais se doeu, porque será? | ||||
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José Aparecido Thenquini 06.03.22 17h27 | ||||
Essa guerra está servindo para mostrar para o povo brasileiro, que os empresários não tem visão de futuro. Como exemplo: apoiaram a venda ou fechamento, após 2016 as plantas que produziam os fertilizantes. Sugiro comprar pertinho, A Venezuela tem pra vender. | ||||
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