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10.09.2011 | 08h05 Tamanho do texto A- A+

"Me tomaram o DNIT sem pedir licença", diz Luiz Pagot

Ele afirma que não quer mais saber de cargo público e coloca à venda mansão em Cuiabá, revelada pelo MidiaNews

Ednilson Aguiar/Secom-MT

DNIT é o fim de linha no serviço público, diz Pagot, que retorna à iniciativa privada

DNIT é o fim de linha no serviço público, diz Pagot, que retorna à iniciativa privada

DA REDAÇÃO

Afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o mato-grossense Luiz Antonio Pagot garantiu, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que não pretende mais assumir um cargo na administração pública.

Para ele, a forma como deixou o órgão que cuida das obras públicas federais no Brasil foi "degradante". "Me tomaram o DNIT sem pedir licença", afirmou.

Pagot também se disse disposto a se desfazer da casa de três pavimentos que está construindo em Cuiabá. Conforme MidiaNews revelou com exclusividade, a mansão, em área nobre da Capital mato-grossense, está avaliada por corretores em R$ 2,5 milhões. Ele disse que negocia o imóvel em "condições facilitadas".

Confira a íntegra da reportagem do jornalista cuiabano Rodrigo Vargas, na Folha:

'Me tomaram o DNIT sem pedir licença', diz ex-diretor do órgão

Pouco mais de um mês após se desligar oficialmente da diretoria do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot definiu a si mesmo como "um injustiçado" e disse em entrevista à Folha que nunca mais pretende assumir um cargo na administração pública.

"Gostaria de ter saído em outra situação. Não da forma extremamente degradante como foi. Me tomaram o DNIT sem pedir licença", afirmou ele, que pediu exoneração no dia 25 de julho após sofrer pressão do Planalto em meio a acusações de corrupção no Ministério dos Transportes.

Pagot disse que não teve acesso ao conteúdo do relatório divulgado anteontem pela CGU (Controladoria-Geral da União), que apontou prejuízo de R$ 682 milhões em obras da pasta.

Segundo o ex-diretor, porém, os órgãos de controle sempre foram "como anjos da guarda". "Nos três anos que trabalhei no DNIT, a CGU sempre esteve presente, inclusive com uma sala, e fez relatórios anuais."

Pagot disse que as acusações no Dnit são "infundadas" e negou que tenha tido crescimento patrimonial incompatível com seus ganhos.

"A minha evolução é lenta e gradual. Não comecei a trabalhar com agropecuária no Dnit. Já era plantador de arroz e criador de gado."

Sobre a casa de três pavimentos que vem construindo em Cuiabá - uma obra avaliada por corretores em R$ 2,5 milhões-, Pagot se disse disposto a negociar o imóvel em "condições facilitadas".

"Quer comprar minha casa? Te vendo em cinco parcelas de R$ 100 mil a cada dois meses. O que você conseguir a mais do que isso, faça bom proveito", afirmou.

Estudos

Sob a quarentena imposta a ex-ocupantes de cargos públicos de primeiro e segundo escalões, Pagot afirmou que irá respeitar o prazo de quatro meses sem atuar no setor privado. Mas afirmou que vem "estudando por conta própria" o setor hidroviário para possíveis investimentos.

"Estou na fase de estudos e devo ficar assim mais uns 60 a 90 dias. A partir daí, vou provavelmente abrir uma empresa ou vou trabalhar especificamente em algum projeto", disse.

Ele chamou de especulações os rumores de que teria se associado ao prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PPS), sócio-fundador da Fiagril Participações, em uma companhia de navegação no rio Tapajós.

"A Fiagril é uma conversa de longa data. Tem uns dois anos que vêm me cutucando neste assunto. Mas isso é mais em função da amizade que a gente tem. Não há nada concreto", afirmou.

O ex-diretor disse ainda que já recebeu "diversos convites" de empresas, inclusive estrangeiras, para assumir postos executivos em 2012.

À administração pública, Pagot disse que não pretende voltar. "Eu já dei a minha contribuição. Já está de bom tamanho."

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EVANDRO LEAO CARVALHO  12.09.11 13h56
O Denit nao é seu este é o grande problema ele estava agindo como se fosse o dono do Denit hahahahaha
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Carla Moreira  11.09.11 15h25
É não tem jeito. Tem gente que prefere não ter nenhum Matogrossense defendendo o nosso estado como fez o Dr. Pagot. O que acontece agora e que seremos esquecidos, como por sinal já esta acontecendo. Precisamos sim de homens que trabalhem em favor do Estado como fez o Dr. Pagot. Diga-se nem a CGU até agora conseguiu provar nada contra ele e mesmo assim tem gente que acha que ele deve.
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ivanildo do camping club sinop  11.09.11 12h59
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES,parabéns PAGOT,sua postura foi digna;dedicação,determinação,politica de resultados. É pena que para uns e outros insistem em não em não reconhecer seus meritos,(maior programa estadual de construção e pavimentação de estradas do BRASIL no governo BLAIRO),tudo aquilo que vc fez por mato grosso e pelo BRASIL não foi em vão;desta semente chamada BR 163 Cuiabá-Santarem esta germinando um novo Brasil,firme e forte como a sua determinação,decepção aparte, nada de baixar a cabeça,Mato grosso+20,BR163,DNIT...é historia pra mais de metro, "ninguem vai esquecer"sua importancia para Mato Grosso e para o Brasil. 66.9988.5071
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Marcos  10.09.11 12h06
Acredito que o Pagot foi injustiçado. Infelizmente temos visto que todo aquele que faz a diferença é tratado como mal. Mato Grosso ganhou muito com a estada de Pagot no DNIT, agora todos querem crucificá-lo. Parabéns Pagot pela atuação, fez sim a sua parte.
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Ricarte de Freitas  10.09.11 11h12
É uma pena que uma quantidade enorme de pessoas continuem torcendo para o "quanto pior, melhor". A saída de Pagot do Dnit é um desatre incalculável para Mato Grosso e para o Brasil. Nunca Mato Grosso teve tantas obras no setor rodoviário. A duplicação já paralisada da BR-163 no trecho Rondonópolis/Posto Gil, a ferrovia Centro Oeste, a revitalização da Av. Fernando Corrêa e da Perimetral, sem falar do atual estado de conservação e volume de obras na BR-163 são coisas que Mato Grosso, com certeza, não verá na próximas gerações. Gostando ou não de Pagot, não se pode deixar de reconhecer que ele mudou a estrutura do Dnit em Mato Grosso e no Brasil
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