O governador Mauro Mendes (União) reagiu à ideia do prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) de acabar com a gestão plena de Saúde da Capital. Na prática, o Estado ficaria com a média e alta complexidade, e o município arcaria com as despesas das UPAs, unidades básicas e policlínicas.
Ele também sugeriu repassar a administração do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e do São Benedito à gestão estadual.
Mendes, que já foi prefeito de Cuiabá (2012-2016), afirmou que Abilio assumiu o cargo sabendo como funciona o SUS (Sistema Único de Saúde) e “não pode abrir mão das suas funções de cuidar da Saúde”.
“Ele tem que tomar cuidado [com o que ele fala]. Ele foi eleito e conhecia isso. E, se não conhecia, ele devia ter conhecido antes. Nenhum prefeito vem com essa historinha”, disse.
“É importante que ele faça uma análise mais técnica. A Prefeitura tem obrigações com a Saúde e ele não pode abrir mão das suas obrigações”, completou.
Segundo Mendes, a regulação dos pacientes, ou seja a definição de como, onde e quando acontecerão os atendimentos, é feita pelo Estado para dar eficiência aos atendimentos que podem ocorrer em diversas unidades.
O governador apontou que, caso Abilio queira romper com sistema de regulação atual, deverá custear sozinho a Saúde de Cuiabá.
“A regulação é estadual, não é esse o problema dele [Abilio]. Não é esse o problema! Se ele quer os leitos pra ele, se ele não vai controlar... Eu pago por leitos lá [nas unidades de saúde] também. A melhor forma da regulação é ser estadual”, disse.
“Porque tem muitos pacientes que saem daqui e vão pra Nova Mutum, tem pacientes daqui que vão pra Várzea Grande. Então, o Estado controla o leito e dá mais eficiência no leito”.
“Se ele quiser pagar sozinho todo o custo da saúde de Cuiabá e de todo cidadão de Cuiabá, ele teria que sair totalmente da regulação e do custo estadual e federal”, disse.
Conversa técnica
Mendes sugeriu que Abilio sente à mesa com a gestão estadual e abra um dialogo técnico e não “via imprensa”. É que a sugestão de transferir a gestão dos hospitais ao Estado foi levantada em uma coletiva dada nesta semana.
“Vamos fazer uma conversa mais técnica com o prefeito Abílio. É importante que não comecemos a fazer um jogo de empurra-empurra. Eu fui prefeito em Cuiabá, conheço bem essa realidade, e na época não tinha Santa Casa, não tinha Hospital Central, o Metropolitano era um pequenininho com 50 leitos. E eu nunca reclamei de atender a Saúde em Cuiabá”, disse.
"Trabalhei com seriedade e fiz tudo que era possível fazer naquele momento, e nunca fiz reclamação. Cuiabá recebe dinheiro do governo federal para ser gestão plena”, completou.
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