Cuiabá, Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025
ESPORTES
26.10.2011 | 02h30 Tamanho do texto A- A+

Oposição cobra saída de Orlando Silva do Ministério dos Esportes

Ministro participa de audiência na Câmara sobre a Lei Geral da Copa

R7

Deputados da oposição pediram, na tarde desta terça-feira (25), que o ministro do Esporte, Orlando Silva, deixe a pasta enquanto houver investigações sobre o suposto esquema de recebimento de propina e desvio de recursos no programa Segundo Tempo.

O pedido foi feito durante audiência com Orlando Silva na comissão especial que analisará a Lei Geral da Copa, na Câmara. Entretanto, a sessão para discutir os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 acontece no mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu abrir um inquérito para apurar as denúncias de corrupção na pasta.

A ministra Cármen Lúcia, do STF, atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que na semana passada pediu a abertura formal da investigação.

No início da sessão, os deputados ACM Neto (DEM-BA) e Duarte Nogueira (PSDB-SP) reclamaram que o ministro não tem condições de continuar a frente da pasta, justamente devido à abertura do inquérito. Para os deputados, ele deve se afastar até que a investigação seja concluída.

O líder do DEM na Casa, ACM Neto, disse que o "Brasil não quer o ministro tratando da Copa" e que é lamentável tê-lo no Congresso à frente da pasta.

- É lamentável que o senhor venha aqui na condição de investigado do STF, investigado por denúncias de corrupção. O Brasil quer o ministro distante da Copa do Mundo e das Olimpíadas para que a imagem do país não fique mais manchada do que está.

O deputado do DEM questionou ainda que Silva não soubesse do suposto esquema de corrupção, já que é o "coordenador e líder do ministério".

- Não é possível que o senhor não tenha visto nada com pessoas tão próximas ao senhor participando do esquema. Uma autoridade pública responde por dois crimes: ação e omissão. Honestamente, não sei qual delas é mais grave, agir ou omitir. Mas, certamente, em uma delas Vossa Excelência se enquadra.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, também pediu que o ministro deixe a pasta e questionou o porquê de Silva ter assinado documentos permitindo a diminuição da contrapartida paga pelo policial militar João Dias Ferreira, delator do esquema.

- Vossa Excelência não deveria estar agora nessa cadeira como ministro. Se tivesse sentimento de cidadania e respeito ao país e ao ministério, daria direito do contraditório, como qualquer pessoa com certeza da inocência faria, e deixaria ministério enquanto as investigações rolam.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), chegou deixar a sala de comissões quando pediu a palavra e não foi atendido, por não ser líder de bancada na Câmara, ou seja, não ser líder de um bloco parlamentar. O líder do bloco PPS-PV é o deputado Sarney Filho (PV-MA). Ele reclamou de "blindagem".

- Deixo essa palhaçada aqui que é uma blindagem de um jogo triplo de roubalheira do esporte no mundo. Um jogo da Fifa, CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e do Ministério do Esporte.

Orlando Silva não respondeu aos questionamentos da oposição. Começou sua fala sobre a Lei Geral da Copa e não citou a crise no Ministério dos Esportes.

Ministro no Congresso

Na última semana, Orlando Silva esteve na Câmara, na terça-feira (18), e no Senado, na quarta-feira (19). Nas duas ocasiões,o ministro negou as irregularidades e afirmou que "não houve, não há e não haverá provas" contra ele.

O policial militar que o denunciou, João Dias Ferreira, também irá na Câmara dos Deputados essa semana. Está prevista para a quarta-feira (26) uma audiência com o policial, que prometeu mostrar as provas que tem sobre o suposto esquema de corrupção. Na semana passada, a oposição conseguiu aprovar um requerimento para ouvi-lo.

Nesta segunda (24), o policial militar prestou depoimento na Polícia Federa, e entregou 13 gravações que comprovariam o envolvimento de funcionários do Ministério do Esporte com o esquema. João Dias Ferreira admitiu, porém, que não possui provas diretas contra Orlando Silva, que apesar das novas denúncias foi mantido no cargo pela presidente Dilma Rousseff.

 

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