Cuiabá, Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025
ELEIÇÃO 2012
01.06.2017 | 08h31 Tamanho do texto A- A+

PF faz operação e mira pagamento à campanha de Haddad

Mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo, São Caetano e Praia Grande

Adriano Vizoni/Folhapress

Operação é desdobramento da Lava Jato e ocorre a partir de delação de executivos da UTC

Operação é desdobramento da Lava Jato e ocorre a partir de delação de executivos da UTC

DO G1

A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (1º) a Operação Cifra Oculta para apurar suposto crimes eleitorail e de lavagem de dinheiro relacionados à campanha de Fernando Haddad em 2012 para Prefeitura de São Paulo.

 

Trinta policiais federais cumprem 9 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande.

 

A investigação é um desmembramento da Operação Lava Jato e começou em novembro de 2015 depois de o Supremo Tribunal Federal desmembrar a colaboração premiada de executivos da empresa UTC.

 

O inquérito apura o pagamento, pela empreiteira, de dívidas da chapa de Haddad (PT/PP/PSB e PCdoB) à campanha de 2012 à Prefeitura de São Paulo, referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões prestados pela gráfica Souza & Souza da mulher do ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza, conhecido como Chicão.

 

A gráfica Souza & Souza, fica no Belenzinho, Zona Leste da capital, e foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão.

 

Segundo três delatores da Lava Jato, ele recebeu R$ 2,6 milhões em propina da Petrobras para pagar dívidas da campanha de 2012 do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

 

O doleiro Alberto Youssef, o acionista da construtora UTC Ricardo Pessoa e o ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro apontaram "Chicão" como destinatário de transações para quitar despesas de campanha de Haddad.

 

As investigações mostram que em 10 de junho de 2013, a empreiteira de fachada de Youssef conhecida como Rigidez, transferiu R$ 160 mil para outra gráfica ligada a Souza, a LWC Artes Gráficas, que pertencia a sua ex-mulher e a um irmão dele.

 

Segundo a PF, "a dívida teria sido paga por meio de um doleiro, em transferências bancárias e dinheiro vivo, para empresas. Uma empresa mencionada na delação aparece como fornecedora de serviços, com valores informados de R$ 354.450,00. Somente consta na prestação de contas ao TSE outra prestação de serviços gráficos de R$ 252.900,00, valores bem inferiores à soma de R$ 2.600.000,00, que teria sido paga pela empreiteira UTC a gráficas."

 

 

De acordo com a assessoria de imprensa de Haddad, informou que a "gráfica citada, de propriedade do ex-deputado Francisco Carlos de Souza, prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE." De acordo com a nota, a UTC teve interesses contrariados ao ter contrato cancelado.

 

Se confirmado, os investigados devem responder pelos crimes de falsidade ideológica na prestação de contas à Justiça Eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de até 10 anos de prisão e multa.

 

Veja nota da gestão Haddad na íntegra:

 

"Com relação a Operação Cifras Ocultas, deflagrada hoje de manhã pela Polícia Federal, o ex-prefeito Fernando Haddad, por sua assessoria, informa que a gráfica citada, de propriedade do ex-deputado Francisco Carlos de Souza, prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE.

 

A UTC teve seus interesses contrariados no início da gestão Haddad na Prefeitura, com o cancelamento das obras do túnel da avenida Roberto Marinho, da qual fazia parte junto com outras empreiteiras igualmente envolvidas na Lava Jato. O executivo da UTC, Ricardo Pessoa, era dos mais inconformados com a decisão.

 

O propalado repasse de R$ 2,6 milhões, se ocorreu, não tem nada a ver com a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012, até porque seria contraditório uma empresa que teve seus interesses prejudicados pela administração, saldar uma dívida de campanha deste administrador".

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