O promotor de Justiça Mauro Zaque, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público da Capital, afirmou que o Estado enfrenta "prejuízos consideráveis" em decorrência da utilização das pistolas Taurus 24/7, por parte dos policiais militares de Mato Grosso.
Alguns militares já foram vítimas dessa arma que, segundo eles, têm travado, disparado em caso de queda ou mesmo sem o acionamento do gatilho.
Zaque conduz um inquérito civil público que apura também os aspectos dos supostos prejuízos ao patrimônio público causados pelo uso do armamento.
“Esse inquérito é importante porque não visa tratar de casos pontuais, como um eventual acidente com um ou outro policial. Esse inquérito visa tratar do caso de forma mais ampla. Vamos avaliar o que está acontecendo e trabalhar no aspecto do prejuízo ao patrimônio público”, disse Zaque.
“O Estado de Mato Grosso está experimentando um prejuízo considerável com a utilização dessas armas”, afirmou.
Ainda segundo ele, constantemente o Estado precisa encaminhar as armas para fazer 'recall' (solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo fabricante do mesmo).
“Enquanto isso acontece, os policiais ficam desarmados”, afirmou o promotor.
O promotor disse já possuir laudos e exames relacionados ao funcionamento e problemas apresentados pela Taurus.
“Estou quase fechando esse inquérito civil. Vou entrar em contato com a Taurus, que é a empresa fabricante, chamar para sentar e começarmos a conversar de que forma o Estado pode e deve ser ressarcido pelos prejuízos que vem experimentando em razão da utilização desse armamento”, afirmou.
Padronização
Zaque afirmou que já se reuniu com uma comissão da Secretaria de Estado de Segurança Pública, que está tratando de padronizar um novo armamento a ser utilizado pelos militares de Mato Grosso.
“Temos que evitar que nosso policial tenha em suas mãos um armamento de baixa qualidade, que vá interferir não só na atuação dele como policial, no risco de vida dele, como no risco de vida ao próprio cidadão a quem o policial tem o dever de proteger”, concluiu.
Vítimas
Militares relataram ao MidiaNews problemas sofridos em decorrência de falhas nas pistolas.
“Eu estava sentado na casa de um amigo, conversando com ele. Quando levantei para ir ao banheiro, sem ao menos tocar na pistola, ela disparou em mim, entrando na virilha e saindo na nádega”, contou o soldado Weverton Silva, de 28 anos, vítima de um disparo não acionado, no início de fevereiro.
Em agosto do ano passado, o soldado Élcio Ramos Leite morreu aos 29 anos, durante confronto no bairro CPA III.
Em uma troca de tiros, a pistola de Élcio teria travado e ele acabou sendo morto por um bandido.
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1 Comentário(s).
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deovaldo 08.03.17 16h36 | ||||
Até que enfim que o nosso governo decidiu priorizar as vidas dos que combatem a violência, estão de parabéns e esperamos que consigam mudar esta arma que falha e poe a vida dos policiais em risco | ||||
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