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16.03.2009 | 09h49 Tamanho do texto A- A+

Ralf Leite tumultua investigação, diz vereador Pop

Com seus advogados, vereador busca meios de atrapalhar Comissão de Ética

MidiaNews

Everton Pop, presidente da Comissão de Ética: vereador Ralf está tumultuando o processo

Everton Pop, presidente da Comissão de Ética: vereador Ralf está tumultuando o processo

BRUNO GARCIA
DA REDAÇÃO

A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá solicitará ao comando da Polícia Militar uma cópia da sindicância que investiga a denúncia do vereador Ralf Leite (PRTB), que acusou os soldados Uanderley Benedito Costa e Fábio de Oliveira de tentarem extorqui-lo com o montante de R$ 600. Provavelmente, os trabalhos da sindicância na PM serão finalizados nesta segunda-feira (16).

Além dessa solicitação, o Legislativo cuiabano convocará, novamente, a presença dos soldados Benedito Costa e Oliveira para prestarem outro depoimento à comissão, conforme solicitado pela defesa do vereador Ralf Leite. Desta vez, os advogados de defesa e o próprio vereador participarão do depoimento, fazendo valer o direito a ampla defesa.

O presidente da Comissão de Ética, vereador Everton Pop (PP), que solicitou ao presidente da sindicância, tenente-coronel Wilson Batista, para acompanharem o depoimento de Ralf Leite, ficou “sem palavras” para opinar sobre o não comparecimento do vereador, na sexta-feira (13). “Estou até procurando uma palavra para não falar ‘estranheza’ sobre esse fato”, declarou Pop, ao encontrar, posteriormente, o termo “surpreendido”.

As últimas atitudes do parlamentar, em conjunto com os advogados de defesa, vêm provocando certa falta de compreensão por parte do vereador Everton Pop. A referência é sobre o pedido de nulidade dos procedimentos da Comissão de Ética e da ausência na sindicância. “Ralf está tumultuando todo processo, tanto aqui na Polícia Militar como no andamento da Câmara de Vereadores”, afirmou o progressista.

O vereador ainda ressaltou que essas atitudes tomadas pelo colega do pleno extrapolaram e está interferindo diretamente no andamento das atividades da Câmara. “Ralf está emperrando, até mesmo, os trabalhos da Câmara”. Não podemos ficar travados somente com um vereador, e essas ações estão dificultando outros processos. Não podemos ficar martelando na mesma tecla, a sociedade quer trabalho”, afirmou.

A carta

Na nota denominada de “Carta aos cuiabanos e mato-grossenses”, emitida pelo vereador Ralf Leite, três dias após o acontecido, ele afirma: “Fui acusado de envolvimento com um travesti menor de idade, mas asseguro que essa acusação não corresponde à verdade. Sustento que fui vítima de uma extorsão e não compactuei com ela”.

Confira a versão do Ralf Leite:

Ao regressar, passando próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, uma guarnição da PM me abordou, pedindo imediatamente que eu saísse do carro, efetuando em seguida uma busca interna bastante acirrada, levantando bancos, tapetes, revirando tudo. Perguntei ao policial o que estava ocorrendo e eles me disseram para ficar afastado. Protestei e me pediram a carteira de habilitação. Informei que havia deixado o documento no meu carro, pois estava com o veículo do meu primo.

Diante disso um dos policiais falou para eu ‘cantar a pedra’. Pedi para explicar o que significam e o outro policial me disse com todas as letras: “Não se faça de besta. Libera 600 reais aí, ô playboy”. Reagi dizendo que era bombeiro militar reformado e vereador de Cuiabá e que não concordava com aquela atitude de dois agentes do Estado, que além de desmoralizar a corporação à qual pertencem, estavam desmoralizando toda a sociedade. Anunciei que iria denunciá-los na Corregedoria.

Os policiais ficaram muito alterados e me levaram para o 4º Batalhão. Depois de algum tempo, os vi abordando uma pessoa que já lá estava e que até então eu não sabia o que era, se era prostituta ou travesti. Foi então que descobri que eles estavam armando para mim e protestei veementemente. Não desacatei as autoridades e sim reagi ao que estavam tramando.

Depois disso fui colocado pelos policiais junto com o travesti num carro da PM e fomos levados para o CISC do Parque do Lago, para prestar esclarecimento ao delegado.


Contradição

A versão colocada pelo vereador Ralf Leite é contraditória à entrevista do seu advogado de defesa, Alfredo José de Oliveira Gonzaga, que chega a utilizar o fato de o travesti não ter visto nada durante a abordagem policial, nem que Ralf foi extorquido e nem que o vereador teria dado a ‘carteirada’ nos militares, como forma de tentativa de defender o mérito da questão.

Tudo indica que a versão do vereador não ‘colou’ e o ataque jurídico da defesa praticamente desconsidera o mérito da quebra do decoro e partirá somente para questionar a legalidade da cassação do parlamentar.

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Adriana   16.03.09 18h44
Acredito que vereadores sao eleitos e pagos para trabalhar em favor do povo e não para atrapalhar o pouco trabalho que os outros fazem, como é o caso desse moleque aí!! Absurdo.
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