Qual a maior falha que uma mulher pode cometer? Para o escritor João Emanuel Carneiro, parece que é ser comum. Talvez por isso, a nova novela das 21h, “Segundo sol”, que acaba de estrear na TV Globo, tem três fortes personagens femininas — interpretadas por Adriana Esteves, Deborah Secco e Giovanna Antonelli — que podem ser tudo, menos sem tempero.
A mistura em cena — e fora dela — é explosiva: uma cafetina, uma golpista e uma mocinha às avessas, porque abandona os filhos para fugir da polícia.
— Tem mulheres de todos os tipos. Um panorama feminino completo, um verdadeiro mosaico. O que elas têm em comum é que todas são porretas, com um pouco de azeite de dendê na veia — diz João Emanuel.
Com pitadas freudianas, o autor explica a base de sua inspiração para criar personagens tão complexas: — Ao escrever, vou buscá-las na minha mãe. É nas mães que tudo começa, né? Na vida real, Adriana, de 48 anos, Giovanna, de 42, e Deborah, de 38, são mulheres que não querem saber de sombra e água fresca.
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Elas garantem que também estão sempre em busca do segundo sol, a postos para uma reinvenção. — O dia em que pensar que cheguei lá, deixo de sonhar, de buscar. Alcancei um objetivo? Ótimo. Mas qual será o próximo, o que vou conquistar em seguida? Se hoje me sinto segura, posso dizer que foi uma luta intensa para chegar até aqui — avisa Giovanna.
Belas, bronzeadas e arretadas, as três protagonistas estrelam este ensaio exclusivo, assinado por Sergio Zalis, inspirado na série de retratos “Cidadãos de Porto-Novo” do fotógrafo beninense Leonce Raphael Agbodjelou.
Adriana conta que não encontrou obstáculos para encarnar a promoter Laureta, a cafetina de cabelão com um quê de perua, que usa sempre roupas justas e nada discretas
— Já achei o tom dela dentro de mim, mas a personagem ainda é um bebê que vai crescendo ao longo da novela. Tenho facilidade em, ao ler os textos do João, sentir tudo que as personagens dele sentem. É de imediata identificação, porque o terreno do João é muito fértil. Ele me deu a Carminha (de “Avenida Brasil”, em 2012), um dos maiores presentes da vida. É claro que agora não tenho a pretensão nem o interesse de fazer algo parecido. Até porque as coisas não se repetem — diz a atriz, que contracena com o marido, Vladimir Brichta, que interpreta Remy, irmão de Beto Falcão, personagem central vivido por Emilio Dantas.
Ser estrela do horário nobre não é, assim, tão fácil quanto possa parecer. Mãe de Pietro, de 12 anos, e das gêmeas Antônia e Sofia, de 7, Giovanna conta que, no início das gravações, ficou 40 dias longe de casa, entre Porto Seguro, Trancoso e Salvador:
— Isso foi fundamental para a construção dos nossos personagens. Tivemos que conviver com as pessoas, entender a cultura e a prosódia. Foi tudo muito real mesmo. Sorte que meu marido conseguiu levar as crianças para ficarem uns dias lá comigo.
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