Cuiabá, Domingo, 14 de Dezembro de 2025
MISS MUNDO 2025
28.05.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

Candidata da Somália revela que sofreu mutilação genital

Zainab Jama, que se emocionou ao falar sobre o tema, transformou seu trauma em ativismo

Reprodução

Zainab Jama se emociona durante depoimento em etapa do Miss Mundo 2025

Zainab Jama se emociona durante depoimento em etapa do Miss Mundo 2025

FÁBIO LUÍS DE PAULA
DA FOLHAPRESS

A representante da Somália no Miss Mundo 2025 surpreendeu a todos ao abordar, durante uma das fases do concurso, um trauma pessoal.

 

Em seu depoimento, a modelo Zainab Jama, 23, revelou que aos sete anos de idade foi forçada a se submeter à mutilação genital feminina, prática também conhecida pela sigla MGF.

 

No relato emocionado, a jovem foi às lágrimas ao contar como foi levada por três mulheres sem formação médica e submetida ao procedimento, feito com uma lâmina, sem qualquer tipo de assepsia ou anestesia. Ela acrescentou ainda que, na sequência, foi deixada por dias em um quarto escuro, com as pernas amarradas.

 

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O momento aconteceu durante a tradicional etapa chamada de "Head to Head", onde as misses compartilham suas histórias, convicções e apresentam as causas sociais que defendem dentro da iniciativa do concurso "Beauty with a Purpose" (beleza com propósito).

 

A final da 72ª edição do Miss Mundo acontece no sábado (31), diretamente de Telangana, no sul da Índia, sede do confinamento deste ano.

 

"Eu gritava de dor. Não há conforto nesse procedimento, apenas sangue e um silêncio ensurdecedor. Lembro-me de chorar e implorar, mas me disseram para ficar quieta, para ser corajosa e orgulhosa. Aquele momento me mudou para sempre. Minha infância terminou naquele dia", disse em sua fala no púlpito.

 

"Como sobrevivente da mutilação genital feminina, falo pelos milhões de meninas cujas vozes foram silenciadas antes que tivessem a chance de viver livremente."

 

Zainab transformou o trauma em ativismo e fundou a Female Initiative Foundation (Fundação Iniciativa Feminina), voltada à erradicação da prática por meio de educação e alternativas culturais. Além de atuar na Somália, a iniciativa também chegou a outros países, como as Filipinas, por meio de parcerias com organizações locais.




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