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14.06.2025 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Fãs esperam 13 hrs no frio e pedem demissão para ir a loja do BTS

Pop-up no shopping Cidade São Paulo foi aberta nesta sexta (13) com produtos oficiais de até R$ 1.699 do grupo de k-pop

Nathalia Durval/Folhapress

Loja com produtos oficiais do BTS no shopping Cidade São Paulo, na avenida Paulista

Loja com produtos oficiais do BTS no shopping Cidade São Paulo, na avenida Paulista

NATHALIA DURVAL
DA FOLHA

O shopping Cidade São Paulo inaugurou nesta sexta (13) uma loja com produtos oficiais do BTS, maior grupo do k-pop. Antes do espaço abrir, às 10h, fãs já aguardavam em filas que dobravam o quarteirão.

 

A loja, na avenida Paulista, é temporária e funciona até 10 de agosto, no mesmo horário do centro comercial. Estão à venda produtos diversos, como pijamas, anéis, photocards, moletons, chaveiros e até travesseiro.

 

Os preços vão de R$ 27 a R$ 1.699.Primeira a entrar, Jian Magdiel chegou às 18h40 de quinta (12) e passou a madrugada em frente ao shopping, no frio —os termômetros chegaram a 9,7ºC.

 

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"Foi horrível, estava muito frio. Vim com casaco grosso e dois moletons, e continuava frio", diz a jovem aprendiz de 21 anos. "As meninas do lado trouxeram um cobertor e dividimos ele em cinco pessoas."

 

Além do frio, Jian se sentiu insegura no local. "Vimos muita coisa. Um mendigo começou a falar em inglês conosco, outro começou a tirar a calça e tomar banho na nossa frente."

 

O sufoco valeu a pena, diz ela, que é fã desde 2014. Lá dentro, estipulou que gastaria até R$ 1.000 para comprar objetos do grupo. Para ir à abertura, ela conversou com o chefe e adiantou o trabalho, na área de TI.

 

Teve até fã que pediu demissão do trabalho para marcar presença na abertura. Beattryz dos Santos, 24, trabalhava numa loja de roupas e planejou sair do emprego assim que soube da loja.

 

"O trabalho lá não estava bom para mim, não queria mais, então juntei o útil ao agradável", explica. Ela saiu de São Bernardo do Campo e chegou na fila às 7h desta sexta-feira.

 

O plano era gastar no máximo R$ 2.000 na loja. Beattyz conheceu o BTS em 2018 e diz que a música da maior boyband do mundo a ajudou a superar uma depressão. Hoje, acumula tatuagens relacionadas ao grupo, como o nome de seu integrante favorito, Jimin.

 

Além de ser a inauguração, a data tem um significado para as armys, como são chamadas as fãs do BTS: 13 de junho é a data de aniversário do grupo.

 

"Fiquei muito animada, porque é a primeira vez do pop-up no Brasil, então resolvemos vir no primeiro dia, pois é um dia muito importante", diz a agente administrativa Daniele Souza, 49.

 

Ela viajou de ônibus do Rio de Janeiro com uma amiga e a sobrinha e chegou na fila às 22h de quinta (12).

 

"A noite o frio foi forte, mas todo mundo ficou unido, então conseguimos levar. De madrugada, ficaram umas 20 pessoas, diz ela, fã do BTS desde 2013.

 

O grupo planejou a viagem quando souberam da loja. Pediram folga do trabalho, faltaram à faculdade montaram um grupo no WhatsApp para compartilhar informações e fizeram live nas redes sociais. Souza, porém, achou os produtos caros, assim como outros fãs. ]

 

"Não sei se essa é a realidade da maioria das armys", diz. Ela vai voltar à loja no fim de semana. "Hoje é tipo um test drive."

 

Como ponto positivo, fãs destacaram a possibilidade de comprar produtos oficiais no país, já que não são vendidos no Brasil. Para encontrar, é preciso comprar em plataformas de outros países.

 

O Cidade São Paulo liberou a entrada da primeira leva de fãs às 7h, para organizar a fila.

 

O tempo de permanência no local é de 30 minutos --mas pode ser que o limite mude de acordo com a demanda, diz Jessica Zanella, gerente de marketing do shopping Cidade São Paulo.

 

Zanella diz que eles foram procurados pela Hybe. Segundo ela, a empresa dona do BTS buscava um local de fácil acesso, próximo a metrôs. As negociações começaram em abril.

 

A previsão da Hybe era que mil fãs visitassem o local por dia, diz Zanella. A previsão, no entanto, é que cerca de 5.000 pessoas visitem o local por dia. Por causa da demanda, o shopping colocou um tempo de permanência para não atrapalhar a operação.

 

A segurança do local foi reforçada, ela completa, e cerca de 40 funcionários trabalham na loja, entre eles, pessoas que organizam a fila na entrada e dão orientações. "Nossa preocupação era que quando as lojas do shopping abrissem, as pessoas saíssem correndo", ela diz.

 

No terceiro piso, a loja tem 837 m² e abre todos os dias, das 10h às 22h. A entrada é por ordem de chegada. Os portões do shopping são abertos às 7h, e as primeiras 200 pessoas recebem uma senha e são as primeiras a entrar.

 

Quem chega depois é direcionado ao quarto piso, para fazer uma reserva numa fila virtual. Eles são avisados por SMS quando chega a vez e há tolerância de 15 minutos. Assim, não há necessidade de esperar numa fila física.

 

No espaço, há fotos do grupo pelas paredes, TVs que exibem os clipes do grupo e espaços instagramáveis para fazer fotos.

 

A trilha sonora, é claro, é a discografia da boyband.

 

Para comprar os produtos, os fãs devem escanear um código QR na entrada para baixar um aplicativo, no qual selecionam os produtos e colocam no carrinho. Em seguida, o visitante vai ao caixa para fazer o pagamento e retirar o produto.

 

Caso um produto se esgote, ele não será reposto. Zanella afirma, no entanto, que a Hybe estuda oferecer a opção de comprar na loja e retirar depois ou receber, a depender do volume de vendas. "Eles ainda estão tentando entender o mercado brasileiro", diz.

 

A Hybe, empresa do BTS, abriu pop-ups ao mesmo tempo em diversas cidades do mundo como parte da celebração do aniversário de 12 anos da boyband, que marca ainda o retorno dos integrantes do serviço militar obrigatório na Coreia do Sul.




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